Comissão de Direitos Humanos faz diligência para apurar conflitos de terra na Paraíba

Para apurar casos de conflitos por terras na Paraíba e a ameaça de despejo da comunidade de Porto do Capim, em João Pessoa, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM) faz uma diligência ao estado. Participam o deputado Frei Anastácio (PT-PB), João Daniel (PT-SE), Valmir Assunção (PT-BA) e Camilo Capiberibe (PSB-AP). A diligência acontece de hoje (28) até sexta (30).

Nesta quarta, o grupo vai ao acampamento Dom José Maria Pires, em Alhandra. Logo depois, participa de uma reunião com o Comitê de Tráfico de Pessoas da Paraíba, para colher denúncias sobre o Tráfico de Pessoas na Paraíba.

Na quinta (29), pela manhã, será realizada visita ao acampamento Arcanjo Belarmino, no município de Pedras de Fogo e, após, o destino será a Fazenda Pau à Pique, no município de Pilar, para verificar a situação dos posseiros de Boa Sorte de Pilar. Em seguida a diligência segue para Boa Sorte de Mogeiro e Salgadinho de Mogeiro, no município de Mogeiro. À tarde, os parlamentares conversarão com os posseiros de Ponta de Gramame, em João Pessoa. No final do dia, a diligência se dirige à comunidade de Porto do Capim, na região central da capital para averiguar denúncias.

Na sexta (30), pela manhã, acontece uma mesa redonda com a participação de autoridades locais, na Assembleia Legislativa com o tema “Conflitos de Terra com Despejos Decretados”. Na tarde do mesmo dia, os parlamentares promovem uma reunião pública com a participação de autoridades locais e moradores de Porto do Capim, no Instituto dos Arquitetos da Paraíba.

Porto do Capim

Cerca de 500 famílias vivem hoje na comunidade do Porto do Capim. A formação do núcleo começou em 1585 à margem direita do Rio Sanhauá, afluente do Rio Paraíba. Ali, ficava o porto comercial e os portos comunitários que ligavam as margens às ilhas do estuário. Em 1935, o porto comercial foi transferido para o município de Cabedelo por causa do assoreamento do rio Paraíba, provocado pela expansão descontrolada da atividade canavieira e pelo crescimento das cidades em suas margens. Começou, então, a decadência econômica da área, com as operações comerciais e financeiras indo para outras regiões da cidade. Enquanto isso, as instalações abandonadas deste antigo porto comercial foram sendo ocupadas, a partir dos anos 1940, por famílias de trabalhadores desempregados. Elas se juntaram às de pescadores, marisqueiros, catadores de caranguejo e outros trabalhadores que já viviam ali, do rio e do mangue, desde que a fundação da cidade no século XVI.

Esse processo foi acelerado durante os anos 1960 e 1970 com a crise agrária provocada pela expulsão dos camponeses das terras, devido à expansão canavieira e à decadência da cotonicultura no agreste, que promoveu o êxodo rural para a capital e outras cidades do estado. Essas são as origens de grande parte da população que hoje forma a comunidade, considerada um local segregado, sem creches, políticas de assistência à saúde, moradia digna e serviços públicos básicos como esgotamento sanitário e coleta regular de lixo. Porém, agora, há grande interesse pela região por causa de projetos de exploração turística e comercial. Esse interesse aumentou depois do tombamento do centro histórico de João Pessoa em 2007. Desde então, a comunidade tem vivido sob o risco de remoção, com o poder público alegando que “precisa devolver o Porto à cidade”.

“A situação da comunidade do Porto do Capim em João Pessoa é extremamente grave. Precisamos de ações urgentes por parte das instâncias responsáveis pelo recebimento, avaliação e investigação de denúncias de violações de direitos humanos, como é o caso da Comissão de Direitos Humanos e Minorias”, afirma Frei Anastácio, que solicitou a realização da diligência.

 

Assessoria de Comunicação/CDHM

Fonte: Texto da historiadora Regina Célia Gonçalves, no Brasil de Fato

Foto: Divulgação do MST

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