“Lula é a grande esperança para a reconstrução do País”, a afirmação do líder do PT na Câmara, deputado Reginaldo Lopes (MG), foi feita durante coletiva de imprensa para explicar o seminário Resistência, Travessia e Esperança, que as bancadas do PT na Câmara e no Senado realizam hoje e amanhã, em parceria com Fundação Perseu Abramo e Instituto Lula. “Para iniciar um ano tão importante para o povo e para a democracia, era fundamental essa discussão para fazermos a integração, e a partir dela, construir a resistência. Não vamos admitir mais retrocessos”, assegurou Reginaldo Lopes.
O líder destacou que no final do ano passado, Bolsonaro vetou vários projetos, inclusive alguns negociados pelo próprio governo com a sua base. Como exemplo, ele citou a exclusão de 27 milhões de brasileiros mais vulneráveis do Auxílio Brasil. “Bolsonaro não cumpriu o acordo de incluir automaticamente no programa todos os brasileiros com renda per capita de até R$ 105 e com isso 27 milhões de brasileiros ficaram sem o auxílio. O presidente destruiu um programa federativo – o Bolsa Família – e criou um programa eleitoreiro”, criticou.
Reginaldo Lopes citou o fim da meta de redução das desigualdades quando o governo federal concede um reajuste para o salário mínimo menor do que a inflação do período. “Além disso, manda uma medida provisória que submete os jovens ao trabalho semiescravo, é por isso que precisamos aumentar a resistência e construir a travessia para a reconstrução do País. É nesta perspectiva que vamos nos integrar para resistir. Vamos seguir a orientação do próprio Lula, que participou virtualmente do nosso seminário hoje pela manhã: vamos para as ruas, vamos dialogar, vamos construir o nosso programa de governo com o apoio da população”, enfatizou.
Voz dos excluídos
O líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA), destacou quer o PT tem a clareza do seu papel. “O partido nasceu para ser diferente, para dar vez e ser a voz dos excluídos. E isso foi e é uma realidade, basta olhar a autoria das leis que asseguraram direitos para os brasileiros”, afirmou ao citar como exemplo a Lei Maria da Penha, o Estatuto da Igualdade Racial, Seguro Defeso, Direitos das Domésticas, entre outros. Ele destacou ainda que quando Lula chegou à Presidência da República em 2002, transformou leis e propostas de origem do PT em políticas públicas.
“Sabemos fazer a diferença. Estamos nos preparando, juntando os quadros políticos e organizando o nosso time para dar o suporte para o nosso grande craque: Lula”, disse Paulo Rocha.
Lula candidato
Indagados sobre a candidatura do presidente Lula, o líder Paulo Rocha foi taxativo: “Lula não é, mas será o nosso candidato. Estamos criando as condições para lançá-lo com segurança e elegê-lo”, afirmou.
O senador frisou que Lula sempre fortalece o projeto político que as bancadas e os dirigentes do PT estão construindo. “Lula e nós também temos a compreensão de que esse projeto tem que ir além do PT para ser melhor do que nós já fizemos”, observou. Ele acrescentou que a base de sustentação do governo também precisa ir além do PT para enfrentar a destruição e o neofascismo promovido pelo governo Bolsonaro. “Esse é um papel da esquerda, é preciso unir também os democratas para dar conta desse desafio”.
Paulo Rocha explicou que nesse debate de ampliação para além do PT, entra a escolha do nome para vice. “O PT tem paciência e história, ele sabe fazer isso”, afirmou, ao se referir ao processo de escolha de José de Alencar para vice do Lula em 2002.
Ampliação das Bancadas
O vice-presidente do PT, deputado José Guimarães (CE), citou a importância de se aumentar as bancadas do partido e também dos partidos de esquerda para dar sustentação a um novo governo Lula. Ele defendeu a participação dos parlamentares da sigla na coordenação da campanha e nos fóruns de deliberações. “O nosso protagonismo deve ser dentro e fora do Parlamento. Lula é o maestro, mas é preciso ter um time orientado pela questão central de reconstrução do País.
Projetos prioritários
O líder Reginaldo Lopes anunciou que amanhã (1º), durante uma das mesas de debates do seminário, serão apresentados um conjunto de ações e os projetos prioritários selecionados pelas bancadas do PT na Câmara e no Senado. “Teremos ações de resistência, vamos aumentar as denúncias, mas como é tradição do partido, também apontaremos para o futuro. Não basta denunciar os desmontes, a destruição do Bolsonaro, é preciso anunciar o que faremos para reconstruir o País”, enfatizou.
Reginaldo Lopes disse que é preciso, por exemplo, repensar o orçamento público. “O orçamento do governo Bolsonaro não tem a dimensão do Brasil, o orçamento desse governo é um desastre. A equipe econômica conseguiu arrumar dando calote nos brasileiros, refazendo o teto de gastos de R$ 130 bilhões e o que ele fez: nada”, protestou, ao citar mais uma vez que o governo sequer cumpriu o compromisso de ampliar o número de famílias contempladas no Auxílio Brasil. O líder criticou ainda a ausência de projetos de infraestrutura no orçamento. “Isso é inaceitável”, protestou.
Federação
O líder Reginaldo Lopes adiantou que nesta terça-feira (1º), a presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), e os deputados José Guimarães e Paulo Teixeira (PT-SP), participarão de uma mesa do seminário para tratar da criação da federação de partidos. “A federação é importante para dar governabilidade programática e duradora”, argumentou.
Vânia Rodrigues
Assista a íntegra da coletiva: