A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), ingressou com uma representação por quebra de decoro parlamentar, no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por apologia à tortura sofrida pela jornalista Miriam Leitão durante a ditadura militar no Brasil. Em uma postagem no Twitter, o filho do presidente responde uma crítica da jornalista ao seu pai dizendo ter “pena da cobra”, lembrando o uso de uma jibóia como método de tortura contra Miriam Leitão, quando ela, mesmo grávida, foi mantida como presa política durante a ditadura.
O ataque ocorreu após uma postagem no Twitter em que a jornalista e comentarista de economia afirma ser um erro da terceira via “tratar Lula e Bolsonaro como iguais”. Miriam Leitão observou ainda que “Bolsonaro é inimigo confesso da democracia”. Em resposta, Eduardo Bolsonaro replicou: “Ainda com pena da cobra”.
A ação é apoiada pelo líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Reginaldo Lopes (MG) e pelas deputadas do partido: Benedita da Silva (RJ), Natália Bonavides (RN), Erika Kokay (DF), Maria do Rosário (RS), Luizianne Lins (CE), Rejane Dias (PI) e Professora Rosa Neide (MT).
As parlamentares e o líder do PT observam na ação que, “saudosista do regime ditatorial”, Eduardo Bolsonaro demonstrou ser “incapaz de responder a uma crítica dentro das regras democráticas”. Segundo eles, a resposta “apenas reafirma a incompatibilidade da família Bolsonaro com o regime democrático”.
“Trata-se de mais uma ação em que se faz apologia à tortura e à ditadura militar, numa postura de intolerância e ódio dentre tantos que vem pautando a trajetória política do Representado, sem que nenhuma providência seja adotada por essa Casa Legislativa, fazendo com que a impunidade continue a grassar e estimular o comportamento intolerante e criminoso do referido deputado federal”, afirmam na representação.
Ao lembrar que esta não é a primeira declaração do deputado que atenta contra os direitos humanos, os petistas afirmam que essas condutas do deputado Eduardo Bolsonaro são “claramente incompatíveis com o exercício da função de representação parlamentar”. Eles afirmam ainda que o direito à livre manifestação assegurado ao deputado bolsonarista não permite conduta dessa espécie, “onde se enaltecem práticas de torturas e ataques a cidadãos e ao Estado Democrático de Direito”.
Leia abaixo a íntegra da representação:
Representação- Eduardo Bolsonaro Apologia Tortura
Héber Carvalho