Deputados denunciam abuso de autoridade de juíza que proibiu inspeção no local onde Lula está preso

“Se no Brasil tivéssemos uma lei de abuso de autoridade, isso jamais aconteceria. Uma juíza de primeiro grau jamais rasgaria a Constituição e afrontaria o Poder Legislativo”, a reação indignada é do líder do PT na Câmara, deputado Paulo Lula Pimenta (RS), coordenador da comissão externa da Câmara que foi impedida nesta terça-feira (24) de vistoriar a sala da Superintendência da Polícia Federal de Curitiba, onde o ex-presidente Lula é mantido na condição de preso político. “Estamos diante de um fato gravíssimo, vamos solicitar que o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), vá ao Supremo Tribunal Federal e faça valer a nossa prerrogativa constitucional de fiscalizar”, informou Pimenta.

O líder do PT enfatizou que os deputados não estavam ali na condição individual de parlamentares. “Estamos representando o Parlamento brasileiro e fomos afrontados por uma juíza de primeira instância, a nossa prerrogativa foi violada”. Ele se refere à juíza Carolina Moura Lebbos, da Vara de Execuções Penais do Paraná, que mesmo sem receber nenhum pedido de autorização para a vistoria encaminhou um despacho à Polícia Federal barrando a entrada da comissão. “Nós sequer fizemos o pedido porque não cabia, fizemos o que o Regimento Interno da Câmara e a Constituição determinam: comunicamos a hora e o dia da inspeção, mas ainda assim a juíza decidiu desrespeitar a independência dos Poderes e proibiu a nossa entrada”.

Paulo Lula Pimenta assegurou que haverá consequência. “A Constituição foi rasgada, o poder Legislativo foi desrespeitado, isso é ilegal e terá consequência, quem agiu assim terá que ser responsabilizado”, afirmou. O líder disse que serão analisadas as ações judiciais cabíveis, mas adiantou que uma delas deverá ser no Conselho Nacional de Justiça.

O deputado Wadih Lula Damous (PT-RJ), ex-presidente da OAB do Rio, advogado do ex-presidente Lula e integrante da comissão externa, reforçou que cabe a Rodrigo Maia tomar medidas enérgicas contra a juíza Carolina Lebbos. “Foi um desrespeito. A Câmara foi escorraçada aqui hoje. Nem na ditadura se proibiu visitas a presos. Isso revela uma postura política e fascista da juíza e revela a perseguição ao presidente Lula”, frisou.

Na avaliação do deputado Damous está na hora de o Judiciário pôr um fim nesses abusos de autoridade. “Essa juíza está reescrevendo a Lei de Execuções Penais, ela não permitiu sequer visita de conforto espiritual, colocou o presidente Lula em isolamento”, protestou, adiantando que vai tomar todas as providências judiciais cabíveis contra a juíza Lebbos.

O deputado Paulo Lula Teixeira (PT-SP), também integrante da comissão externa, disse que a juíza Lebbos age como se fosse uma deusa, se colocando acima da Constituição Federal e do Poder Legislativo brasileiro. “Assim como o juiz Sérgio Moro, que condenou ilegalmente o presidente Lula, se sente Deus, essa juíza se acha uma deusa e mostra a sua perseguição ao Lula. Hoje ela rasgou a Constituição, fez algo que nem a ditadura fez, proibiu os parlamentares de visitaram os presos políticos nos cárceres”.

Paulo Lula Teixeira disse que espera do presidente da Câmara as iniciativas necessárias para que a comissão externa possa exercer as suas prerrogativas e visitar o ex-presidente Lula.

Desconhecimento – Questionado sobre o despacho da juíza, que considerou que o Senado já fez uma vistoria na sala onde Lula está detido, Paulo Lula Pimenta disse que esse despacho revela um desconhecimento primário de Carolina Lebbos. “Senado e Câmara não são a mesma coisa. O nosso sistema é bicameral, são Casas independentes. Custei acreditar que ela não soubesse de algo tão primário do sistema político brasileiro. Isso revela também preconceito à política, o desrespeito ao Legislativo e à Constituição”, finalizou o líder.

Vânia Rodrigues

Foto: Joka Madruga/AGPT

 

 

 

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