Bohn Gass avisa que PT defende R$ 600 de benefício e não vai aceitar ajuste fiscal em troca do auxílio emergencial

O líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Bohn Gass (PT-RS), avisou durante discurso no plenário da Câmara nessa quarta-feira (3) que os parlamentares petistas não vão aceitar a chantagem do governo Bolsonaro na votação da chamada PEC Emergencial (PEC 186/2019), que abre caminho para o pagamento de um novo auxílio ao povo em 2021. A PEC foi aprovada em segundo turno nesta quinta-feira (4) no Senado. Segundo o líder, a Câmara não pode aceitar que o governo Bolsonaro tente empurrar um ajuste fiscal que retira recursos da saúde, da educação e do serviço público, com a justificativa de pagar o auxílio emergencial.

“Essa casa não pode aceitar a chantagem irresponsável que o Bolsonaro está fazendo sobe o Congresso Nacional. A nossa bancada registra que nós não aceitamos a vinculação da renda emergencial a aprovação dessa PEC fiscal. Bolsonaro manda para cá um projeto de lei ou uma MP (medida provisória) para que tenha recurso para a renda emergencial para o nosso povo. E que não seja de R$ 250 por 4 meses. Manda imediatamente, sem vínculo, e para o povo ter ao menos R$ 600 durante esse período de pandemia”, defendeu.

De acordo com Bohn Gass, além de ajudar as famílias mais pobres, a retomada do auxílio emergencial de R$ 600 também terá impactos positivos sobre a indústria e o comércio, além de gerar mais empregos. “[o auxílio de R$ 600] vai ajudar o País nesse momento difícil que vive a nação brasileira, pelo total descaso que o governo federal tem em relação à saúde e à economia, que só vai se recuperar com vacina e com medidas de isolamento e proteção”, observou.

A PEC Emergencial aprovada no Senado prevê, entre outros pontos, a possiblidade de pagamento de um novo auxílio emergencial em 2021, mas impõe um limite de gastos com o benefício de apenas R$ 44 bilhões, ou 15% do total gasto com o pagamento do auxílio no ano passado. E para compensar o governo pelos gastos, a PEC ainda cria mecanismos de controle das despesas públicas para União, estados e municípios.

Pela proposta, não existirá possiblidade de novos recursos para ações de combate à pandemia e de socorro à economia, por exemplo. Com isso, gastos sociais em saúde e educação, e de garantia do emprego e preservação de micro e pequenas empresas não terão qualquer ajuda em 2021.

A PEC também impede, na prática, a possiblidade de reajuste do salário mínimo acima da inflação, além de permitir que sejam adotadas medidas de controle de gastos, com venda de ativos de estatais e empresas públicas ou simples privatizações, e o congelamento do salário dos servidores públicos. A proposta também prevê o fim dos repasses do fundo social do pré-sal para a educação. Estima-se que essa perda chegue a R$ 9 bilhões por ano.

PT no Senado consegue melhorar texto da PEC

Apesar de lutar muito para incluir o auxílio de R$ 600 na proposta, a Bancada do PT no Senado não conseguiu sensibilizar a maioria do plenário. Porém, por pressão dos senadores petistas e de outros partidos de Oposição alguns investimentos essenciais ao País foram preservados na PEC. Foi retirado do texto do relator, senador Márcio Bittar (MDB-AC), artigo que previa o fim do piso mínimo constitucional de investimentos em saúde e educação públicas, por exemplo.

Também foram preservados a vinculação ao Orçamento de recursos garantidos para o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia (FNDCT) e dos Fundos para Crianças e Adolescentes e do Fundo Nacional de Cultura, além de repasses do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para o BNDES.

Veja o vídeo com o líder Bohn Gass:

https://www.facebook.com/ptnacamara/videos/134094658608439/ 

Héber Carvalho

 

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