PF prende quatro militares do Exército e um policial federal. O grupo é suspeito de tramar golpe de Estado em 2022 e o assassinato de autoridades.
Parlamentares da Bancada do PT na Câmara classificaram, em suas redes sociais, a tentativa de golpe e o plano de assassinar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, como “extremamente grave”. Eles cobram que os envolvidos respondam com o “rigor da lei” e sem anistia.
As declarações foram feitas nesta terça-feira (19/11) após a Polícia Federal deflagrar a Operação Contragolpe, autorizada por Moraes, e prender quatro militares do Exército e um agente da Polícia Federal. O grupo é suspeito de tramar um golpe de Estado em 2022 e o assassinato de autoridades para impedir posse de Lula em janeiro de 2023.
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Para o líder da Bancada, deputado Odair Cunha (PT-MG), o caso é “gravíssimo”, além de ser mais uma prova de que a “nossa democracia estava, sim, extremamente ameaçada, e que não devemos anistiar aqueles que atentam contra ela”.
“Um caso extremamente grave. Foram reuniões conspiratórias, descrédito das urnas, desvio de dinheiro para organizar a ida de caravanas bolsonaristas para acampamentos em frente aos quartéis. Lembrem que os 5 são servidores públicos, com o conhecimento técnico-militar que aprenderam através do Estado, atentando contra a democracia e a vida. Esse foi o tamanho da nossa vitória em 2022. Sem anistia”, afirmou a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR).
Plano do atentado
O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) ressaltou ainda que todo o plano foi discutido na casa do general Braga Netto que foi vice na chapa de Jair Bolsonaro em 2022, ministro da Defesa e ministro da Casa Civil. “É muito grave, pessoal. Essa turma não estava para brincadeira”.
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O deputado Rogério Correia (PT-MG) cobrou a prisão do General. “Por que o General Braga Neto não foi preso hoje? Estava no centro do golpe e do plano de matar o presidente Lula. Foi convocado para depor na CPMI do golpe, e bolsonaristas impediram sua ida”.
Investigação ampla
“Esses fatos demonstram a gravidade do ataque à democracia brasileira que ainda estamos vivendo. É inaceitável que tamanha violência tenha sido articulada dentro da Secretaria Geral da Presidência da República do antigo governo, fato novo, que carece de ampla investigação. Não pode haver o menor espaço para anistia. Aliás, é preciso que idealizadores e executores sejam devidamente responsabilizados”, escreveu a deputada Maria do Rosário (PT-RS).
O deputado Merlong Solano (PT-PI) quer saber quem queria tirar a vida do presidente Lula. “Estarrecedoras as informações sobre um plano para assassinar o presidente Lula, Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. A investigação está chegando aos porões de um golpe com consequências criminosas extremas. E quem era o cabeça de tudo isso? Quem queria o presidente Lula morto? ”.
Leia mais declarações dos parlamentares:
Deputado Dr. Francisco (PT-PI) – “É estarrecedor o desprezo dessa gente pela democracia e vidas humanas. Para todos os envolvidos, os rigores da Lei”.
Deputado Alexandre Lindenmeyer (PT-RS) – “A prisão de militares suspeitos de tramar o assassinato de Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes reforça a campanha contra a anistia para os golpistas do 8 de janeiro. Precisamos ver a punição exemplar daqueles que planejaram o golpe de Estado no Brasil”.
Deputado Alencar Santana (PT-SP) – “Nunca foram “lobos solitários”. Isso não é imaginação. As provas dessa conspiração, que foi objeto de reunião na casa do General Braga Netto, foram amplamente reunidas pela PF. Os cabeças dessa trama precisam ir todos para a cadeia, para que o sentimento de impunidade não estimule novos ataques à democracia, como o da semana passada, com o terrorista bolsonarista que explodiu bombas na praça dos Três Poderes”.
Deputado Airton Faleiro (PT-PA) – “Esses atos são inaceitáveis e representam uma ameaça direta ao Estado Democrático de Direito. É imprescindível que os culpados sejam responsabilizados com o rigor da lei. A democracia brasileira não será intimidada”.
Deputada Ana Pimentel (PT-MG) – “Alguém ainda tem alguma dúvida de onde isso vai chegar? Nós queremos os mandantes presos, aqueles que estão cometendo reiteradas vezes crimes contra a nossa democracia precisam ser responsabilizados”.
Deputado Zeca Dirceu (PT-PR) – “Não adianta só prender os milicos e milicianos, está na hora de prender os chefões! Ninguém agiu sozinho, já existem provas suficientes que era uma ação planejada”.
Deputado Kiko Celeguim (PT-SP) – “Vocês têm noção da gravidade disso? É por isso que dizemos: golpista não terá anistia. O plano era brutal: assassinar o presidente, o vice e um ministro do STF. Esse episódio escancara o ódio e a violência da extrema direita bolsonarista, que pregava golpes e atentados contra a democracia. O bolsonarismo não só ameaça, ele mata”.
Deputado Valmir Assunção (PT-BA) – “A operação da PF escancara a face mais podre do golpismo. Planejamento de golpe, assassinatos. A Ditadura Civil Militar deixou esse legado triste, que nunca mais podemos esquecer. Anistia a golpista é inaceitável”.
Deputado Waldenor Pereira (PT-BA) – “São informações estarrecedoras trazendo elementos novos e graves, que comprovam o envolvimento de integrantes das forças militares e do governo Bolsonaro com atentados à democracia e à vida do presidente eleito democraticamente pelo povo”.
Deputado Dimas Gadelha (PT-RJ) – “Urgente e inaceitável que a democracia e a segurança das instituições sejam afrontadas mais uma vez desta forma”.
Deputado Carlos Veras (PT-PE) – “Essa tentativa de subverter o resultado das eleições, silenciar lideranças e ameaçar nossas instituições representa um ataque direto à democracia e ao povo brasileiro. Não podemos dar espaço para o autoritarismo no Brasil, nem para o extremismo. Quem tentou calar a democracia deve responder pelos seus atos”.
Deputada Denise Pessôa (PT-RS) – “O golpe não pode e não vai prosperar. O Brasil já mostrou que não se curva a extremistas! Estamos do lado certo da história, e a cada operação fica mais claro que não podemos permitir anistia”.
Os parlamentares do PT Josias Gomes (BA), Dandara Tonantzin (MG), Erika Kokay (DF), Jilmar Tatto (SP), Rui Falcão (SP), Ana Paula Lima (SC), Luizianne Lins (CE), Fernando Mineiro (RN), Rubens Otoni (GO), Delegada Adriana Accorsi (GO), Pedro Uczai (SC), Reimont (RJ), Bohn Gass (RS), Carlos Zarattini (SP), Natália Bonavides (RN) e Reginete Bispo (RS) também cobraram a punição dos golpistas.
Lorena Vale