Alimentos puxam IPCA-15 e inflação anual segue em dois dígitos

foto: Ricardo Stuckert

Pesquisa do IBGE revela aceleração de preços da comida nos domicílios e fora de casa. Mais procurado após o fim do isolamento, vestuário teve maior variação em julho.

desmantelamento das políticas públicas de segurança alimentar dos governos petistas continua impondo, literalmente, um preço alto às famílias brasileiras. Mais uma vez, a carestia do grupo Alimentação e bebidas representa o maior impacto sobre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15). Com a variação de 0,13% em julho, a “prévia da inflação” acumula alta de 5,79% no ano e de 11,39% em 12 meses.

Divulgado nesta terça-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o levantamento revelou preços mais altos em seis dos nove grupos de produtos e serviços verificados. O maior impacto individual veio do leite longa vida (22,27%), influenciando a alta de Alimentação e bebidas (1,16%), mais de quatro vezes maior que em junho (0,25%), levando o grupo ao maior impacto (0,25 p.p.) sobre o resultado.

No caso da alimentação, o movimento altista acelerou de 0,25% para 1,16% em função dos aumentos do leite longa vida (22,27%) e derivados como requeijão (4,74%), manteiga (4,25%) e queijo (3,22%). Outros destaques no grupo foram as frutas (4,03%), que haviam tido queda em junho (-2,61%), o feijão-carioca (4,25%) e o pão francês (1,47%). Com isso, a alimentação no domicílio variou 1,12% em julho.

Houve ainda aceleração na alimentação fora do domicílio, que teve alta de 1,27% em julho, ante 0,74% do mês anterior. Tanto o lanche (2,18%) quanto a refeição (0,92%) tiveram variações superiores às registradas em junho (1,10% e 0,70%, respectivamente).

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A maior variação veio de Vestuário (1,39%), que apresenta alta de 11,01% no ano. O retorno da maioria da população às atividades externas, após o relaxamento das medidas de isolamento social devido à pandemia, elevou a procura pelas roupas e, consequentemente, os preços praticados pelo comércio. No entanto, as redes varejistas continuam enfrentando dificuldades.

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Em Vestuário (1,39%), o destaque ficou com as roupas masculinas, cujos preços subiram 1,97% em julho. Além disso, foram registradas altas superiores a 1% também nos preços dos calçados e acessórios (1,57%) e das roupas femininas (1,32%).

No lado das quedas, a redução das alíquotas de ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e comunicações influenciou a variação dos grupos Transportes (-1,08%) e Habitação (-0,78%), que contribuíram conjuntamente com -0,36 p.p. no índice do mês. Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,05% em Comunicação e a alta de 0,79% em Despesas pessoais.

Com isso, a variação da “prévia da inflação” em julho foi 0,56 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa registrada em junho (0,69%). Em julho de 2021, a taxa foi de 0,72%. Essa desaceleração é influenciada por fatores que vão da alta da taxa básica de juros (Selic) a partir de março de 2021, que encareceu o crédito, à perda de renda e endividamento generalizados da população, destituída de políticas de estímulo à criação de empregos.

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Para sobreviver em meio à carestia de Jair Bolsonaro e seu ministro-banqueiro Paulo Guedes, quarta maior entre os países do G-20, as famílias brasileiras apelam para as mais variadas estratégias. Desde a opção por marcas mais baratas, entre a classe média, até a humilhação dos mais pobres, obrigados a garimpar em supermercados e açougues restos de alimentos que antes da tragédia socioeconômica bolsonarista eram distribuídos gratuitamente.

Nas ruas, trabalhadores e trabalhadoras pulam o café da manhã com o tradicional pingado com pão e manteiga, e no almoço trocam a refeição completa por algum lanche. Esse comportamento se reflete no resultado do IPCA-15 em julho. Subiram os preços tanto do lanche quanto da refeição completa, mas os lanches, agora mais procurados, subiram mais – 2,18% a 0,92%. E o povo segue, como se diz, vendendo o almoço para comprar o jantar.

Da Redação da Agência PT, com Agência IBGE

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