Entidades e parlamentares lançam petição para garantir mais recursos para o SUS em 2021

Representantes de entidades que defendem a saúde pública e parlamentares de Oposição ao governo Bolsonaro participaram nesta terça-feira (11), do lançamento virtual da Petição “Você vai deixar o SUS perder mais R$ 35 bilhões em 2021?”, do Conselho Nacional de Saúde (CNS).

Durante quase 4 horas os participantes do evento manifestaram preocupação com a redução de recursos para o SUS no próximo ano, devido ao fim da vigência do orçamento emergencial destinado ao combate a Covid-19.

Dirigentes de entidades e parlamentares defenderam a manutenção do acréscimo orçamentário realizado neste ano e a revogação da Emenda do Teto de Gastos (EC 95), que vem promovendo cortes bilionários de recursos para o SUS.

A petição virtual foi lançada pela plataforma change.org, e pode ser acessada na página oficial e nas redes sociais do Conselho Nacional de Saúde.

“É por todas as vidas que estamos aqui hoje. Não podemos perder mais recursos do que já perdemos com a aprovação da emenda do Teto de Gastos (EC 95). Essa petição pública já está disponível nas redes sociais do CNS, precisamos garantir o SUS tão sonhado desde a primeira conferência nacional de Saúde e garantido pela constituição de 1988. Temos que continuar fortalecendo a nossa luta em defesa da vida, e expressar nosso luto pelas mais de 100 mil vidas perdidas pela Covid-19”, disse o presidente do Conselho Nacional de Saúde, Fernando Pigatto.

Ainda de acordo com o presidente do CNS, o ministro da Saúde – general Eduardo Pazuello – foi convidado para participar do lançamento da petição. Porém, além de não participar também não indicou representante do ministério.

O dirigente do Comitê de Financiamento do CNS e representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) na entidade, André Luiz de Oliveira, explicou durante o lançamento o prejuízo que a sociedade brasileira pode ter com a possível redução dos recursos destinados ao SUS em 2021.

“Desde a Emenda Constitucional 95 o SUS já perdeu R$ 22,5 bilhões, o que impacta no atendimento à população não apenas durante a atual pandemia, mas em todas as outras ações. Precisamos garantir esses R$ 35 bilhões para o SUS no orçamento no ano que vem, sob o risco de não termos recursos para atender as necessidades do pós pandemia, que virá com uma demanda reprimida por conta da quarentena resultante da covid-19”, afirmou.

Ainda de acordo com André Luiz de Oliveira, o CNS vai reinvidicar que o Congresso Nacional garanta R$ 168,7 bilhões destinados para o SUS em 2021. O montante seria a soma do orçamento deste ano, acrescido dos recursos destinados de combate a Covid-19 e atualizado pelo IPCA, mais a variação do orçamento considerando o atendimento à população idosa.

Momentos antes de embarcar em um voo de São Paulo para Brasília, o ex-ministro da Saúde e membro da Comissão Externa de Combate a Covid-19 da Câmara, deputado Alexandre Padilha (PT-SP), parabenizou o CNS e as entidades pela petição em defesa do SUS.

“Temos que realizar a mesma mobilização que foi feita para aprovar o Fundeb, mesmo com o governo sendo contra. Acredito que se conseguirmos essa mesma mobilização da sociedade poderemos conseguir aumentar os recursos para o SUS, que será fundamental nesse momento de tragédia que se bateu sobre o povo brasileiro com a Covid-19. Contem comigo e com toda a bancada do PT na Câmara”, destacou.

O deputado Henrique Fontana (PT-RS) – médico e ex-secretário de Saúde de Porto Alegre – ressaltou que o fortalecimento do financiamento do SUS, além de beneficiar a população, também reforça a luta contra a privatização da saúde pública e pela revogação da Emenda Constitucional 95 (Teto de Gasto).

“Esta que é uma das maiores conquistas do povo brasileiro, que é o SUS, está sob risco por conta da política de subfinanciamento. Como os defensores da privatização da saúde pública não tem coragem de propor isso de forma direta, a única forma que encontraram para atingir esse objetivo é reduzindo recursos para a saúde. Por isso temos que revogar a Emenda Constitucional 95. O Brasil é o único País do mundo que decidiu congelar investimentos sociais por 20 anos, inclusive em saúde”, afirmou.

