O deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) usou suas redes sociais na terça-feira (17) para dizer que a sanção de lei que permite o uso de armas em toda extensão da propriedade rural “é uma licença para matar ofertada pelo presidente” Jair Bolsonaro (PSL). A declaração do petista baiano aconteceu logo após a sanção presidencial e, também, se refere à cultura de paz construída no Brasil. Assunção aponta que os dados são nítidos e diz que “quem morre por conflitos no campo são trabalhadores, indígenas e quilombolas. Só em 2018, foram 28, sendo que 15 eram lideranças, segundo dados da Comissão Pastoral da Terra [CPT]”. Ele ainda aponta que a decisão do presidente é em conjunto com a bancada ruralista e critica as redes criminosas que agem na Amazônia.
“A sanção permite que fazendeiros utilizem armas em todo território da sua propriedade. E isso é uma agressão à cultura de paz que sempre foi construída no Brasil. Por outro lado, é uma autorização por parte do presidente Bolsonaro e da bancada ruralista para matar Sem-Terra, indígenas, quilombolas e trabalhadores rurais. E logo o presidente da República – que recebeu a visita de seu filho com uma arma na cintura. Isso mostra para a sociedade o que eles querem construir. Querem construir uma sociedade onde uma arma vale mais do que a vida. Onde a licença para matar é permitida pelo presidente, pela bancada ruralista”, denuncia Valmir. Para o deputado, a questão é “preocupante porque a tendência é que a violência no campo, já tão agravada após o golpe de 2016, aumente ainda mais”.
Amazônia
Valmir descreve, no entanto, que os movimentos de luta pela terra vão resistir. “Nós enfrentamos todos os dias o latifúndio, a violência do Estado brasileiro, vamos continuar resistindo. Resistindo porque acreditamos que é possível construir uma democracia no nosso Brasil. Construir um País onde as pessoas tenham direito à vida e não à morte”. Assunção finaliza citando o caso da região amazônica. Ele aponta que redes criminosas agem de forma violenta no desmatamento, onde pequenos agricultores e indígenas estão entre as principais vítimas de homicídio. “Dados apontam que na última década foram mais de 300 pessoas que morreram por questões envolvendo disputa de terras. Somente 14 casos foram a julgamento, ou seja, os outros estão impunes”, denunciou.
Assessoria de Comunicação
Foto – Gustavo Bezerra