Deputado Carlos Zarattini. Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) e as deputadas Erika Kokay (PT-DF) e Ana Paula Lima (PT-SC) defenderam em plenário, na noite desta terça-feira (7), o sigilo sobre a íntegra das imagens registradas pelo sistema de segurança do Palácio do Planalto, no dia 8 de janeiro, durante a invasão feita pelos bolsonaristas fascistas. “O sigilo é necessário porque os atos estão sendo investigados. Essa investigação vai buscar as pessoas que participaram daqueles atos terroristas e ainda não foram presas, mas serão presas porque ajudaram a destruir o patrimônio público e a atentar contra os Três Poderes da República, numa verdadeira tentativa de golpe”, afirmou Zarattini.
O parlamentar paulista explicou que estão sendo investigados certos aparelhos no Lago Sul, “comandados pelo General Braga Netto e frequentados por vários deputados desta Casa”. Ele acrescentou que estão sendo averiguadas também as artimanhas do ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), junto com o senador Marcos do Val (Podemos-ES), junto com o ex-presidente Bolsonaro, para derrubar o governo Lula, que foi legitimamente eleito pelo povo brasileiro.
“Essa é a verdade que certos deputados e deputadas não querem reconhecer”, denunciou Zarattini. Ele afirmou que os bolsonaristas estão distorcendo o sigilo decretado pelo atual governo. “Assistimos aqui o bolsonarismo torcer os fatos. Para fazer, para produzir uma boa fake news, tem que distorcer — torcendo e entortando — para fazer com que uma mentira se torne uma verdade. O Lula nunca falou que iria acabar com todos os sigilos. Senão, ele teria feito uma medida provisória acabando com a Lei de Sigilo, revogando a Lei de Sigilo. Ele não fez isso”, frisou.
Carlos Zarattini disse que, ao contrário, o presidente Lula encaminhou à Controladoria-Geral da República (CGU) todos os sigilos que foram decretados no governo Bolsonaro, para que sejam examinados, para que haja uma definição sobre a manutenção ou não desses sigilos. “A CGU já separou uma série de questões cujos sigilos serão mantidos”, completou.
Golpismo
Deputada Erika Kokay. Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
A deputada Erika Kokay destacou que o governo Lula está apurando o golpismo, que os bolsonaristas querem proteger. “Querem a liberação de imagens que apareçam todos os trajetos do Palácio do Planalto para estimular as rotas golpistas”, denunciou.
Assim como o deputado Zarattini, ela também citou que há um processo de investigação em curso. “Uma investigação gravíssima. Há senador [Marcos do Val], que fala que havia uma orientação para grampear ministro do Supremo Tribunal Federal. Foi encontrado na sala do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, um plano para golpear as eleições. Houve uma preparação de vários parlamentares que aqui estão”, denunciou.
Erika Kokay disse ainda que viu parlamentares dizerem que não houve depredação na Câmara. “Não viram que houve depredação nesta Casa porque são golpistas! São fascistas e não se conformam com a ação do povo brasileiro, que arrancou pelo voto a faixa presidencial do peito estufado do fascismo e a colocou no povo brasileiro. Eles não se conformam. Estavam aqui estimulando acampamentos onde se tramava toda sorte de ações golpistas, terroristas de destruição dos Três Poderes — de destruição!”, protestou.
Na avaliação da deputada do PT do Distrito Federal, são esses parlamentares bolsonaristas que estão aqui questionando medidas para preservar o processo de investigação, “porque eles não querem a punição dos seus comparsas, porque eles não querem a punição daqueles que seguiram as suas próprias orientações. Sem anistia! Não tem que ter anistia a golpista! Não tem que ter anistia àqueles que querem rasgar a vontade do povo brasileiro!”, protestou e acrescentou: “Aceitem!”
Estabelecer a Verdade
Deputada Ana Paula Lima. Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
Para a deputada Ana Paula Lima, que é vice-líder do governo, é preciso estabelecer a verdade e não acreditar em algumas mentiras que foram mencionadas por bolsonaristas na tribuna da Câmara, nesta terça-feira, sobre as imagens dos atos de vandalismos no Palácio do Planalto. “O governo Lula não decretou sigilo das imagens da invasão, dos atos terroristas e golpistas que aconteceram no dia 8 de janeiro. Isso é uma mentira!”, denunciou.
A deputada explicou que o que aconteceu foi que a Folha de S. Paulo pediu as imagens, e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) negou, num primeiro momento, por causa das investigações. “Não existe sigilo do presidente Lula. E ele não decretou sigilo sobre aquele ataque que envergonhou a democracia do País, que inclusive é referência no mundo”, reiterou.
Ana Paula disse ainda acreditar que ninguém aqui no Parlamento é favorável ao que aconteceu na Câmara dos Deputados, no Senado Federal, no Palácio do Planalto e também no Supremo Tribunal Federal. “Este é o momento de nos envergonhar com isso que aconteceu, e espero que não mais passemos por um processo como aquele. Fomos eleitos pela urna eletrônica, e, no dia 30 de outubro, passamos a ter um novo presidente do Brasil, que é Luiz Inácio Lula da Silva. E nós temos que torcer pelo País e ajudar a reconstruí-lo. Esta é uma Casa de debates”, sintetizou.
Caminho Democrático
Carlos Zarattini conclui afirmando que o Brasil vai caminhar, inevitavelmente, para o caminho democrático, para o caminho do desenvolvimento econômico, da geração de empregos, da melhoria da condição de vida. “E não é só o preço de cerveja e de picanha que vai baixar, não. O preço do óleo diesel vai baixar também, e hoje (terça-feira) já baixou 9%. O preço dos alimentos vai baixar, porque vamos ter uma política de produção de alimentos para reduzir o custo de vida”, garantiu.
Redução de filas no SUS
O deputado destacou ainda que o governo Lula vai fazer uma política de atendimento no Sistema Único de Saúde, “e já criamos o Programa Nacional de Redução de Filas, coisa com que o governo anterior nunca se preocupou”. Segundo Zarattini, Bolsonaro só se preocupava com uma única coisa: manter-se no poder e fazer todo tipo de atrocidade contra o povo brasileiro. “Mas isso vai mudar e já mudou”.
Vânia Rodrigues
