Parlamentares da Bancada do PT na Câmara qualificaram hoje (24) o capitão de extrema direita Jair Bolsonaro de “mentiroso” e voltaram a defender o seu afastamento imediato do cargo de presidente da República. As críticas foram feitas diante a decisão do capitão presidente de cortar R$ 240 milhões em recursos dos órgãos ambientais- como o Ibama, um dia depois de, na Cúpula de Líderes sobre o Clima, ter prometido que dobraria os recursos destinados para repressão ao desmatamento.
“Bolsonaro, o mentiroso. Esse é o presidente que nos envergonha todo dia. Ontem mentiu na Cúpula do Clima dizendo que dobraria recursos na área ambiental e no dia seguinte corta R$ 240 milhões no Orçamento para Meio Ambiente. Pede pra sair, Bolsonaro!”, afirmou o deputado Nilto Tatto (PT-SP).
Para a deputada Érika Kokay (PT-DF) o presidente “mente que nem sente”. “É muito cinismo. Bolsonaro corta quase R$ 240 milhões do Meio Ambiente um dia após assumir promessa na Cúpula do Clima de dobrar o orçamento. Mente que nem sente”.
Genocida que não sustenta as próprias mentiras
O deputado Helder Salomão (PT-ES) disse que Bolsonaro não consegue sustentar as próprias mentiras. “Um dia após mentir na Cúpula do Clima, Bolsonaro corta R$240 milhões do orçamento do Meio Ambiente. O genocida não sustenta as próprias mentiras”.
“Exatamente um dia depois de proferir um discurso MENTIROSO na Cúpula do Clima afirmando que iria DOBRAR repasses para fiscalização ambiental. A boiada continua passando. Sem piedade”, escreveu o deputado José Guimarães (PT-CE) em seu Twitter.
O deputado Carlos Veras (PT-PE) questionou se “alguém ainda acredita nesse homem?”. Já o deputado Alexandre Padilha (PT-SP) não demonstrou surpresa. “Alguém tá surpreso?”.
Ministério Público
O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União enviou uma representação à presidência da corte nesta sexta-feira (23) pedindo o afastamento do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e a manutenção do orçamento da pasta.
“Salles tem trabalhado sistematicamente para a destruição das instituições e programas responsáveis pela implementação das politicas publicas. Fez o mesmo no processo de elaboração do orçamento. Cortando de áreas fundamentais para o controle de desmatamento e gestão das UCs, patrimonio ambinetal do Povo Brasileiro”, apontou o deputado Nilto Tatto.
O parlamentar defende que o atual ministro precisa ser afastado para o bem do futuro ambiental do Brasil. “Quanto mais tempo ele permanecer a frente do MMA, mais compromete o patrimônio ambintal e o proprio projeto de futuro do Brasil. Por isso nos somamos ao movimento pela demissão de Salles”.
O subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, na solicitação, cita diversas acusações contra o governo federal em relação ao Meio Ambiente, destacando que caberia a Salles a implementação da política ambiental no Brasil. “Considerando que o referido ministro insiste em atuar de forma contrária ao nosso texto constitucional, entendo que não há como mantê-lo no cargo”.
Furtado ainda pediu que seja apurada a viabilidade das promessas feitas por Bolsonaro diante dos líderes globais.
O subprocurador-geral classifica como “estapafúrdia” a diferença entre o discurso de Bolsonaro, a favor do meio ambiente, e a prática. “Questiono como pode em um dia o governo defender que irá reduzir o desmatamento ilegal e as emissões de gases poluentes; e no outro dia, cortar o orçamento do meio ambiente. Estamos vivendo de aparência?”.
Lorena Vale, com informações do site Brasil 247