Mercantilização da vacina contra a Covid-19 no Brasil é criticada por petistas

Parlamentares da Bancada do PT afirmaram em mensagens postadas no Twitter que o descaso e a incompetência do governo Bolsonaro em garantir a vacinação de todos os brasileiros pode gerar no País um processo de mercantilização da vacina contra a Covid-19. As críticas fazem referência à reportagem publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, nesse domingo (3), que aponta que representantes de clínicas de imunização do Brasil vão viajar à Índia para negociar a compra inicial de 5 milhões de doses da vacina Covaxin, do laboratório Bharat Biotech, que recebeu autorização para uso emergencial naquele país.

Em outra reportagem veiculada pelo programa Fantástico, da Rede Globo, também nesse domingo, o Ministério da Saúde e a Anvisa admitiram a possibilidade dessa vacina ser comercializada no País. A vacina Covaxin ainda depende de autorização da Anvisa para ser usada no Brasil.

O líder do PT, deputado Enio Verri (PR), lamentou que “sem presidente, a imensa maioria da população agoniza na incerteza de não saber se Bolsonaro vai disponibilizar vacinas suficientes e a tempo hábil antes dela ser alcançada pelo vírus”. “Já laboratórios privados estão comprando vacinas, que serão vendidas a quem pode pagar”, completou.

Vários outros parlamentares também criticaram o governo Bolsonaro por estar permitindo a mercantilização da vacina contra a Covid-19 no País. O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) publicou em seu Twitter: “Não vamos deixar a saúde ser tratada como mercadoria!”. Segundo ele, “a imunização da população deve seguir os critérios do SUS e privilegiar as pessoas dos grupos de risco”.

Para a deputada Natália Bonavides (PT-RN), um possível comércio da vacina no Brasil apenas demonstraria que “em nosso país, ser pobre pode significar não receber vacina”. “Essa é a consequência da política de Bolsonaro, que como sempre afirmamos, é genocida! Um governo podre, que atua para que os ricos comprem suas vacinas e os pobres sofram e morram com a doença”, acusou.

Já o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) ressaltou que “enquanto o presidente da república (minúsculo) não resolve a vacina para o povão, as clínicas particulares importam 5 milhões de doses de vacina para aqueles que podem pagar”. “Neste contexto, a vacina virou negócio”, lamentou.

Também contrário à comercialização da vacina, o deputado e médico Henrique Fontana (PT-RS) escreveu que “a vacina deve ser universal e o plano nacional de imunização deve contemplar toda a população tendo como base o SUS”. “Essa é a nossa luta”, defendeu.

O candidato a presidente da República pelo PT em 2018, Fernando Haddad, também lamentou a possibilidade da comercialização da vacina. “Bolsonaro atrasa a vacinação, favorecendo a rede privada. Paga com a vida quem não pode pagar pela vacina”, disse.

Em resposta à manifestação de Haddad, a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) concordou que “o companheiro Fernando Haddad está coberto de razão”. “Enquanto os pobres vivem um cenário de morte e desamparo, os mais ricos contam com planos de saúde e dinheiro para bancar seus tratamentos e a vacina”, escreveu.

Leia abaixo outras mensagens contra a comercialização da vacina no Brasil:

Deputada Professora Rosa Neide (PT-MT) – “A corrida pela vacina promovida pelas clínicas particulares é a lógica do mercado aplicada na proteção da vida. Devemos seguir no caminho contrário, defendendo a vacinação através do SUS fortalecido e da saúde como um direito de todos e todas”.

Deputado Afonso Florence (PT-BA) – “Mais uma vez, Bolsonaro apoia tubarões que ganham dinheiro. Vacinação para população, que é sua obrigação, não faz”.

Deputada Erika Kokay (PT-DF) – “A vacinação no país não pode virar balcão de negócios. O governo federal precisa assegurar vacina gratuita para toda a população. Vacinação é estratégia de saúde coletiva e não oportunidade de lucro”.

Deputado Joseildo Ramos (PT-BA) – “O desinteresse do Governo em se preparar para a vacinação abriu espaço para isso acontecer. Não dá para vacinar só quem pode pagar. É absurdo, imoral e ineficaz. Se a maioria não for imunizada, o vírus muda, a vacina perde o efeito e — pasmem — o rico morre também”.

Deputado Helder Salomão (PT-ES) – “Saúde não é mercadoria! A imunização da população deve seguir os critérios do SUS e priorizar as pessoas dos grupos de risco”.

Deputado Marcon (PT-RS) – “Estamos em uma pandemia, é inaceitável que só tenha vacina para quem tem condições de pagar. Até quando Bolsonaro vai colocar o lucro acima da vida do povo brasileiro? Vidas não são mercadoria, não são negociáveis! A vacinação deve ser direito de todos!”.

Héber Carvalho

 

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