Sem anistia, defendem petistas após Bolsonaro confessar ter tido acesso à minuta de golpe

Os bolsonaristas insistem em golpes contra a democracia. Sem anistia para os crimes de 8 de janeiro de 2023. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro admitiu, nesse domingo (25) em ato na avenida Paulista, que tinha conhecimento da minuta de golpe. O documento, que foi encontrado na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres em janeiro de 2023, previa uma intervenção no Tributal Superior Eleitoral (TSE) para mudar o resultado das últimas eleições, vencidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para os parlamentares da Bancada do PT, Bolsonaro é “réu confesso”.

“Investigado por ter estimulado e forjado os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, Bolsonaro agora tenta posar de vítima, mas assina atestado de culpa ao defender anistia para si mesmo. Já antevê que poderá ser condenado e preso como idealizador e principal beneficiário da tentativa golpista. Quer posar de bom moço, mas seu histórico é conhecido por todos: não tem compromisso democrático, defende a tortura e é uma ameaça permanente à democracia e às instituições. Sem anistia”, escreveu o líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Odair Cunha (MG), nas redes sociais.

Em seu discurso no ato, Bolsonaro defendeu anistia para todos os envolvidos nos atos terroristas do dia 8 de janeiro de 2023. Para a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), o pedido de anistia é uma “confissão de culpa. “Bolsonaro é réu confesso. É o que faltava depois de tantas provas”.

 

Avaliação do ato

O deputado Rogério Correia (PT-MG), um dos deputados mais atuantes na CPMI que investigou os atos golpistas de janeiro de 2023, avaliou que após as investigações da Polícia Federal, da Procuradoria-Geral da República, do Supremo Tribunal Federal e as provas da tentativa de golpe, Bolsonaro não terá mais força para promover outros atos.

“Como o ato já foi aquém do que precisavam e deixou aliviado o STF e todos nós, outros atos, se tentarem, serão menores e desmoralizantes. Além de tudo, no discurso mostrou medo, pediu anistia em tom de clemência e escorregou na confissão da minuta. Sinceramente, um passo a mais para a justa punição, que segundo cálculos da CPMI podem chegar a 29 anos de prisão”, afirmou Rogério.

O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), disse que não se pode “aceitar a naturalização dos atos golpistas” de quem atentou contra a democracia. “Essa naturalização afronta o Estado Democrático de Direito e a democracia. Não tem espaço para anistiar quem cometeu crimes contra a nossa nação. Aos que patrocinaram a barbárie precisam ser punidos com todo o rigor da nossa Constituição Federal. Quem participou destes atos, incluindo os governadores, se colocam na condição de cúmplices da tentativa de golpe”.

Leia mais declarações dos parlamentares:

Deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) – “Diante da PF Bolsonaro calou, mas inebriado pela multidão assumiu minuta de golpe e outros crimes. Falas na Paulista serão usadas pela PF como prova da trama golpista. Sincericídio que aproxima, cada vez mais, o inelegível da prisão”.

Deputado Helder Salomão (PT-ES) – “Na Paulista, o ex-presidente golpista produziu prova contra si ao admitir a existência da MINUTA DO GOLPE, sustentar que o conteúdo do documento era absolutamente legal e pedir anistia para golpistas. Confissão pública de crime. O cerco está se fechando”.

Deputado Bohn Gass (PT-RS) – “Golpe é tanque na rua. É conspiração “, disse Bozo. Isso mesmo. E foi isso o que ele tentou. Chamou os chefes das Forças Armadas, fez a minuta e estimulou os acampamentos de onde saíram até bombas. O golpe só não se consumou porque ele não conseguiu. Mas tentou. E esse é o crime”.

Deputado Kiko Celeguim (PT-SP) – “Encerrando o domingão do mesmo jeito que ele começou: naquela paz indescritível de quem sabe que é o maior estadista que este país já viu e que nada, absolutamente nada, mudou. Seguimos firmes, lutando pelo povo, respeitando a democracia e colocando o Brasil no lugar que ele nunca deveria ter saído”.

