Nilto Tatto: Hora de Trabalhar

Nilto Tatto: "A gravidade das enchentes que vem atingindo o Rio Grande do Sul demanda ações imediatas". Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini

(*) Nilto Tatto

O momento é de comoção geral. A gravidade das enchentes que vem atingindo o Rio Grande do Sul demanda ações imediatas, coordenadas e efetivas, envolvendo governos Federal, estadual e municipais, além do poder legislativo, movimentos sociais e a população. Não é hora de um cabo de guerra para apontar culpados, mas é imperativo identificar e atacar a causa dos problemas, que sabidamente não são apenas as chuvas.

Não me surpreenderia, por exemplo, se eu visse um parlamentar que sistematicamente defende a flexibilização das leis ambientais, o desmonte do Código Florestal ou a expansão do agronegócio sobre terras indígenas e áreas de proteção, lamentando pelo que vive o povo gaúcho – a tragédia une pessoas. Tenho certeza que o sentimento de todos que se compadecem com a situação é legítimo, mas será que mesmo depois de tanto horror, seguirão defendendo, na Câmara ou no Senado, medidas que comprovadamente intensificam eventos climáticos extremos como este?

Deputado Nilto Tatto. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Para quem ocupa um cargo público, se compadecer com as vítimas de desastres naturais não significa apenas atender prontamente às pessoas afetadas, o que é urgente, mas também trabalhar para que tais eventos não voltem a causar tanto sofrimento. Faz apenas um ano que o Rio Grande do Sul sofreu uma tragédia semelhante e se nada for feito, a tendência é piorar. É evidente que não podemos controlar as secas ou as chuvas, mas sabemos que preservar o meio ambiente é o melhor caminho para manter o equilíbrio.

Tenho certeza que, se deputados e senadores se comprometerem com o enfrentamento às emergências climáticas, o trabalho de prevenção a eventos extremos será muito mais fácil do que resgatar pessoas e animais; reconstruir boa parte da infraestrutura, danificada ou destruída pelas chuvas ou pior, lamentar a perda de entes queridos. Vamos juntos, trabalhar para acabar com o sofrimento do povo gaúcho, mas também para evitar que novos episódios como este voltem a castigar o Rio Grande do Sul ou qualquer um dos demais estados brasileiros. Não é hora de falar “eu te disse”, mas de ouvir o que está sendo dito e trabalhar.

(*) é deputado federal (PT-SP).

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