Parlamentares da Bancada do PT na Câmara repudiaram com veemência os atos de vandalismo protagonizados por apoiadores do atual presidente Bolsonaro na área central de Brasília, na noite desta segunda-feira (12). Eles também acusaram Bolsonaro de ser cúmplice da baderna. Os bolsonaristas tentaram atacar a sede da Polícia Federal para libertar o cacique Sererê Xavante – um dos líderes dos protestos golpistas no Distrito Federal -, que foi preso por ordem da Procuradoria-Geral da República (PGR) após ameaças de perseguição ao presidente eleito Luiz Inácio da Silva e aos ministros do STF, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.
Durante a baderna, que começou após os criminosos terem sido rechaçados pelos policiais federais, foram depredados e incendiados cinco ônibus coletivos – um deles com passageiros e o motorista dentro -, vários carros e ainda destruídas várias placas de sinalização e lixeiras de edifícios.
Em vídeo postado no twitter, o líder do PT na Câmara, deputado Reginaldo Lopes (MG), condenou a baderna protagonizada por apoiadores bolsonaristas, e lembrou que no mesmo dia vários golpistas foram recebidos por Bolsonaro no Palácio da Alvorada.
“Bolsonaro recebe um grupo de radicais, e dá sinal verde para que alguns possam colocar fogo na cidade. Isso é muito grave. Bolsonaro é um moleque, irresponsável, autoritário e ele precisa ser responsabilizado, juntamente com esses radicais, por vários crimes. Nós não vamos aceitar um autoritário, antidemocrático, que conspira contra a democracia e o desejo popular. O lugar (dele) é na cadeia”, apontou.
⚠️ URGENTE ⚠️
É inaceitável o que está acontecendo! O lugar do Bolsonaro e seu grupo radical é na cadeia! pic.twitter.com/gukWvuGEsE— Reginaldo Lopes (@ReginaldoLopes) December 13, 2022
A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), disse estranhar que a baderna tenha tomado proporção tão grande sem ser contida e também acusou Bolsonaro por estar, por atitudes e omissões, insuflando atos antidemocráticos País afora. Ela lembrou, inclusive, que um dos acusados de promover esses atos – o blogueiro Antônio Eustáquio – recebeu abrigo dentro do Palácio da Alvorada.
“Baderna em Brasília teve cara de esquema profissional. Muito estranho que ninguém foi preso. Bolsonaro é cúmplice. Como pode presidente da República abrigar envolvidos? Passou da hora de desmobilizar as frentes de quartéis, não tem nada de liberdade de expressão, só golpismo”, disse.
Baderna em Brasília teve cara de esquema profissional. Muito estranho que ninguém foi preso. Bolsonaro é cúmplice. Como pode presidente da República abrigar envolvidos? Passou da hora de desmobilizar as frentes de quartéis, não tem nada de liberdade de expressão, só golpismo.
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) December 13, 2022
O Segundo Secretário da Mesa Diretora da Câmara, deputado Odair Cunha (PT-MG), classificou o quebra-quebra em Brasília como atos de “terrorismo”. Ele ainda exigiu a punição dos responsáveis pelos crimes.
“Terrorismo. Esse é o nome que se dá aos ataques de ontem em Brasília. Eles revelam, também, a verdadeira face do bolsonarismo: violência, ódio e desrespeito à democracia e às instituições. Que esses crimes sejam investigados e os responsáveis severamente punidos”, afirmou.
TERRORISMO. Esse é o nome que se dá aos ataques de ontem em Brasília. Eles revelam, também, a verdadeira face do bolsonarismo: violência, ódio e desrespeito à democracia e às instituições. Que esses crimes sejam investigados e os responsáveis severamente punidos.
— Odair Cunha (@odaircunhamg) December 13, 2022
Punição para os criminosos
Além de condenar a baderna, vários parlamentares do PT manifestaram estranheza pelo fato de até a manhã desta terça-feira (13) ninguém ter sido preso. No entanto, vários parlamentares elogiaram as palavras ditas pelo futuro ministro da Justiça do governo Lula, senador Flávio Dino (PSB-MA), em coletiva a imprensa na noite desta segunda (12), prometendo que os responsáveis pela destruição em Brasília não ficarão impunes.
“Bolsonaro é o responsável pelo cenário de guerra: bolsonaristas tentaram invadir sede da PF e espalharam terror no centro de Brasília. É uma vergonha ninguém ter sido preso. 5 ônibus queimados e dezenas de carros quebrados. Todos serão identificados e punidos pelos crimes cometidos”, escreveu o deputado Paulo Pimenta (PT-RS).
“Mas afinal, quantos terroristas já estão presos a essa hora? Não é possível. Só com exemplo e a firmeza da lei esses grupos criminosos recuam. Sem enfrentar a invasão do Capitólio, os EUA não teriam se reestabelecido. Não vacilem senhores do poder no Brasil. Voltemos à paz”, disse a deputada Maria do Rosário (PT-RS).
Cobrança ao governador do DF
Parlamentares petistas também cobraram pelo twitter uma posição firme do govenador de Brasília em relação aos atos de violência na capital da República. O deputado Zeca Dirceu (PT-PR) escreveu que “é uma vergonha ninguém ter sido preso ainda, após tantos atos terroristas ontem em Brasília”. “O governador Ibaneis Rocha precisa prestar esclarecimentos imediatamente”, cobrou.
Já o deputado Nilto Tatto (PT-SP) lembrou que a quebradeira no centro de Brasília poderia ter sido evitada se tivesse ocorrido uma ação mais rápida das Forças de Segurança Pública do Distrito Federal.
“Inaceitável colocar toda a culpa do que está acontecendo apenas no Inominável (Jair Bolsonaro). É claro que ele é o grande responsável, se não for o artífice, mas não podemos nos esquecer que sem a leniência do governador do DF, Ibaneis Rocha, o desfecho seguramente seria outro”, acusou.
Também se manifestaram condenando os atos de vandalismo e cobrando punição dos responsáveis os parlamentares petistas Léo de Brito (AC), Rubens Pereira Jr (MA), Bohn Gass (RS), Valmir Assunção (BA), Paulo Guedes (MG), Benedita da Silva (RJ), Natália Bonavides (RN), Rogério Correia (MG), Marcon (RS), Flávio Nogueira (PI), Zé Neto (BA), Enio Verri (PR), Rejane Dias (PI), Luizianne Lins (CE), Alexandre Padilha (SP), Airton Faleiro (PA), Rubens Otoni (GO), Carlos Veras (PE), Erika Kokay (DF), Paulo Teixeira (SP), Carlos Zarattini (SP), José Guimarães (CE), Zé Carlos (MA), Leonardo Monteiro (MG), Rui Falcão (SP), Patrus Ananias (MG), Padre João (MG), José Ricardo (AM), Célio Moura (TO), Henrique Fontana (RS) e Merlong Solano (PI).
Héber Carvalho
