Revelação de gastos do Cartão Corporativo de Bolsonaro demonstram a farsa da imagem de “homem simples”, acusam petistas

Foto: Presidencia/Arte: PT na Câmara

Parlamentares da Bancada do PT na Câmara afirmaram nesta quinta-feira (12) que a queda do sigilo de 100 anos decretado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para os gastos feitos por ele com o Cartão Corporativo da Presidência da República demonstra que o perfil de “homem simples” vendido por ele à opinião pública não passou de uma farsa. De acordo com os petistas, além de comprovar a gastança de recursos públicos para bancar as mordomias do ex-presidente, notas fiscais também podem esconder esquemas de lavagem de dinheiro.

Segundo as informações recebidas pela Fiquem Sabendo, agência de dados públicos especializada na Lei de Acesso à Informação (LAI), o ex-presidente gastou pelo menos R$ 27,6 milhões em despesas. Na lista divulgada pela imprensa, chama a atenção o gasto de R$ 13,6 milhões em hospedagem, a maioria em hotéis de luxo, contrariando o discurso de austeridade e simplicidade vendida por Bolsonaro. Apenas no hotel Ferrareto Hotel, no Guarujá (SP), foi gasto R$ 1,46 milhão em diárias. Segundo levantamento do jornal Estadão, pelo valor médio da diária de R$ 500, o montante seria suficiente para mais de 2,9 mil diárias.

Para o líder do PT na Câmara, deputado Reginaldo Lopes (MG), a revelação dos gastos do Cartão Corporativo de Bolsonaro deve revelar um esquema de desvio de recursos públicos.
“Bolsonaro e seus milicianos usaram o cartão corporativo para roubar no varejo. E usaram cloroquina, vacinas, privatizações, campos da Petrobras, barras de ouro no MEC e outros esquemas para roubar no atacado. Vai faltar lugar na cadeia para tanto meliante. É por isso que ele gostava do sigilo!”, afirmou.

Além do gasto milionário em hotéis de luxo, o líder eleito da Bancada do PT para a ano legislativo de 2023, deputado Zeca Dirceu (PR), chamou a atenção para outros gastos fora do normal.
“Escandaloso! Com a quebra dos sigilos de 100 anos, descobrimos que Bolsonaro gastou R$ 1,46 milhão em um único hotel com o cartão corporativo. Somente em uma padaria, o gasto chegou a R$ 362 mil. De simples esse ex-presidente não tem nada!”, acusou.

Por sua vez, a presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), afirma que além dos gastos serem altos, também não correspondem à realidade.

“Abertura de sigilo do cartão corporativo do genocida mostra como o gasto foi perdulário e estranho. Numa lanchonete, havia várias contas de R$ 9 mil redondo. Em um hotel em Guarujá, foram R$ 1,46 milhão em diárias. Como elas custam de R$ 436 a R$ 940, como chegou a esse valor?”, indagou.

Já o líder do governo Lula na Câmara, deputado José Guimarães (CE), ressaltou que enquanto Jair Bolsonaro esbanjava recursos públicos, o povo brasileiro sofria com a volta da fome e morria de Covid.

“Farra com dinheiro público! Bolsonaro gastou R$ 27,6 MILHÕES do nosso dinheiro com besteiras no cartão corporativo. Não trabalhou, só fez farra às nossas custas enquanto o povo morria de fome e Covid”, observou.

Corrupção

Outros parlamentares petistas também ressaltaram que a revelação dos gastos do Cartão Corporativo levanta fortes suspeitas sobre roubo de recursos públicos. O deputado Rogério Correia (PT-MG) lembrou que foram gastos R$ 362 mil reais apenas em uma padaria.

“Com a quebra do sigilo, descobrimos que Bolsonaro gastou R$ 362 mil em uma mesma padaria com o cartão corporativo. Conheço padarias bem mais baratas e com pães de queijo ótimos para indicar aqui em Minas Gerais. Bolsonaro será preso também por roubo e corrupção!”, revelou.

Segundo revelações da imprensa, notas fiscais comprovam 20 compras realizadas na padaria carioca Santa Marta, variando entre R$ 880 (menor valor) e R$ 55 mil (maior valor). A média ficou em R$ 18 mil, com total de R$ 362 mil em gastos. Uma dessas compras, no valor de R$ 33 mil, foi no dia 22 de maio de 2021, véspera de uma motociata realizada no Rio de Janeiro.

A deputada Natália Bonavides (PT-RN), também destacou que as aberturas dos gastos apontam para outras compras que fogem da realidade.

“Lavagem de dinheiro? Os gastos absurdos no cartão corporativo do ex- presidente Bolsonaro exigem investigação. Como pode gastar em um único dia R$ 109 mil em um restaurante que cobra cerca de R$ 20 pela marmita? Isso aconteceu em Boa Vista, Roraima”, ressaltou.

De acordo com denúncias veiculadas pela imprensa, com o valor teoricamente gasto no modesto restaurante seria possível comprar 6,4 mil marmitas.

Também manifestaram revolta com os gastos absurdos e obscuros de Bolsonaro com o Cartão Corporativo os deputados Pedro Uczai (SC), Padre João (MG), Maria do Rosário (RS), Marcon (RS), Enio Verri (PR), Professora Rosa Neide (MT), Jorge Solla (BA), Rubens Pereira Jr (MA), Josias Gomes (BA), Helder Salomão (ES), Paulo Guedes (MG), Alencar Santana (SP), Leonardo Monteiro (MG), Erika Kokay (DF), Carlos Veras (PE), Joseildo Ramos (BA), Nilto Tatto (SP), Carlos Zarattini (SP), Odair Cunha (MG), Luizianne Lins (CE), Valmir Assunção (BA) e Henrique Fontana (RS)

Héber Carvalho

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