Petistas exaltam vitória de Lula e criticam golpistas de extrema direita

Foto: Ricardo Stuckert

Parlamentares da Bancada do PT na Câmara comemoraram durante pronunciamentos no plenário da Câmara, nessa segunda-feira (7), a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva no último dia 30 de outubro. Além das felicitações a Lula, os petistas também criticaram os movimentos golpistas da extrema direita que ocorrem em alguns locais do País e que não aceitam a derrota do atual presidente Jair Bolsonaro. Nos discursos, os parlamentares destacaram que a missão do novo presidente eleito é unir e reconstruir o País, com atenção especial à população empobrecida nos últimos 4 anos, além de retomar políticas públicas abandonadas pelo atual governo e fortalecer a democracia.

O líder da Minoria na Câmara, deputado Alencar Santana (PT-SP), ressaltou que o resultado da eleição presidencial que deu a vitória a Lula foi o desejo da maioria da população brasileira. “O eleitor foi à urna, depositou seu voto, sua opinião, sua confiança, seus desejos e ali decidiu, de maneira democrática, quem será o próximo Presidente do Brasil”, observou.

Por sua vez, o deputado Jorge Solla (PT-BA) destacou que a eleição de Lula foi a vitória da democracia e do desejo de mudança expressada pelo povo brasileiro. “A vida não foi fácil, a vida não está fácil, mas nunca deixamos a bola cair. Nós nunca desistimos do Brasil. Uniu-nos a capacidade de nunca perder a fé de que o amanhã vai ser melhor do que o hoje, a fé de que nós vamos vencer e a fé de que faremos de novo o que já fizemos nos governos de Lula e Dilma, que vamos reconstruir este País, destruído pelo fascismo, pela extrema direita nos últimos anos”, afirmou.

Vitória contra as fake news e o uso da máquina pública

Nos pronunciamentos, parlamentares afirmaram que a vitória de Lula pode ser considerada um feito histórico, principalmente pelo fato de o atual presidente ter usado uma imensa máquina de disseminação de mentiras (fake news) e ainda ter utilizado a máquina e recursos públicos para tentar ganhar votos.

“O Brasil enfrentou uma das eleições mais duras da nossa história, porque foi construída uma máquina de fake news, de mentiras propaladas e, ao que tudo indica, mantidas com recursos públicos, mentiras cuja repetição vamos ver nos áulicos do Presidente da República, nesses saprófagos da própria democracia e do direito do povo brasileiro”, acusou a deputada Erika Kokay (PT-DF). Entre essas mentiras, a parlamentar citou a fake news que circulou em redes sociais bolsonaristas de que Lula poderia fechar igrejas evangélicas caso vencesse a eleição.

Violência bolsonarista durante e após a campanha

O deputado Rogério Correia (PT-MG) lembrou que o caminho trilhado até a vitória foi pavimentado com muita resistência, inclusive enfrentando inúmeros casos de violência praticados por seguidores de Jair Bolsonaro, que se seguiram mesmo após proclamado o resultado da eleição.

“Nós vimos, por exemplo, uma deputada de armas em punho correndo atrás de um jornalista negro pelas ruas de São Paulo. Com certeza, ela terá que pagar por isso. Nós vimos também um ex-deputado federal jogar granadas, bombas e dar 50 tiros em carro da Polícia Federal. Nós vimos um jovem ser assassinado no Paraná por militantes bolsonaristas porque ele comemorava numa festa do PT. Nós vimos uma jovem de 12 anos ser morta em Belo Horizonte no dia da eleição. Anteontem, ela foi enterrada. Ela foi assassinada junto com outra pessoa por alguém que saiu atirando durante o fim das eleições onde se comemorava a vitória do Presidente Lula”, relembrou.

Além desses casos, Rogerio Correia citou a agressão a uma criança de 7 anos de idade, na cidade de Divinópolis (MG), que foi enforcada até perder a consciência por um policial militar bolsonarista reformado. A agressão ocorreu após o policial Marcelo Rodrigues Galvão (de 55 anos), ter perguntado a criança: “Você é Bolsonaro, né? ”, e ouvir como resposta: “Não. Eu sou Lula lá”.

Críticas ao golpismo da extrema direita

Após parabenizar o esforço de milhões de pessoas para derrotar o atual governo, “o fascismo e colocar para governar o Brasil uma pessoa que tem sensibilidade para lidar com as dificuldades por que passa a maioria do nosso povo”, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) criticou os golpistas de extrema direita que estão promovendo baderna e pedindo intervenção militar a fim de impedir a posse de Lula. “Eu queria também protestar contra aqueles que não aceitam o resultado e que estão tumultuando o País em vários pontos, bloqueando rodovias, fazendo cerco a quartéis, atirando contra policiais da Polícia Rodoviária Federal”, disse.

O parlamentar também rechaçou a perseguição que grupos de extrema direita promovem desde a vitória de Lula contra comerciantes e profissionais liberais identificados como opositores do atual presidente.

“Quero avisar que nós vamos defender todos que foram agredidos. Vamos denunciar à Justiça esses agressores, que vão ter que pagar pelo que estão fazendo, tentando intimidar pessoas que exerceram a democracia na sua cidade, no seu estado. Eles não vão passar incólumes; vão ter que responder à Justiça por essas agressões”, avisou Zarattini.

O deputado Paulão (PT-AL) revelou durante seu pronunciamento que, no seu estado, golpistas inconformados com a derrota de Bolsonaro estão acampadas em frente a quartéis pedindo “intervenção militar”. “Em Alagoas, um bando de hienas, que não conseguem conviver com a democracia, estão em frente ao quartel. Isso é muito grave. É grave porque uma parcela é militar da ativa com militares da reserva. Até hoje, não houve uma posição mais decisiva do Ministério Público Estadual e também em nível federal, porque esses órgãos são responsáveis pelo controle das polícias no Brasil”, cobrou.

Lula vai reconstruir o Brasil

Apesar de toda a destruição feita por Bolsonaro e dos movimentos golpistas que não reconhecem o resultado da eleição, parlamentares petistas ressaltaram a confiança de que Lula fará, a partir de 1º de janeiro, um governo de união nacional e de reconstrução do País.

“Eu tenho certeza de que o presidente Lula tem condições, sim, de tocar o nosso País, para que o povo tenha direito à educação, tenha direito à saúde, tenha direito a comer três vezes por dia e que tenha direito de produzir neste País, para a comida chegar mais barata para o brasileiro”, disse o deputado Marcon (PT-RS).

Já o deputado José Ricardo (PT-AM) ressaltou que o futuro governo Lula traz a esperança de um novo tempo para a Amazônia, com a garantia de preservação do meio ambiente e desenvolvimento sustentável da região. “No Amazonas, o Lula obteve a vitória. No Brasil, 60 milhões de pessoas votaram nele no segundo turno e mais de um milhão no Amazonas. Há uma confiança muito grande em relação ao governo do Lula para a Amazônia, para os povos amazônicos”, afirmou.

Héber Carvalho

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