Deputados e deputadas da Bancada do PT na Câmara lamentaram nesta terça-feira (5), em postagens no Twitter, o crescimento do número de famílias em situação de extrema pobreza no País. Segundo reportagem do site UOL, também publicada hoje, o CadÚnico (Cadastro Único para programas sociais do governo federal) aponta que o País superou a casa de 14 milhões de famílias nessa situação.
Somente no atual governo Bolsonaro, o número de famílias em extrema pobreza saltou em 1,3 milhão (eram 12,7 milhões em dezembro de 2018, último mês do governo Michel Temer). Para os parlamentares petistas, essa é mais uma das consequências do golpe de 2016, praticado contra a então presidenta Dilma Rousseff.
Ainda de acordo com a reportagem, o próprio Ministério da Cidadania informa que esse total de famílias equivale a cerca de 39,9 milhões de pessoas na miséria no Brasil. Estão enquadradas nessa situação famílias que tem renda de até R$ 89 por pessoa (renda per capita).
O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, deputado Helder Salomão (PT-ES), lembrou que o golpe interrompeu o trabalho realizado pelos governos de Lula e Dilma no combate à extrema pobreza no País. Segundo ele, esse é mais um motivo para a prorrogação do auxílio emergencial, que acabou no último dia 31 de dezembro de 2020.
“A fome mata! O golpe em Dilma interrompeu um ciclo de combate à pobreza que era prioridade nos governos do PT. Hoje, o Brasil tem novamente 40 milhões de pessoas na miséria. Estamos retrocedendo, voltando ao passado sombrio. É urgente a prorrogação do auxílio emergencial”, defendeu.
Na mesma linha, o deputado Rogério Correia (PT-MG) recordou que os apoiadores do golpe diziam que bastava “tirar a Dilma” e “tudo iria melhorar”. “14 milhões de famílias na miséria! Apenas no governo Bolsonaro, saltou em 1,3 milhão de famílias. É o saldo da turma de Temer, (Eduardo) Cunha, Aécio, Moro e Bozo, que chegou ao poder gritando “tira a Dilma que melhora”. Desde então, tudo piorou. Tudo!”, ressaltou.
Para o deputado José Airton Cirilo (PT-CE), o aumento da miséria no Brasil também é fruto de um processo que ainda trouxe outras consequências nefastas ao País. “O plano dos golpistas deu certo! Tiraram Dilma, cortaram direitos, impediram Lula de concorrer à presidência, construíram o discurso do ‘antipetismo’, colocaram um genocida no poder… tudo para levar milhões de brasileiros à miséria!”, apontou.
Saída para amenizar a crise social
Diante do crescimento da pobreza no País, a deputada Erika Kokay (PT-DF) defendeu que a prioridade da Oposição ao governo Bolsonaro deve ser garantir a proteção da população mais pobre do País. “A nossa prioridade em 2021 deve ser aprovar a continuidade do auxílio emergencial e a discussão da renda básica deve voltar à pauta. O Estado não pode dar as costas para os mais pobres”, afirmou.
Desde o ano passado a Bancada do PT na Câmara tem defendido a prorrogação do pagamento do auxílio emergencial para 2021. Uma das recentes tentativas de manter essa ajuda ocorreu nos últimos dias de trabalho no parlamento (dezembro de 2020), quando o PT e os demais partidos de Oposição pressionaram o presidente da Câmara para pautar a MP 1000/2020, que estipulava a redução do auxílio de R$ 600 para R$ 300. A intenção da Oposição era colocar a medida em votação e aprovar emendas que permitissem a restituição do valor original do auxílio (R$ 600) e seu pagamento em 2021.
Apesar do esforço, a tentativa não obteve êxito porque os partidos que apoiam o governo (Centrão) obstruíram a votação da MP.
Também criticaram o governo Bolsonaro pelo aumento da miséria no País os deputados Carlos Zarattini (PT-SP) – líder da Minoria no Congresso, Nilto Tatto (PT-SP), Odair Cunha (PT-MG) e Airton Faleiro (PT-PA).
Héber Carvalho