Mais recursos, mais saúde

O presidente do Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde (Conass), Carlos Lula, também defendeu a revogação do Teto de Gastos como forma de aumentar os recursos destinado a Saúde. “Países ricos gastam entre 8% e 9% do PIB em Saúde Pública, e no Brasil não chegamos nem a 4%. O SUS pode ter vários problemas, mas com certeza o maior deles é a falta financiamento adequado para manter a sua estrutura e oferecer serviços dignos a população”, disse.

O presidente do Conass defendeu ainda a permanência do atual incremento de R$ 35 bilhões no orçamento do SUS para o ano que vem. Segundo ele, sem esses recursos não será possível manter os milhares de leitos de UTIs criados em todo o País por conta da pandemia.

“Nessa pandemia criamos 11 mil leitos para enfrentar a pandemia, e isso não foi mágica, demonstra que a sociedade precisa desses leitos. E agora, quem vai manter esses leitos? Ou o governo federal vai mandar desativar esse leitos de UTIs e manda-los para um depósito?”, indagou.

Por sua vez, a deputa Erika Kokay (PT-DF) disse que lutar pelo aumento de recursos para o SUS e a defesa da vida. Segundo ela, “o governo Bolsonaro pratica a necropolítica (política da morte)”, evidenciada pela falta de compromisso com a saúde pública.

“Temos uma intervenção militar no ministério da Saúde, que compromete o andamento das políticas públicas do setor. O SUS merece muito mais da parte desse governo, porque é o projeto de inclusão social mais importante que existe neste país, que leva tratamento individualizado, mesmo nos lugares mais longínquos”, afirmou.

Fonte de novos recursos para o SUS

Em resposta a possíveis questionamentos sobre a fonte de recursos para bancar o aumento dos investimentos no SUS, o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), destacou que uma reforma tributária justa resolveria a questão.

“Para tornarmos esse capitalismo mais civilizado, é fundamental pensarmos no funcionamento das políticas públicas, será preciso discutir o déficit fiscal que virá após a pandemia e de onde virá os recursos. Não podemos deixar de combater a desigualdade tributária que existe no Brasil, combater a bolsa dos super- ricos, que só este ano vai destinar em isenções e incentivos mais de R$ 250 bilhões para grandes empresas”, explicou.

O parlamentar petista disse ainda que a reforma tributária justa deveria cobrar mais impostos sobre renda e patrimônio para bancar os gastos com o SUS. “O atual modelo não cobra impostos dos mais ricos, mas cobra de todos os consumidores, penalizando principalmente os mais pobres. Precisamos taxar mais as rendas mais altas e o patrimônio, que hoje pagam muito pouco, e temos que cobrar impostos sobre grandes fortunas e heranças”, defendeu.

Participaram do lançamento o senador Humberto Costa (PT-PE); o ex-ministro da Saúde, Arthur Chioro; e o presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Willames Freire.

Também manifestaram apoio a petição representantes dos conselhos estaduais de saúde de todo o País; da Coalização Direitos Valem Mais; da Frente Brasil Popular; da Frente Povo Sem Medo; do Conselho Nacional de Direitos Humanos; da Frente Pela Vida; da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde; da Frente Parlamentar Mista em Defesa do SUS e da Frente parlamentar mista de Assistência Farmacêutica.

 

Héber Carvalho

 

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Postagens recentes

CADASTRE-SE PARA RECEBER MAIS INFORMAÇÕES DO PT NA CÂMARA

Veja Também

Jaya9

Mostbet

MCW

Jeetwin

Babu88

Nagad88

Betvisa

Marvelbet

Baji999

Jeetbuzz

Mostplay

Melbet

Betjili

Six6s

Krikya

Glory Casino

Betjee

Jita Ace

Crickex

Winbdt

PBC88

R777

Jitawin

Khela88

Bhaggo

jaya9

mcw

jeetwin

nagad88

betvisa

marvelbet

baji999

jeetbuzz

crickex

https://smoke.pl/wp-includes/depo10/

Depo 10 Bonus 10

Slot Bet 100

Depo 10 Bonus 10

Garansi Kekalahan 100