Mata Atlântica, segunda maior floresta tropical do Brasil, abriga uma das maiores biodiversidades do planeta.
Em sessão solene em Homenagem ao Dia Nacional da Mata Atlântica, comemorada no dia 27 de maio, o coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado Nilto Tatto (PT-SP), ressaltou a importância da data para conscientizar os brasileiros sobre a preservação desse bioma crucial para o mundo. Ele também criticou os projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional que degradam a proteção ambiental. A sessão foi nesta terça-feira (28/5), na Câmara dos Deputados.
A Mata Atlântica, segunda maior floresta tropical do Brasil, abriga uma das maiores biodiversidades do planeta, com milhares de espécies exclusivas. Apesar de sua vasta extensão original, atualmente restam apenas 12,4% da cobertura nativa, segundo a Fundação SOS Mata Atlântica. A urbanização, industrialização e expansão agrícola são as principais responsáveis pelo desmatamento crescente, que entre 2022 e 2023 aumentou de 74.556 para 81.356 hectares.
Projetos de Lei
Nilto Tatto destacou a necessidade de uma ação legislativa firme para proteger o bioma. Projetos como o PL 364/2019, que ameaça desmatar 25% da área remanescente da Mata Atlântica sem necessidade de autorização, e outros projetos similares, foram mencionados como perigosos para a conservação ambiental.
Malu Ribeiro, Diretora de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, destacou os esforços recentes para reduzir o desmatamento e restaurar a Mata Atlântica. Ela enfatizou a necessidade de implementar políticas de desmatamento zero, conforme os compromissos assumidos pelo Brasil no Acordo de Paris e na COP de Biodiversidade. Ribeiro pediu apoio legislativo para promover uma agenda sustentável que valorize a floresta em pé e incentive a restauração e conservação ambiental.
“A maior biodiversidade do planeta precisa ser reconhecida como tal, precisa ser valorizada como tal e para tanto é fundamental que nós tenhamos legislações de incentivo à restauração, de incentivo à conservação. Uma reforma econômica, uma Reforma Tributária que valorize a agenda ambiental, que valorize a floresta em pé e todos os seus ativos”, apontou Malu.
Tragédias ambientais
O parlamentar também chamou atenção para os recentes desastres naturais, como a tragédia no Rio Grande do Sul e a seca no Nordeste, alertando sobre a conexão entre esses eventos e a falta de políticas ambientais adequadas. Ele enfatizou a necessidade de um compromisso sério por parte dos parlamentares a fim de responder às preocupações da população brasileira, que, segundo pesquisa da consultoria Ernst & Young, demonstra um crescente medo em relação às mudanças climáticas. “Todos os brasileiros ficaram impactados e estão impactados com a tragédia que estamos vivenciando no Rio Grande do Sul, cujos impactos econômicos, sociais e ambientais ainda são incalculáveis”, afirmou Nilto Tatto.
Ele fez um apelo para que o país reavalie suas políticas ambientais e adote medidas eficazes para a preservação da Mata Atlântica, destacando a urgência de proteger este patrimônio natural para as gerações presentes e futuras. “Esses fenômenos não acontecem de forma esporádica e imprevisível, estão relacionados e nos dão um recado cada vez mais evidente da pior forma possível. Ou tomamos providências no sentido de mudar os rumos das políticas de preservação ambiental no país, ou condenaremos a atual e futuras gerações a conviver com novos episódios como o do Rio Grande do Sul, frequentemente”, alertou.
Lorena Vale