“Essa é só a ponta do iceberg”, revela Enio Verri sobre quebra de sigilo bancário e fiscal de aliados de Eduardo Bolsonaro

O Supremo Tribunal Federal (STF) quebrou os sigilos bancários e fiscais de Edson Pires Salomão e de Wellington Moura, os dois fazem parte do Movimento Conservador ligados ao deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). De acordo com a reportagem, publicada nesta sexta-feira (6) pela revista Época, a investigação passa um pente-fino em todas as movimentações financeiras feitas pela dupla entre julho de 2018 e novembro de 2019.

O STF abriu um inquérito, no ano passado, contra Salomão, por ameaças dele aos ministros da Corte. Investigado, sua casa foi vasculhada pela Polícia Federal (PF) em dezembro, seus computadores apreendidos, e seus sigilos bancário e fiscal foram quebrados no âmbito do mesmo processo. Com isso, o relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes, busca apurar quem financia os ataques virtuais promovidos por Salomão e seu grupo.

O líder da Bancada do PT na Câmara, Enio Verri (PR), destacou a importância da CPMI das Fake News e as denúncias que foram feitas a partir do “gabinete do ódio”. “Depois da vitória de Bolsonaro nós denunciamos o “gabinete do ódio” que era ao lado do gabinete do presidente da República, um escritório que só produzia fake news. Agora, através da CPMI das Fake News ficou descoberto que dentro do próprio gabinete de Eduardo Bolsonaro existia a fábrica de fake news, uma fábrica de mentiras e fortalecimento do ódio e, principalmente, a tentativa de enfraquecer a democracia e a política no Brasil”.

Enio afirmou que é preciso continuar denunciando notícias falsas e que ainda tem muita coisa para ser revelado. “Acredito que essa é só a ponta do iceberg do que está por vir”.

Para o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) a decisão do STF se soma às descobertas da CPMI. “Com isso vai fechando um quebra cabeça que revela com provas a participação direta do Eduardo Bolsonaro, mas também de outros agentes políticos ligados ao governo nesse esquema criminoso que hoje interfere diretamente na vida política do País, promovendo campanhas contra a suprema corte, contra o congresso Nacional e contra a democracia”. Pimenta defende que “eles devem responder pelos crimes que têm cometido”.

Organização Criminosa

Salomão comanda uma organização com sede na Vila Mariana (SP) chamada Movimento Conservador. O Movimento nasceu em 2016 e é ligado a Eduardo Bolsonaro e ao deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança. A organização ficou conhecida após o depoimento da deputada Joice Hasselmann. A parlamentar citou o grupo como sendo um braço de ataques virtuais e de criação de notícias falsas.

Segundo a parlamentar, o Movimento Conservador estaria ligado ao chamado “gabinete do ódio”, comandado por Carlos Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro, e que funcionaria como quartel-general da produção de conteúdo contra inimigos do governo — e até aliados.

Outro resultado do depoimento da deputada foi a quebra de sigilo, requerida pela CPMI, criador da conta “Bolsofeio” nas redes sociais. Segundo relatório publicado pelo site UOL, uma página que promove ataques de ódio contra ex-aliados da família presidencial foi criada no servidor da Câmara dos Deputados por Eduardo Guimarães, assessor do gabinete de Eduardo Bolsonaro.

“É um saldo positivo ter descoberto essa fábrica do ódio. É um momento muito importante para mostrar que a política que está sendo construída no Brasil é uma política, primeiro, antidemocrática e, segundo, que ao defender as coisas erradas que a família Bolsonaro faz, também fortalece os crimes que eles cometem”, destaca Enio Verri.

Para a deputada Natália Bonavides (PT-RN) a extrema-direita usa a mentira como método de política. “Essa é o padrão de atuação da extrema direita: a mentira como método de política. A família Bolsonaro só tem atuado assim e seus aliados que dão sustentação a esse projeto também. São um mal para a democracia”.

Lorena Vale com Revista Época

 

 

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