Petistas cobram devolução de joias e relógios surrupiados por Bolsonaro

Parlamentares da Bancada do PT se revezaram na tribuna da Câmara nesta quinta-feira (30) para comentar o retorno ao Brasil, do ex-presidente “fujão” Jair Bolsonaro, depois de uma temporada de 3 meses nos EUA. “Espero que ele tenha vindo para devolver tudo aquilo que ele roubou do povo brasileiro: o Rolex, a abotoadura, as joias, os colares, que estavam escondidos inclusive numa chácara. Espero que ele tenha vindo para prestar contas daquilo que levou do nosso povo”, afirmou a deputada Ana Paula Lima (PT-SC).

A parlamentar relembrou que Bolsonaro deixou o povo na chuva, no sol, na frente do quartel, e foi embora para os Estados Unidos. “E hoje, vimos várias manifestações de alguns que acreditam ainda que a terra é plana, dando as boas-vindas para esse homem que fugiu do Brasil ano passado, que estava na Disneylândia. Vocês perderam as eleições em outubro. Respeitem quem está governando, porque nós estamos no terceiro governo do presidente Lula, que em 80 dias já fez muito mais pelo Brasil do que o presidente fujão fez em 4 anos”, afirmou.

Brasília não parou

O deputado Marcon (PT-RS) ironizou o oba-oba, a expectativa que os bolsonaristas criam para o retorno do ex-presidente. “Hoje de manhã eu achei que Brasília ia parar. Eu achei que o aeroporto ia ficar fechado. Eu achei que as avenidas iam ser tomadas de novo por aqueles que não têm o que fazer. Mas o capitão voltou ao Brasil e isso não aconteceu. O seu retorno contou com um grupo de gatos pingados no aeroporto de Brasília”, discursou o petista.

Marcon aproveitou para fazer um alerta: “Eu quero dizer aqui: cuide-se quem tem anel nas mãos, quem tem pulseira, quem tem corrente no pescoço, porque voltou o cara que gosta de passar a mão grande nas joias. Cuide-se! Quem tem joias, cuide-se, porque ele voltou”, afirmou. O parlamentar se refere às denúncias das joias que foram doadas ao País pela Arábia Saudita e que foram parar no acervo pessoal do ex-presidente.

Bolsonaro, inclusive, vai prestar depoimento no inquérito aberto pela Polícia Federal, que apura o caso das joias, na próxima quarta-feira (5). “Eu espero que se faça justiça para quem tem mão grande como o capitão, como esse que hoje pela manhã voltou. Que nunca mais o Brasil volte à mão do atraso do time do Bolsonaro. O povo brasileiro precisa de alguém que defende a vida como o Lula, que já fez mais em 90 dias do que o Bolsonaro, em 4 anos de caos pelo qual o Brasil passou”, disse.

Fiasco

O deputado Rogério Correia (PT-MG) avaliou que “foi um fiasco” o propagado retorno “triunfal” de Bolsonaro. “Que fiasco de público a chegada do Bolsonaro, hein? Havia quase ninguém no aeroporto. Há um mundo fictício dos bolsonaristas. Ontem uma manchete no jornal que dizia que Bolsonaro esperava uma multidão em aeroporto. Hoje a notícia é: Bolsonaro chega ao Brasil, e 100 pessoas o recebem no aeroporto”, relatou o parlamentar.

Na sede do PL, segundo Rogério Correia, tinha menos de “100 gatos pingados” e mais policiais “porque, é claro, tem que ter medo desses bolsonaristas que já quebraram os plenários da Câmara e do Senado”. O deputado reiterou que existe um mundo fictício dos bolsonaristas e o mundo real. “Eu prefiro falar do mundo real. Por que não foi ninguém lá? As pessoas não querem ir lá, de maneira geral, receber um ladrão de joias. Ora, a pessoa roubou joias, colocou-as no sítio, na fazenda de Nelson Piquet, para ir lá buscar depois, tentou levar isso foragido para os Estados Unidos e vai chegar aqui e achar que vai haver uma apoteose de multidão?”, indagou.

Ainda na avaliação do deputado do PT mineiro, o povo não foi receber Bolsonaro porque a vida do povo brasileiro já começou a melhorar com o governo Lula. “As instituições estão sendo respeitadas. Já há democracia. Isso é fundamental. A política de ódio está perdendo espaço e, com isso, respira-se democracia no Brasil. Além disso, eu pergunto: iriam lá os pobres, que estão recebendo benefício do Programa Bolsa Família? Os pobres não vão lá. Os trabalhadores, que estão vendo aumento real do salário mínimo, irão lá?  É claro que não vão lá receber Bolsonaro, frisou.

“Joias surrupiadas”

O deputado Helder Salomão (PT-ES) reforçou que a volta do presidente capitão foi motivada pelo depoimento que ele tem que prestar à Polícia Federa. “Hoje ele volta para o Brasil não porque decidiu voltar, mas porque vai depor na Polícia Federal na quarta-feira que vem, para explicar o que aconteceu com as joias que eram para o Estado brasileiro e foram surrupiadas pelo ex-presidente e sua família — vai ter que explicar. Foi por isso que ele voltou”, afirmou.

Na avaliação do deputado Helder Salomão, quem é forte, quem é patriota enfrenta até o final. “Esse ex-presidente, que deixou o mandato em 31 de dezembro, fugiu antes de terminar o mandato, e agora retorna para depor na Polícia Federal para explicar o caso das joias que foram, de forma indevida, surrupiadas pela sua família e por ele próprio”, reiterou.

A deputada Erika Kokay (PT-DF) destacou que o ex-presidente, derrotado pelo povo brasileiro, que voltou hoje ao Brasil, está sendo acusado de ser “ladrão” de joias. “Ele roubou! Roubou o País! Tentou se apropriar de presentes e de joias, durante três vezes, pelo que se sabe até o momento. E um desses estojos de joia, ele pediu para um amigo escondê-lo na sua fazenda ou na sua casa. Por isso, ele volta para o Brasil e vai depor à Polícia Federal, porque ladrão tem que ser responsabilizado”, afirmou.

Ditador

O deputado Alfredinho (PT-SP) fez uma relação da volta de Bolsonaro com o 31 de março, data que marcou o início da ditadura militar no Brasil, em 1964. “Eu fico impressionado com algumas falas que comemoram o dia 31 de março, que é exatamente a data da ditadura militar que assassinou, torturou vários militantes políticos por não concordarem com a ditadura e defenderem a democracia. E também é impressionante, porque o grande líder deles volta exatamente na véspera de 31 de março, que é um risco para a democracia, porque é um ditador, um ditador que defende a tortura, que não respeita as mulheres”, protestou.

Na mesma linha, o deputado João Daniel (PT-SE) disse que a história da ditadura e essa história da chegada do capitão, “é uma página triste da nossa história que, lamentavelmente, aqueles e aquelas que lutaram pela democracia sabem o que representa.

E o deputado Airton Faleiro (PT-PA) indagou por que o ex-presidente fugiu do Brasil e por que ele ficou tanto tempo fora. “Será que ele estava com medo de alguma coisa? Estava com medo de ser responsabilizado pelos seus atos criminosos? Fica aqui o nosso protesto por quererem valorizar alguém que será responsabilizado pelos atos de desordem e de maldade que foram feitos contra o povo brasileiro”.

Também comentaram sobre o retorno de Bolsonaro os deputados Alencar Santana (PT-SP), Lindbergh Farias (PT-RJ), Luiz Couto (PT-PB), Pedro Uczai (PT-SC) e Reimont (PT-RJ).

 

Vânia Rodrigues

 

 

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