A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM) aprovou, na quarta-feira (26), convite para que o Procurador da República Deltan Dallagnol participe de audiência pública. A iniciativa propõe que Dallagnol dê informações sobre as suspeitas de imparcialidade levantadas pela divulgação de diálogos entre ele o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, ex-juiz da Lava Jato. A proposta é de Rogério Correia (PT-MG). As conversas foram divulgadas pelo site The Intercept Brasil. Dallagnol não pode ser convocado, uma vez que não é ministro de Estado.
O convite foi aprovado através de acordo feito entre os deputados da comissão. A audiência pública com o procurador deve acontecer depois do comparecimento do ministro Sérgio Moro à Câmara, que está confirmado para a próxima terça-feira (2), às 14h, em plenário a ser definido. O ministro foi convocado pela CDHM e pelas Comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP).
As conversas
Nesta terça-feira (25), a CDHM fez audiência pública com o jornalista Glenn Greenwald, responsável pelo site de notícias The Intercept Brasil. Desde o dia 9 de junho o veículo vem divulgando uma série de conversas envolvendo procuradores da República em Curitiba, como Deltan Dallagnol, e Sérgio Moro. Os diálogos aconteceram desde 2014 por meio do aplicativo Telegram. As mensagens sugerem que houve troca de colaboração entre o então juiz e a força-tarefa da Lava Jato. De acordo com a lei, o juiz não pode auxiliar ou aconselhar nenhuma das partes do processo.
“Como um juiz estava colaborando, não às vezes, mas o tempo todo, durante cinco anos, com um dos lados que estava julgando? Em qualquer país democrático ele teria punição, perderia o cargo e seria proibido de exercer o cargo para sempre. Ultrapassou o tempo todo o código de ética. Sempre que ele mandou fazer algo, todos cumpriram. Não conheço ninguém mais subserviente que Deltan Dallagnol. O juiz que diz que você é culpado estava o tempo todo ajudando a construir as acusações que ele estava julgando. Ele era o chefe da Lava Jato”, afirmou Glenn na audiência de ontem.
Assessoria de Comunicação-CDHM