O que o Brasil viu na noite de segunda-feira (4) foi o triunfo da história contada em verso, prosa, verde e rosa. A Estação Primeira de Mangueira levou para a Sapucaí o samba-enredo “História pra Ninar Gente Grande”, que homenageou a vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e retratou a história de um Brasil que não se vê e não se lê em livros didáticos e oficiais. História de gente pobre, preto, índio… História de resistência, de heróis anônimos que constroem o país, com determinação, resiliência, alegria, amor.
O Brasil e o mundo assistiram a um desfile marcado pela simbologia de fatos cruéis como “ditadura assassina” – retratado em um dos carros alegóricos -, com o marechal-presidente Floriano Peixoto pisoteando cadáveres. A Mangueira criticou os Bandeirantes – movimento polêmico, que para uns são desbravadores – assim retratados nos livros oficiais – para muitos, não passam de gananciosos que para conseguirem seus objetivos mataram e escravizaram a população indígena.
A sonoridade dos batuques que simbolizou a cultura afrodescendente foi o destaque do desfile mágico da Mangueira que contagiou o público no sambódromo lotado. O viés político e social da campeã do Carnaval de 2019 revelou o grito, o desabafo de um povo que buscou na festa popular, no símbolo da cultura brasileira, o caminho para mostrar seu descontentamento e indignação.
Esse momento histórico da cultura brasileira foi comemorado pelos parlamentares da Bancada do Partido dos Trabalhadores que usaram suas contas no Twitter para homenagear a vitória da Mangueira.
O líder da Bancada, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), escreveu: “Parabéns à Mangueira pelo desfile brilhante, pela homenagem emocionante e pelo título mais que merecido! Marielle seguirá eterna em nossos corações e inspirando muita gente a denunciar as injustiças e lutar por um Brasil e um mundo justo e democrático”.
A presidenta nacional do PT e deputada, Gleisi Hoffmann (PT-PR), comemorou: “Parabéns Mangueira! Marielle vive! Lula Livre! Direitos para o povo! Viva Estação Primeira”.
O líder da Minoria no Congresso Nacional, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), lembrou que carnaval é cultura, festa, luta e poesia. “E foi isso que a Mangueira mostrou na Sapucaí. Deu recado do povo e calou alguns que são tão pequenos que não conseguem enxergar Brasil na sua rica cultura. E pode apostar Mangueira: na luta a gente se encontra”, frisou o petista em sua conta no Twitter.
Zarattini ainda destacou que o espetáculo grandioso exibido pela Mangueira encheu o Brasil de orgulho. “Levou pra Sapucaí a luta do povo brasileiro, que vai resistir! Mostrou repúdio da nossa gente à intolerância, à retirada de direitos, à repressão do governo Bolsonaro”, comemorou o deputado.
“Brasil, meu nego. Deixa eu te contar. A história que a história não conta. O avesso do mesmo lugar. Na luta é que a gente se encontra”, destacou a deputada Erika Kokay (PT-DF), o trecho do samba-enredo da Mangueira.
O deputado Waldenor Pereira (PT-BA) também comemorou via sua conta no Twitter. “É festa da campeã do Carnaval carioca, que cantou e contou a história do Brasil através dos índios, negros e pobres, que homenageou Marielle Franco e ressoou o grito da nossa gente”, celebrou.
Na avaliação da deputada Natália Bonavides (PT-RN), vence o carnaval da ousadia e das palavras de ordem. “No encontro do samba-enredo da Mangueira com Marielle, ganhamos todos um carnaval politizado com gritos de resistência. Parabéns à Mangueira! Marielle não será uma heroína esquecida”, destacou.
Para o deputado João Daniel (PT-SE) o recado foi dado. “É isso! Carnaval é cultura popular, é também um ato político, é resistência. Parabéns, Estação Primeira de Mangueira e toda essa comunidade que vive e resiste a cada dia”.
O deputado Marcon (PT-RS) também festejou o resultado do carnaval carioca em sua conta nas redes sociais. “A Mangueira que homenageou Marielle e contou a história dos indígenas e negros no Brasil, lembrando aquilo que querem esquecer, calou os milicianos que rondam a república e se tornou campeã do Carnaval! Isso, sim, representa nossa cultura! Mas sobre isso Bolsonaro não vai twittar”, ironizou.
Na mesma linha o deputado Rogério Correia (PT-MG) tuitou: “O carnaval de 2019 foi uma resposta muito dura do povo ao Governo dos laranjas. Mangueira em festa repetiu o que o Brasil inteiro transformou em grito contra o fascismo”.
A deputada e professora Rosa Neide (PT-MT) disse que “a Mangueira fez um desfile lindo, impactante e corajoso”. “Parabéns por homenagear heróis da resistência, negros, pobres e índios. Essa vitória com certeza será dedicada à Marielle”.
O deputado Valmir Assunção (PT-BA) destacou: “Mangueira campeã do Carnaval carioca. Com um tema relevante e homenagem a Marielle Franco, aos caboclos de julho, a Luiza Mahin, a Dandara e Zumbi! Viva os nossos verdadeiros heróis”.
O deputado Alexandre Padilha (PT-SP) acredita também que a vitória da Mangueira é a vitória dos índios, negros e dos pobres. “Quem ganha é a voz que vinha sendo calada, aniquilada, exterminada. Acaba a carnaval com esse convite para a luta. Aceitamos e estamos de pé”, observou.
O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) parabenizou a Estação Primeira de Mangueira e disse que o título “consagrou um belo desfile que emocionou o Brasil”. “Viva o carnaval, as heroínas e os heróis da resistência e a cultura brasileira”, festejou.
O deputado Bonh Gass (PT-RS) lembrou que a escola contou a história que a história não conta, gritou “é na luta que a gente se encontra”, recomendou que se ouçam as Marielles e atacou o fascismo de Bolsonaro. “Índios, negros e pobres na bandeira do Brasil! Lindo”.
“Mangueira, tira a poeira dos porões. Ô, abre alas pros teus heróis de barracões. Dos Brasis que se faz um País de Lecis, jamelões. São verde e rosa, as multidões”, recortou a deputada Benedita da Silva (PT-RJ), uma estrofe do samba da Mangueira.
Benildes Rodrigues