Parlamentares da Bancada do PT na Câmara repudiaram hoje (23) a insensibilidade e o desprezo à vida do povo brasileiro demonstrados pelo governo Jair Bolsonaro no vídeo sobre reunião ministerial que veio ao conhecimento público ontem (22), por autorização do Supremo Tribunal Federal (STF).
O Brasil pôde acompanhar, pela televisão e pela imprensa, as barbaridades que Bolsonaro e seus ministros falaram durante duas horas. A reunião ocorreu no dia 22 de abril, quando o País contava com 46.195 pessoas contaminadas pela Covid-19 e 2.924 mortos.
Além de várias atrocidades verbalizadas por Bolsonaro e seus ministros, o que chamou a atenção da Bancada do PT é que em nenhum momento houve qualquer palavra sobre um plano para enfrentar a pandemia do coronavírus e nem socorro a trabalhadores e micro e pequenos empresários.
Crueldade
A deputada Rejane Dias (PT-PI) alertou que a vida das pessoas não tem sido a prioridade do governo federal. “Mais de duas horas de reunião, com palavrões e ilações, e nenhuma política na área da saúde foi citada. Isso, para mim, é algo cruel com o povo brasileiro. Do lado de fora, o povo voltando à condição de miséria”.
“Vamos ser sinceros? O vídeo da reunião é de 22/04. 2.674 brasileiros tinham morrido de Covid-19 até aquele momento. Surpresos com a insensibilidade do governo? Não. Bolsonaro sempre tratou a pandemia como histeria, gripezinha, debochando das vítimas”, denunciou o deputado Helder Salomão (PT-ES).
O deputado Nilto Tatto (PT-SP) destacou as principais fala dos ministros e afirmou que o ex-ministro, Sérgio Moro é cúmplice. “Salles fala em aproveitar pandemia para atacar Meio Ambiente. Damares diz que pedirá a prisão de prefeitos, governadores. Weintraub fala em prender ministros do STF. Moro, saiu alegando interferência, não denunciou as ilegalidades que presenciou e participou. Moro é cúmplice”.
Tchutchuca
Para o deputado Joseildo Ramos (PT-BA) os brasileiros estão largados à própria sorte. “Como bem disse o companheiro Zeca Dirceu, o ministro é “tchutchuca” com os grandes e “tigrão” com os pequenos. É por isso que milhares de brasileiros estão largados à própria sorte, os bancos aumentam juros e o crédito não chega às pequenas empresas. É uma política de governo”.
O deputado Rogério Correia (PT-MG) escreveu em suas redes sociais que os “inimigos do governo Bolsonaro são os servidores e o serviço público. Os amigos são o coronavírus e os banqueiros”.
Paulo Guedes
Durante a reunião, o ministro da Economia, Paulo Guedes, propôs “usar recursos públicos com grandes empresas e ganhar dinheiro”, ignora o drama de micro e pequenos empresários, responsáveis pela maior parte dos empregos no País. Para o deputado Airton Faleiro (PT-PA), Guedes confessou o que realmente pretende fazer. “Guedes confessando o que realmente pretende com sua política neoliberal: enriquecimento, se lícito ou ilícito, não sabemos; mas enriquecimento DELES, JÁ RICOS, PARA MAIS RICOS. Já os pobres…”
Para a deputada Erika Kokay (PT-DF), o governo bolsonarista só pensa no sistema financeiro. “É só nisso que esses calhordas do sistema financeiro pensam, enquanto deixam o povo morrer vítima do vírus, da miséria ou da fome”.
“Fala de Guedes é clara: hora de investir em grandes empresas e lucrar alto. Enquanto isso, o País afunda. Milhares de micro e pequenas empresas à beira da falência e já temos um exército de desempregos. Só lucro interessa ao governo! Ou tiramos Bolsonaro ou vamos enfrentar caos”, alertou o deputado Carlos Zarattini (PT-SP).
A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) disse que Bolsonaro e Guedes ignoram ajuda a milhões de brasileiros. “Bolsonaro/Guedes em nome somente dos grandes empresários. Isso explica o fato do governo correr para “salvar” os bancos com recurso público, em meio à pandemia, e ignorar ajuda a milhões de brasileiros q precisam do auxílio emergencial. Covardia e insensibilidade”.
O deputado Alencar Santana (PT-SP) destacou outra frase usada por Guedes. O ministro deixa claro que é melhor investir nas empresas grandes, porque as pequenas dão prejuízo. A reunião ministerial com Paulo Guedes e o governo desprezível de Bolsonaro genocida mostrou que são inimigos das empresas nacionais. Não se preocupam com empregos e valorizam somente o lucro”.
Lorena Vale