Benedita da Silva repudia ação policial truculenta contra mulher negra em SP

Durante sessão virtual da Câmara dos Deputados, nessa terça-feira (14), a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) repudiou a atitude violenta do policial militar de São Paulo que pisou no pescoço e agrediu uma mulher caída no chão. As imagens da agressão foram exibidas pelo Fantástico no último domingo (12).

A vítima, uma mulher negra de 51 anos, além de ter sido quase asfixiada, foi jogada no chão e arrastada. Ela sofreu escoriações no rosto e quebrou a perna. Benedita classificou a abordagem policial como a “mais infame que pode existir”. “Até quando nós teremos que clamar neste País? Até quando vão desrespeitar essa população negra? É angustiante. É apavorante. É escandaloso. É criminoso o que nós assistimos”, denunciou.

A parlamentar afirmou que o Brasil necessita de uma polícia qualificada e preparada para exercer o seu papel. “Parece-me, contudo, que as instruções que são passadas para esses militares são instruções nas quais eles se investem de autoridade e querem, com essa autoridade, cometer crimes incríveis. É uma coisa criminosa”, apontou.

Medidas

A deputada também questionou quais as medidas que foram tomadas após o ocorrido. “Quais as medidas importantes que foram tomadas com uma mulher que teve sua perna quebrada, que nós vimos que foi ferida? Então, não a levaram nem para fazer o exame de corpo de delito. Ela só foi medicada e foi para a delegacia? Não abriram um processo?”.

Para Benedita não basta apenas suspender os dois policiais, é preciso que o País repudie a violência contra a mulher, a violência policial, além de repudiar a inércia que os poderes ficam em não tomar uma decisão. Ela pede que as autoridades tomem as devidas providências contra essa violência descabida.

Sem comoção

Benedita se espantou com a falta de comoção com relação à vítima brasileira. “Nós acabamos de ver uma cena que se tornou internacional, e o que me espanta é que em relação a nossa vítima, uma comerciante, nessa cena que ocorre em São Paulo, é que não houve comoção em relação ao que fizeram com ela. Não houve uma comoção no Brasil”. E questionou: “Será que a mulher negra precisa morrer para que haja uma comoção como a que houve nos Estados Unidos com o George Floyd? Porque é um absurdo. Essa mulher também estava sendo asfixiada. Essa mulher também clamou. Ela disse: ‘Quanto mais eu me debatia mais ele apertava a botina no meu pescoço’”.

Para a deputada, após o Brasil inteiro assistir as imagens, o que parece é que a população está aceitando com naturalidade que essas ações violentas se repitam. “Parece que a ação do policial era uma ação pedagógica. Parece que ele olhava para o outro companheiro, como nos Estados Unidos, e começava a fazer a mesma coisa”.

Lorena Vale

Foto: Gustavo Bezerra/Arquivo

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