Ministro Barroso organizou jantar privado para homenagear Moro e Deltan

Parlamentares da Bancada do PT na Câmara usaram suas redes sociais para criticar o mais novo capítulo da série de denúncias que coloca em xeque a credibilidade da Lava Jato, divulgado pelo jornalista Reinaldo Azevedo nesta terça-feira (16). Os diálogos obtidos pelo site The Intercept Brasil, que vem sendo divulgados por vários veículos de comunicação, escancaram as intenções do ex-juiz Sérgio Moro e do procurador Deltan Dallagnol de se beneficiarem da visibilidade que a operação oferecia a seus agentes.

As novas conversas mostram que ambos seriam homenageados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso com um jantar privado na casa do magistrado, em agosto de 2016. Embora o encontro não se configure como crime, mais uma vez levanta suspeitas do ponto de vista ético tanto sobre o chefe da força-tarefa quanto sobre o agora ministro de Jair Bolsonaro (PSL) – não à toa o próprio magistrado pede aos convidados “máxima discrição”.

“Parece que o ministro do Supremo, onde tramita parte dos processos oriundos da Lava Jato e algumas de suas derivações, tem consciência de que o jantar/coquetel oferecido por um figurão da terceira instância com quem acusa e com quem julga em primeira (instância) poderia não cair muito bem se tornado público”, avalia Reinaldo Azevedo.

“Barroso foi cúmplice”

Em sua conta no Twitter, o deputado Rogério Correia (PT-MG) afirma que o diálogo revelado por Reinaldo Azevedo revela que ministro Barroso sabia das relações “ilegais” entre o ex-juiz Sérgio Moro e procurador Deltan Dallagnoll, pelo menos desde agosto de 2016, quando os convidou para o jantar. “E não só sabia como foi cúmplice. Entra no rol dos ministros ‘deles’”, frisou. Rogério Correia se refere a outros diálogos entre a turma da Lava Jato sobre os ministros da Suprema Corte, nas quais Dallagnol garantiu: “Aha uhu o Fachin é nosso” – ministro Edson Fachin e Moro afirmou: “In Fux we trust (em Fux nós confiamos) ” – ministro Luiz Fux.

Para o deputado João Daniel (PT-SE), as conversas, que envolvem mais um ministro do Supremo Tribunal Federal, desta vez Luís Roberto Barroso, que convidou os dois para um jantar em sua casa para tratar de assuntos referentes a atuação de ambos na Lava Jato, reforça “o conluio entre ambos na condução da Operação”.

E o deputado Zeca Dirceu (PT-PR), também em sua conta no Twitter, criticou o encontro. “Jantares, encontros por acaso, conversas rotineiras, ações insuspeitas. Essa é a versão de um processo legal e justo para eles, baseado no conteúdo e entretenimento”, ironizou.

Na avaliação do deputado Patrus Ananias (PT-MG), para além do jantar privado em si, destaca-se que o “ministro pede máxima discrição sobre o evento”, observou em sua conta no twitter. E também em sua rede social o deputado Helder Salomão (PT-ES) reforçou: “Barroso, do STF, marcou coquetel com Moro e Dallagnol e pediu máxima discrição”

“Ataque criminoso”

Antes de ter o seu nome envolvido nas denúncias iniciadas pelo site The Intercept Brasil no início de junho, o ministro Luís Roberto Barroso havia dito publicamente que “não tem nenhuma dúvida” de que houve um “ataque criminoso” às comunicações do ex-juiz Moro com o procurador Dallagnol e outros procuradores da força-tarefa.

Vale lembrar que todo o material utilizado na publicação foi sistematicamente checado por todos os veículos que têm publicado as denúncias. No caso de Moro e Deltan, ambos também não negaram o teor das conversas e insistem em criminalizar quem as divulgou.

PT na Câmara Da Agência PT de Notícias

 

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