Protesto em plenário: Temer é verdadeiro capataz do povo brasileiro

Mais uma mazela praticada pelo governo ilegítimo de Michel Temer foi denunciada pelos parlamentares da bancada do PT que se revezaram na tribuna da Câmara, nesta terça-feira (17), para alertar sobre a gravidade da portaria 1.129/2017, do Ministério do Trabalho que traz de volta o fantasma do trabalho escravo no Brasil. Entre outros pontos, a medida altera os critérios que tipifica o trabalho análogo à escravidão, como está previsto no Código Penal.

“Esta portaria praticamente legaliza o trabalho escravo no Brasil, ao diluir a sua definição legal”, protestou a deputada Benedita da Silva (PT-RJ). Esclareceu a parlamentar que a definição legal do trabalho em condições de escravidão está baseada em quatro aspectos: trabalho forçado, servidão por dívida, condições degradantes ou jornada exaustiva. “A referida portaria coloca como única condição o cerceamento de liberdade do trabalhador. Caso ocorra consentimento, não haveria ilegalidade”, denunciou Benedita da Silva.

Avaliou ainda a petista que tal fato é mais uma face nefasta do golpe parlamentar que tirou do poder um governo comprometido com os anseios do povo brasileiro e colocou ilegitimamente aquele quem tem provocado todo tipo de mazela ao país e à classe trabalhadora.

“Como o setor ruralista nunca aceitou a caracterização moderna de trabalho escravo e muito menos suas consequências legais, se aproveita do retrocesso geral imposto pelo golpe de 2016 para fazer atender seus interesses”, afirmou a petista.

Essa portaria, observou Benedita, chega no momento em que o parlamento analisa a nova denúncia de obstrução de justiça e organização criminosa que pesam sobre Temer. “O usurpador Temer faz qualquer negociata para derrotar a nova denúncia contra ele, até mesmo trocar a salvação de seu governo corrupto por mais trabalho escravo do povo brasileiro”, frisou.

O deputado Chico D’Angelo (PT-RJ) disse que o Brasil acompanha “estarrecido”, mais esse retrocesso imposto pelo golpista. “O Brasil já foi referência no enfrentamento ao trabalho escravo recentemente, mas a Organização Internacional do Trabalho (OIT) também já se pronunciou como sendo um retrocesso absurdo”, citou o deputado. Ele ainda lembrou que tanto o Ministério Público Federal e o Ministério Público do Trabalho já se pronunciaram sobre a ilegalidade da portaria.

“O Temer está sendo considerado por todos como um verdadeiro capataz do povo brasileiro. Ele se tornou o grande capitão do mato com essa portaria que impede a investigação do trabalho escravo no Brasil”, disse o deputado.

Foto: Gustavo Bezerra

Na mesma linha o deputado Padre João (PT-MG) repudiou a iniciativa. “É uma vergonha. São os desdobramentos do golpe!”, afirmou. Ele ainda lembrou da precariedade que existe em relação ao aparato de fiscalização. Segundo o deputado, raramente havia fiscalização que possibilitasse flagrante. “Todos os anos encontram-se trabalhadores e trabalhadoras em situação análoga ao trabalho escravo. Agora, vem o governo golpista relaxando os conceitos, como se estivesse legalizando a escravidão”, condenou.

Benildes Rodrigues

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