Sociedade Civil e parlamentares manifestam confiança irrestrita no sistema eleitoral e repudiam violência política

Foto: Lula Marques

Representantes e militantes de entidades e organizações da sociedade civil, com apoio de parlamentares de esquerda – principalmente do PT – declararam nesta terça-feira (2) total confiança nas urnas eletrônicas e repudiaram todo e qualquer ato de violência política de cunho eleitoral. Durante o ato organizado pela Coalização em Defesa do Sistema Eleitoral – iniciativa que reúne mais de 200 entidades e organizações -, realizado no Senado, o presidente Jair Bolsonaro foi acusado de tentar “melar” as eleições ao criticar o sistema eleitoral e de incitar discursos de ódio que resultou, por exemplo, no assassinato do tesoureiro do PT de Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda.

Representante da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) Tânia Oliveira. Foto: Lula Marques

Na abertura do evento, a representante da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), Tânia Oliveira, apresentou a relação de entidades que fazem parte da Coalizão. Além da própria ABJD, também compõem essa aliança em defesa da democracia a CUT, a FUP, a APIB, Comissão Pastoral da Terra (CPT), Grupo Prerrogativas, o MST, o MTST, os Policiais Antifascistas, o Conselho Nacional de igrejas Cristãs (Conic), a Comissão Brasileira de Justiça e Paz da CNBB, a Associação de Juízes pela Democracia (AJD) e a Coalização Negra por Direitos, dentre outras.

Representando o movimento sindical, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, disse que os trabalhadores confiam no atual sistema eleitoral do País e rechaçam qualquer tentativa de não se reconhecer o resultado das eleições de outubro.

“Democracia, para nós trabalhadores, não é apenas o direito de votar, mas termos o direito de reivindicarmos nossos direitos. Em uma ditadura isso se perde, assim como a classe trabalhadora perde o direito de ter seus sindicatos e seus líderes são presos. Por isso dizemos não a esses ataques ao sistema eleitoral, eles não irão prevalecer”, afirmou.

Já em nome da Associação de Juízes pela Democracia (AJD), o desembargador Marcos Pinheiro lamentou que em pleno século XXI ainda seja necessário defender a democracia no Brasil.

“Nós juízes quando tomamos posse juramos defender a Constituição, e isso não se faz apenas dentro dos gabinetes quando analisamos um processo, mas deve ser feito a todo momento. Nós da AJD não ficaremos calados vendo o sistema eleitoral ser ameaçado diuturnamente como temos visto neste País”, declarou.

Petistas manifestam confiança nas urnas eletrônicas

Líder do PT, Reginaldo Lopes. Foto: Lula Marques

Ao falar em nome da Bancada do PT na Câmara, o líder do partido, deputado Reginaldo Lopes (MG), ressaltou que os deputados petistas não vão aceitar contestações ao resultado das urnas nas próximas eleições.

“Esse movimento é fundamental para reafirmarmos a nossa democracia e a confiança no nosso sistema eleitoral, que é um dos mais seguros e modernos do planeta. Não aceitaremos um golpe, como o que Bolsonaro planeja e deixou claro na reunião que teve com embaixadores para criticar as urnas eletrônicas. Vamos defender com intransigência a democracia”, observou.

Presidenta Gleisi Hoffmann. Foto: Lula Marques

Impossibilitada de comparecer ao evento, a presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), enviou um vídeo em que reiterou a confiança do partido no sistema eleitoral.

“A defesa do sistema eleitoral, dos ataques feitos pelo presidente Bolsonaro, precisa ser reafirmada para preservarmos a nossa democracia. Não iremos repetir qualquer outra ação que não seja aceitar o resultado das urnas eletrônicas e a vontade do povo”, frisou.

Deputado Alencar Santana. Foto: Lula Marques

O líder da Minoria na Câmara, deputado Alencar Santana Braga (PT-SP), destacou que na atual conjuntura brasileira “é preciso defender o óbvio” diante dos ataques do presidente Bolsonaro e de seus apoiadores ao sistema eleitoral brasileiro.

“Estamos dizendo aqui que confiamos no processo eleitoral. Essa não é a primeira eleição em que vamos usar a urna eletrônica. Se fosse até poderia haver alguma dúvida. Este presidente comete crime quando levanta dúvidas sobre o nosso sistema eleitoral, como o que ele fez quando convocou embaixadores para atacar as urnas eletrônicas”, destacou.

Repúdio à violência política

Durante o Ato também foram condenados atos de violência política cometidos por bolsonaristas no País, como o caso mais recente do assassinato do tesoureiro do PT, Marcelo Arruda, morto a tiros enquanto comemorava seu aniversário com a família e amigos, em Foz do Iguaçu, tendo como tema da festa o PT e Lula. Em vídeo, a presidenta nacional do PT ressaltou que o partido repudia atos de violência política.

“Importante lembrar do companheiro Marcelo Arruda que, como outros, assim como Marielle Franco, morreram por motivação políticas e por crimes de ódio. Esse não é o Brasil que queremos ou o que o povo brasileiro merece. Nossa escolha é a democracia, é vencer a violência e o retrocesso. Nós queremos paz e um País melhor para todos e todas”, explicou Gleisi Hoffmann.

Sobre uma possível escalada de violência da parte de bolsonaristas, o deputado Alencar Santana Braga lembrou durante o evento que já foi feita uma proposta à Justiça Eleitoral para trazer mais tranquilidade ao País no dia da eleição, em 2 de outubro.

“Temos que colocar um basta nessa escalada de violência. Imagine uma pessoa a serviço da justiça eleitoral, ou parte da população, com medo de sair as ruas no dia eleição. Por isso protocolamos uma ação na Justiça Eleitoral pedindo que seja suspenso o porte de armas no dia da eleição, e que apenas os profissionais da segurança púbica, em serviço, possam tê-lo. Não queremos que o dia da eleição se torne um domingo sangrento”, advertiu.

Presente ao encontro, o advogado da família de Marcelo Arruda, Daniel Godói, disse que a morte do tesoureiro do PT é um “exemplo trágico dos últimos tempos envolvendo a instigação de discursos de ódio”.

“No entanto, a família espera que as pessoas não se deixem abater com a violência, porque é a resistência que vai derrotar o fascismo. Em nome da família agradeço a solidariedade que tem ajudado a família nuclear (esposa e filhos) de Marcelo Arruda a passar por tudo isso”, disse o advogado sendo sucedido pelas palavras de ordem dos presentes no plenário: “Marcelo, presente! Hoje, e sempre”.

Também discursaram durante o evento os deputados Bohn Gass (PT-RS) e Rogério Correia (PT-MG), o senador Humberto Costa (PT-PE) – por vídeo -, além de parlamentares do PCdoB, PSOL e Cidadania. Pelas entidades e organizações se pronunciaram representantes do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs, dos Policiais Antifascismo, do MTST, da Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CNBB), da Central de Movimentos Populares (CMP), da Coalização Negra por Direitos e da UNE.

Também compareceram ao ato o líder da Minoria no Congresso, deputado Afonso Florence (PT-BA), o deputado Enio Verri (PT-PR), além de embaixadores e representantes das embaixadas da Alemanha, Áustria, Bélgica, Sérvia, União Europeia, Eslováquia, Suíça, Austrália, Portugal, Irlanda, Guiné-Equatorial e Eslovênia.

Assista o ato na íntegra:

https://www.facebook.com/ptnacamara/videos/601226348245941

 

Héber Carvalho

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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