Aprovar redução da maioridade é rasgar a Constituição, afirmam petistas, que vão recorrer ao STF

manifestantes gabriela korossy

Os setores mais conservadores do País finalmente conseguiram aprovar, nesta terça-feira (31), na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, a admissibilidade constitucional da proposta de emenda à Constituição (PEC 171/93) que reduz a maioridade penal, estabelecida na Constituição de 1988 para os 18 anos. Parlamentares do PT e de outros partidos já anunciaram que entrarão nos próximos dias com mandado de segurança junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) questionando a constitucionalidade da proposta.

A vitória do grupo conservador – que têm à frente deputados que são delegados de polícia e inúmeros parlamentares conhecidos por suas posições fundamentalistas e baseadas em dogmas religiosos – ocorre justamente num 31 de março, data em que alguns militares e seus seguidores civis celebram a “revolução” de 1964, para não terem que comemorar a data correta do Golpe, que se consumou no 1º de abril, Dia da Mentira.

Para o deputado Alessandro Molon (PT-RJ), a decisão da CCJ é equivalente a rasgar a Constituição. “Isso é cláusula pétrea e mesmo que a CCJ queira, que a Câmara queira, que o Congresso Nacional unanimemente queira rejeitar essa decisão do Constituinte, eles não podem. Essa é uma decisão da Constituinte de 1988 que foi rasgada hoje por esta comissão”, criticou Molon.

De acordo com Molon, parlamentares de vários partidos, da base governo e da oposição, devem ajuizar até a próxima semana um mandado de segurança no STF contra a deliberação da CCJ. “O artigo 60 da Constituição é muito claro ao dizer que não será apreciada proposta de emenda tendente a abolir direitos e garantias individuais. E foi isso que se fez aqui hoje: se está abolindo uma garantia para os menores de 18 anos que poderá ser estendida para 16, para 14 e até para 12 anos”, justificou Molon.

Segundo a deputada Maria do Rosário (PT-RS), a decisão é uma “atrocidade” e fere os artigos 60, 227 e 228 da Constituição Federal. “O artigo 60 estabelece que os direitos e garantias individuais são cláusulas pétreas, portanto não podem ser revisados pelos congressistas atuais. Os artigos 227 e 228 estabelecem o conceito de pessoa em condição peculiar de desenvolvimento e indicam que até os 18 anos as medidas de responsabilização devem ser específicas, não integradas ao código penal”, argumentou a deputada no debate na CCJ.

Autor do relatório que apontava a inconstitucionalidade da PEC 171, derrotado por 42 votos contrários e 21 a favor, o deputado Luiz Couto (PT-PB) diz quea decisão da CCJ ignora não apenas a Constituição, mas também uma série de tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário e determinam a proteção integral para crianças e adolescentes. Couto criticou a atual composição, “extremamente conservadora”, da Câmara e do Senado, e também a cobertura midiática sobre o tema. “Esse é o Congresso que temos hoje, um Congresso que quer resolver tudo na base da bala, do aumento à repressão. O índice de adolescentes em conflito com a lei é baixíssimo e é ainda menor o número dos que cometem crimes contra a vida, mas a mídia dá uma cobertura absolutamente desproporcional a esses atos e a visão que a sociedade tem sobre isso é completamente distorcida e distante da realidade”, lamentou o deputado paraibano, mencionando estudo do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) que registra que, dos 21 milhões de adolescentes brasileiros, apenas 0,013% cometeu atos contra a vida.

Para a deputada Moema Gramacho (PT-BA), “aprovar a admissibilidade para reduzir a maioridade penal é condenar as crianças e adolescentes que cometeram ilícito a continuarem à margem da sociedade, mandando-os para a cadeia, junto com criminosos profissionais, agentes de crime organizado”.

Na opinião do deputado José Mentor (PT-SP), a redução da maioridade não contribuirá para diminuir a criminalidade. “Entendemos que haveria de se pensar num estudo mais profundo das medidas socioeducativas e do sistema que existe para aplicação dessas medidas, com as mudanças necessárias para que sejam corrigidas essas medidas, aprofundadas, melhor estudadas e com isso dar ao jovem o tratamento adequado para ele que possa se recuperar, deixar de delinquir. Esse é o caminho que defendemos”, declarou Mentor.

Rogério Tomaz Jr.
Foto: Gabriela Korossy/PT na Câmara

 Ouça a Deputada Maria do Rosário na Rádio PT

” bg=”dd1a22″ leftbg=”dd1a22″ lefticon=”294781″ track=”ff1b2c” tracker=”ffff00″ text=”000000″ righticon=”294781″ width=”300″ rightbg=”408080″ volslider=”ffffff” skip=”ffffff”]” bg=”dd1a22″ leftbg=”dd1a22″ lefticon=”294781″ track=”ff1b2c” tracker=”ffff00″ text=”000000″ righticon=”294781″ width=”300″ rightbg=”408080″ volslider=”ffffff” skip=”ffffff”]

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Postagens recentes

CADASTRE-SE PARA RECEBER MAIS INFORMAÇÕES DO PT NA CÂMARA

Veja Também

Jaya9

Mostbet

MCW

Jeetwin

Babu88

Nagad88

Betvisa

Marvelbet

Baji999

Jeetbuzz

Mostplay

Melbet

Betjili

Six6s

Krikya

Glory Casino

Betjee

Jita Ace

Crickex

Winbdt

PBC88

R777

Jitawin

Khela88

Bhaggo

jaya9

mcw

jeetwin

nagad88

betvisa

marvelbet

baji999

jeetbuzz

crickex

https://smoke.pl/wp-includes/depo10/

Depo 10 Bonus 10

Slot Bet 100

Depo 10 Bonus 10

Garansi Kekalahan 100