Deputada Natália Bonavides (PT-RN) – “Bolsonaro se recusou a responder as perguntas da Polícia Federal, mas decidiu confessar em ato público que elaborou o decreto para mudar o resultado das eleições. É um golpista e precisa ser punido junto com todos os seus cúmplices”.

Deputado Padre João (PT-MG) – “Pronto. Tentaram aparecer. Só ouviu mugido bem fraco. Agora voltemos para a pauta que todos interessam: Bolsonaro preso”.

Deputada Ana Pimentel (PT-MG) – “Temendo ser preso justamente por atentar contra a democracia, Bolsonaro debocha da sociedade com ato na Paulista”.

Deputado Carlos Zarattini (PT-SP) – “Bolsonaro admitiu a existência da minuta do golpe, se enrolou na justificativa e por fim pediu anistia aos golpistas que foram presos no 8/1, na esperança de que caso seja condenado a anistia também o contemple”.

Deputada Juliana Cardoso (PT-SP) – “O inelegível conseguiu a façanha de criar novas provas contra ele mesmo. E ainda teve a coragem de pedir anistia aos criminosos das invasões de 8/1. É patético. Não tem acordo com quem tenta destruir a democracia. Bolsonaro na cadeia”.

Deputado Reimont (PT-RJ) – “Confessou. Na Paulista, Bolsonaro admitiu que sabia da existência de uma minuta com planos para o golpe de Estado e pediu anistia. Sem anistia para golpista”.

Deputado Josias Gomes (PT-BA) – “Os golpistas foram derrotados nas urnas. Foram derrotados na intentona golpista; a massa de manobra, Bolsonaro e os financiadores da tentativa de golpe serão punidos. Sem Anistia. A arruaça na Paulista é a agonia final antes do sepultamento do fascismo no Brasil”.

Deputada Erika Kokay (PT-DF) – “Bolsonaro assume culpa durante ato flopado na Paulista. O inelegível cita em seu discurso ter conhecimento da minuta golpista, tenta minimizar a gravidade da existência do documento e ainda tem coragem de pedir anistia para os presos do dia 8 de janeiro. Eles insistem em desrespeitar as instituições e a vontade do povo brasileiro que elegeu Lula democraticamente. Basta. Queremos Bolsonaro na cadeia”.

Deputado Nilto Tatto (PT-SP) – “Defendeu a ditadura de 64; homenageou torturador; estimulou o ódio das mais variadas formas; insuflou golpismos de todos os tipos; agora o inelegível se diz perseguido e pede anistia para presos por 8 de janeiro”.

Deputada Ana Paula Lima (PT-SC) – “O inelegível esperava 1 milhão de pessoas na Paulista. Manifestantes ocuparam menos de 7 dos 18 quarteirões, o que corresponderia a 100 mil pessoas, e ainda com espaços vazios. E isso que o ato foi unificado, com caravanas financiadas em todo o país”.

Deputado João Daniel (PT-SE) – “Enquanto Lula se destaca como estadista, defensor da democracia e dos direitos do povo, Bolsonaro alimenta o obscurantismo e a ameaça à democracia ao apoiar ideais golpistas, nessa patética tentativa de se esconder das responsabilidades do dia 8 de janeiro”.

Deputada Dandara Tonantzin (PT-MG) – “Bolsonaro produzindo provas contra ele mesmo e admitindo a existência da minuta do decreto de golpe. Lógico, de acordo com as investigações da PF, ele mesmo que ajudou a escrever”.

Deputada Reginete Bispo (PT-RS) – “A milícia do golpe tem que pagar pelos crimes que cometeu. De qual lado você está? Ao lado de quem escolheu a democracia? Ou o lado dos que escolheram tramar o golpe?”.

Deputado Luiz Couto (PT-PB) – “Bolsonaro não tem moral para chamar ato em defesa de estado democrático de direito. Aparelhou o Estado para perseguir adversários. Desrespeita qualquer expressão de democracia. O “direito” que ele entende é o de cassar direitos do povo”.

 

Lorena Vale

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