“Neste momento de desgoverno, neste momento de acinte à democracia, nós ainda termos que conviver com um presidente completamente tresloucado, completamente irresponsável, que simplesmente acha que pode liderar um movimento autoritário. Enquanto isso, ele — eleito presidente da República — um cidadão, tem se comportado de forma ridícula”, criticou a deputada Luizianne Lins (PT-CE) ao discursar na terça-feira (2), durante a sessão remota da Câmara dos Deputados.
Luizianne denunciou as irresponsabilidades de Bolsonaro que só sabe se exibir e brincar com a vida de milhões de brasileiros. “Um dia ele passeia de jetski; outro dia anda de helicóptero com o dinheiro público, diga-se de passagem; outro dia, monta a cavalo. Ele podia fazer tudo isso. Isso seria problema dele, se ele não fosse presidente da República e se nós não estivéssemos num momento de uma pandemia”, alertou.
A parlamentar conclamou por Fora, Bolsonaro em defesa do Brasil e de seu povo. “Nós defendemos o ‘Fora, Bolsonaro!’, estamos defendendo o povo brasileiro e o Brasil, porque um presidente que joga contra o País não merece mais permanecer governando o nosso País”, disse.
Descaso e vetos aos auxílios emergenciais
A deputada petista reforça que o País está diante de um vírus que desafia o mundo e a ciência, e destacou as medidas que o Congresso Nacional aprovou como o auxílio emergencial de R$ 600, enquanto o presidente Jair Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, queriam que fosse de apenas R$ 200 e também a aprovação do ‘orçamento de guerra’. Mas Luizianne lembra que ainda há milhões de brasileiros — pelo menos, um terço de brasileiros — que têm direito aos R$ 600 e ainda não o receberam. “Sabe por quê? Porque eles brincam com a fome do povo. Ninguém vai ficar em casa morrendo de fome nem vendo o filho morrer de fome. Então, na prática, ele implementa. Quando faz isso, o que ele pensa? Em mandar as pessoas irem para a rua para morrer. Sabe quem vai morrer? Os pobres. Estão aí os índices”, apontou.
Luizianne ressaltou a importância da aprovação do Projeto de Lei (PL 873/2020) que aprimorou o auxílio emergencial dando a várias outras categorias este direito, mas lamentou os vetos de Bolsonaro aos trabalhadores da área da beleza, entre outras.
“É importante dizer que ele tem esperado até o dia do limite do veto, até o último dia em que ele tem que sancionar ou vetar, para ele muitas vezes vetar, como foi o caso do projeto nº 873. As manicures, as pedicures e os trabalhadores da beleza, tudo que ele mandou abrir estava previsto no projeto e, de forma perversa, ele vetou, para botar essas pessoas para trabalharem e, consequentemente, pegarem o vírus. Ele vetou os pesadores artesanais. Isso é uma crueldade”, denunciou.
De acordo com a parlamentar, outra ajuda que foi aprovada e até hoje os beneficiários não receberam nada foram os empresários das micro, pequenas e médias empresas, “é a burocracia como método, querendo fazer o povo de besta e fazer os pequenos e médios empresários de besta”, afirmou Luizianne.
A renda emergencial cultural para os artistas e trabalhadores da arte e da cultura também já foi aprovada pelo Congresso, mas até agora nada. “O tempo para sancionar vai até o limite e muitas vezes vetam-se elementos fundamentais dos projetos”, explicou a deputada cearense.
Lorena Vale