Rogério Correia propõe desativação de todas barragens construídas aos moldes de Brumadinho

Um Projeto de Lei (PL) protocolado nesta segunda-feira (4) na Câmara dos Deputados pelo deputado federal Rogério Correia (PT-MG) propôs a desativação de todas as barragens construídas com o método de alteamento à montante no Brasil. Esse foi o modelo adotado, por exemplo, na barragem da Mina do Córrego do Feijão, que se rompeu em Brumadinho (MG), região metropolitana de Belo Horizonte, no dia 25 de janeiro.

Se o projeto for aprovado, todas as barragens construídas nesses moldes serão descomissionadas, ou seja, devem encerrar suas atividades. A proposta também inclui a proibição de que, nesse intervalo, barragens desse tipo tenham sua capacidade expandida – incluindo aquelas que já obtiveram licenciamento ambiental para ampliação.

Correia, que foi relator da Comissão Especial de Barragens na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, argumenta que o método de alteamento à montante é o que tem maiores riscos de rompimento: “Nós vamos atacar o lobby das mineradoras no Congresso, e isso só se faz com povo organizado”, promete.

Foto: Gustavo Bezerra

Montante e jusante

Há dois métodos básicos na construção de barragens: os alteamentos à jusante e à montante. Bruno Milanez, professor do Departamento de Engenharia de Produção Mecânica da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), explica o que causa instabilidade no segundo modelo. “A barragem à montante é construída em direção aos rejeitos. À medida que a barragem vai se tornando mais alta – fazendo os subsequentes alteamentos, os ‘degraus’ que vemos –, ela tem uma inclinação, subindo sobre o rejeito. Chega um momento em que se faz a barragem sobre o próprio rejeito, um material, pelo seu teor de água, que não é muito estável”, analisa.

Milanez aponta que, nas barragens à jusante, os níveis são construídos na direção oposta aos rejeitos e utilizam como base o solo compactado. Esse elemento em que se fundam as barragens, tecnicamente chamado de “material de empréstimo”, torna a barragem à jusante mais cara.

É essa diferença de custos que explica a opção das mineradoras privadas pelo método de alteamento à montante.

O deputado Correia defendeu que a sociedade civil seja parte do debate sobre o PL, justamente por conta da influência das mineradoras, por meio de seu poder econômico, em espaços de decisão no Congresso Nacional: “Infelizmente, já sabemos na prática a inviabilidade desse modelo de barragem, pois ele é ‘seguro’ até que caia, trazendo danos irreparáveis à vida humana e ao meio ambiente. Somente a pressão e mobilização populares serão capazes de furar o bloqueio das mineradoras, cujo lobby tem muita influência”.

 

Por Brasil de Fato

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Postagens recentes

CADASTRE-SE PARA RECEBER MAIS INFORMAÇÕES DO PT NA CÂMARA

Veja Também

Jaya9

Mostbet

MCW

Jeetwin

Babu88

Nagad88

Betvisa

Marvelbet

Baji999

Jeetbuzz

Mostplay

Melbet

Betjili

Six6s

Krikya

Glory Casino

Betjee

Jita Ace

Crickex

Winbdt

PBC88

R777

Jitawin

Khela88

Bhaggo

jaya9

mcw

jeetwin

nagad88

betvisa

marvelbet

baji999

jeetbuzz

crickex

https://smoke.pl/wp-includes/depo10/

Depo 10 Bonus 10

Slot Bet 100

Depo 10 Bonus 10

Garansi Kekalahan 100