“4 anos do rompimento da barragem de Mariana: balanço das violações” é o tema da audiência pública marcada para esta quarta-feira (6), às 14 horas, na Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados, em que será apresentado o relatório da diligência realizada em comunidades atingidas no Espírito Santo.
Há um mês uma comitiva da CDHM esteve em quatro comunidades capixabas localizadas na bacia do Rio Doce – Vila do Riacho em Aracruz, Regência, em Linhares, Barra Nova, em São Mateus e Baixo Guandu – para ouvir a população local sobre como vivem após a tragédia e o que o poder público e a empresa responsável têm feito por eles.
No documento gerado após a diligência constam denúncias dos moradores sobre não serem reconhecidos como atingidos e não receberem indenização e tratamentos adequados, principalmente no âmbito da saúde. Há relatos sobre a existência de elementos tóxicos na água como o arsênio, e aumento nos casos de câncer, doenças de pele e depressão entre os afetados.
A audiência foi requerida pelo presidente da comissão deputado Helder Salomão (PT-ES), e terá a participação da deputada estadual do Espírito Santo Iriny Lopes, do promotor de justiça de Minas Gerais, integrante da força-tarefa que atua no caso do rompimento da barragem da Vale em Mariana André Prado, o secretário-geral de Articulação Institucional da Defensoria Pública da União, Renan de Oliveira, a representante da Coordenação Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) Tchenna Maso, o pescador de Conceição da Barra (ES) Leandro Albuquerque e o presidente do Sindicato dos Pescadores do Espírito Santo, João Carlos da Fonseca.
Rompimento
Há quatro anos os jornais anunciaram o rompimento da barragem de rejeitos de Fundão, da mineradora Samarco, localizada em Mariana, Minas Gerais, matando 19 pessoas e lançando milhares de toneladas de lama tóxica no Rio Doce causando destruição à fauna e à flora. A população que sofre influência do rio foi impactada direta e indiretamente. Investigações feitas após o desastre apontam que não foi um acontecimento natural, mas sim consequências da adoção de tecnologias e decisões técnico-administrativas. As responsabilidades criminais já foram apontadas pelo Ministério Público.
Assessoria de Comunicação
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil