Petistas deixam claro ao presidente da Caixa Federal que lutarão contra a privatização da instituição

O presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Pedro Guimarães, participou de audiência pública na terça-feira (1º), na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP), para debater especialmente sobre a possível privatização da CEF, como quer o governo Bolsonaro. A deputada Erika Kokay (PT-DF), que solicitou a audiência, definiu ainda que a Caixa precisa oferecer melhores condições de trabalho aos empregados, além de fortalecer os programas sociais e, claro, não ser privatizada. Os deputados Marcon (PT-RS) e Zé Carlos (PT-MA) também endossaram os argumentos de Kokay, e deixaram claro que lutarão contra a privatização da CEF.

Sobre os cortes e congelamento de recursos ao Programa Minha Casa, Minha Vida, Erika Kokay afirmou que o trabalhador precisa de uma casa, que é o seu endereço, onde também mora a sua dignidade. “Precisamos de uma ação do governo que fortaleça o programa Minha Casa, Minha Vida, que durante os governos do PT teve uma média anual de investimentos de R$ 43 bilhões, e em 2019 é de R$ 4,6 bilhões, e em 2020 será de apenas R$ 2,7 bilhões. No governo do PT, a Caixa foi a maior articuladora de políticas sociais do Brasil”, recordou Erika.

Já na defesa da habitação rural, Marcon afirmou que moradias nas áreas rurais precisam ser retomadas, e ainda criticou a política de privatização de Bolsonaro.

Segundo Marcon, a “casa é mais que um telhado, é a autoestima das pessoas. Que a Caixa continue trabalhando por quem mais precisa, como o Cartão Cidadania, que financia projetos sociais, aliás, políticas sociais criadas pelo ex-presidente Lula”, destacou Marcon.

Condições trabalhistas

A pesquisa divulgada em 2018 pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) mostrou que 15% dos trabalhadores da Caixa fazem hora extra com frequência. Um a cada três funcionários já apresentou algum problema de saúde. O remédio mais utilizado é o antidepressivo, e mais da metade já sofreu ao menos uma situação de assédio moral. Quase 60% se dizem sobrecarregados.

Em meio aos estudos mostrados, a deputada Erika Kokay ressaltou a importância e o reconhecimento que os funcionários dos quadros da Caixa devem ter na instituição. Ela criticou, por exemplo, a nomeação do educador físico Cleyton Carregari, e que Pedro Guimarães nomeou este ano como consultor da presidência da Caixa, com salário de R$ 30 mil. Detalhe: Cleyton é personal trainer do presidente da CEF, que por sua vez, é genro de Leo Pinheiro, da empreiteira OAS.

“Como fica a situação de um trabalhador que se dedicou a vida inteira para a Caixa, vendo uma pessoa que talvez, por relações pessoais, e sem qualificação nenhuma assumiu a função de consultor? A Caixa foi fundada como Monte de Socorro da Corte. Financiou alforrias para escravos e escravas da época. A finalidade social não colide com a empresarial. Nós precisamos valorizar a empresa. Reparti-la e esquartejá-la para formação de empresas de cartões não a fortalece. Assim, como o tratamento inadequado aos funcionários” criticou a parlamentar.

O deputado Zé Carlos fez dois pedidos ao presidente da CEF. “O primeiro, é que não permita que haja qualquer tipo de ameaça contra a Caixa, no sentindo da privatização. O outro é a valorização dos empregados, que apesar de haver muitas contratações, as condições de trabalho precisam ser dadas, e isso é o que nos preocupa”, ressaltou o parlamentar do Maranhão.

Participaram também da audiência Tatiana Thomé de Oliveira, vice-presidente de Governo da Caixa; Roney de Oliveira Granemann, vice-presidente de Gestão de Pessoas; e Gryecos Attom Valente Loureiro, diretor Jurídico da CEF.

 

Tuanny Carvalho

Fotos: Gustavo Bezerra

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