“Governo não quer realizar o Censo porque fracassou na política econômica e no combate à pandemia”, diz Rogério Correia

Por que o governo Bolsonaro tem medo do Censo do IBGE? A pergunta foi feita em plenário nessa quinta-feira (29), pelo deputado Rogério Correia (PT-MG), que parabenizou o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, que determinou ontem (28) que o governo adote as medidas necessárias para realização do Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O recenseamento previsto inicialmente para 2020, foi adiado para este ano devido à pandemia do novo coronavírus, mas o governo inviabilizou a sua realização praticamente zerando os recursos destinados para a pesquisa.

Na avaliação do deputado Rogério Correia, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente Jair Bolsonaro, têm medo do Censo porque o Brasil está colapsado, não apenas na pandemia, mas na economia. “Quando fizerem o recenseamento, nós vamos ver que o povo brasileiro está perdendo a sua condição de comer três refeições ao dia, está perdendo vagas nas escolas públicas, está mais miserável, está sem emprego. O povo brasileiro está sofrendo o pão que o diabo amassou com o atual governo”, afirmou.

Rogério Correia reforçou que é por isso que Paulo Guedes não quer fazer recenseamento. “Imagine no ano que vem, quando vierem os dados do Censo, nós vamos ver o fracasso social desse governo ultraliberal, porque é isso que o recenseamento vai mostrar”, reforçou.

O deputado informou que apresentou requerimento na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público para discutir o recenseamento este ano e por que o governo tem medo de fazê-lo. “Eu fiquei assustado de ver o ministro Paulo Guedes dizer que a culpa de não ter o recenseamento é do Congresso, porque nós não teríamos aprovado o orçamento para este ano, como se ele não tivesse combinado com o relator o que estaria dentro do projeto aprovado. O próprio relator da matéria disse que o Paulo Guedes sabia de tudo. O governo já vinha anunciando que não queria fazer o recenseamento”, enfatizou.

Inicialmente, no orçamento para este ano, estavam previstos R$ 2 bilhões para realização da pesquisa, mas, durante a tramitação da lei orçamentária no Congresso Nacional, R$ 1,76 bilhão foram cortados, inviabilizando a realização da contagem populacional.

Rogério Correia disse que quer muito que Paulo Guedes venha à Câmara explicar por que ele tem medo do recenseamento “e dizer na nossa cara” que a culpa é da Câmara por não ter recenseamento durante este ano. “Isso não é verdade! O ministro Guedes mente muito, ele gosta de jogar a culpa nos outros. Agora, jogou a culpa nos idosos por existirem. Segundo ele, os velhos estão querendo viver demais, tem gente querendo viver 100 anos. Quantos anos esse ministro quer viver? Quantos anos ele precisaria não viver, mas continuar no Ministério? É a pergunta que eu faço”, provocou.
Para o deputado, Paulo Guedes podia “pedir o boné e ir embora, porque ele já fracassou”.

Direito à vida

A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) também demonstrou preocupação com considerações do ministro Paulo Guedes sobre a longevidade dos brasileiros. “A fala do Guedes, questionando como pode o Poder Público atender tanta gente que precisa de médico, que precisa ser assistido se todo mundo quer viver mais de 100 anos me preocupou muito. Eu pergunto, para nós, que defendemos a vida, como é que fica o direito à vida, o direito ao cuidado, o direito a viver com dignidade? Ele me passa a ideia de que sem vacina, ou quase nenhuma – estão morrendo de Covid 400 mil pessoas – é bom para ele e para economia. No entanto, não está bom para as vítimas e seus familiares”, protestou.

Benedita reforçou que, segundo a política de Bolsonaro e de Paulo Guedes, essas perdas são benéficas à economia. “Então, fazem corte no orçamento para o Censo do IBGE, deixam o País sem vacinas, querem privatizar a Caixa Econômica, o Banco do Brasil, o BNDES, os Correios, a Casa da Moeda, além de empresas e mineradoras. O resultado de tudo isso: um grande desemprego, pandemia e pandemônio”, lamentou.

Deputada Benedita da Silva . Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Vânia Rodrigues

 

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