A educação brasileira tem quem lute por ela. Esse foi o recado que os manifestantes que participaram do ato em defesa da Universidade de Brasília (UnB) mandaram para o governo Bolsonaro que quer promover um corte de 30% nos recursos destinados às universidades e institutos federais. “Esta universidade vai honrar o legado de Darcy Ribeiro e de Anísio Teixeira, vai tecer a resistência contra as ameaças impostas pelo MEC e pelo governo Bolsonaro”, anunciou Erika Kokay (PT-DF), uma das idealizadoras do evento, que ocorreu nesta terça-feira (7), na UnB.
Ex-estudante da instituição, a deputada avaliou que o desmonte que Bolsonaro pretende fazer às instituições públicas de ensino superior do País “é parte de um processo mais amplo de silenciamento de um modelo de educação crítico e libertário”.
“Querem nos tirar a liberdade, a consciência crítica e a condição de sujeitos. Nós estamos aqui para lembrar a memória de Honestino Guimarães [líder estudantil assassinado pela ditadura militar] e de uma UnB que enfrentou e ajudou a derrotar a ditadura militar”, enfatizou a petista.
Abraço
A presidenta Nacional do Partido dos Trabalhadores, deputada Gleisi Hoffmann (PT-SP), participou do ato e afirmou que o ‘Abraço’ que a comunidade acadêmica e parlamentares deram na UnB simboliza um abraço em todas as universidades brasileiras, nas instituições federais e na educação pública que padecem com as medidas adotadas pelo atual governo.
“Queremos mostrar que a educação no Brasil tem quem lute por ela. Esse é o prenúncio de uma grande caminhada em defesa da educação, mas sobretudo, do Brasil e da democracia”, frisou Gleisi.
O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), lembrou que ontem (6), o Brasil foi despertado por mais de 100 manifestações que ocorreram em vários pontos do País, protagonizados pelas universidades e institutos federais. Segundo ele, essas instituições estão dando demonstração de resistência e luta. “Não vamos aceitar essa política de destruição do ensino público e gratuito no Brasil”, assegurou.
Participaram também do ato, as parlamentares Margarida Salomão (PT-MG), Maria do Rosário (PT-RS), Benedita da Silva (PT-RJ) e o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, deputado Helder Salomão (PT-ES).
Benildes Rodrigues