Abaixo-assinado exige que Congresso tome medidas contra ataques sofridos pela Amazônia

O deputado Airton Faleiro (PT-PA) destacou em plenário, nesta quarta-feira (21), a entrega de um abaixo-assinado com 1,1 milhão de assinaturas exigindo que Congresso Nacional tome medidas contra desmatamento ilegal na Amazônia. “É uma campanha pelo futuro, pela preservação da Amazônia. Isso faz parte de uma reação da sociedade brasileira. Reação pelo que vem ocorrendo de prático na vida dos povos da Amazônia e do meio ambiente. Eu tenho observado os noticiários, todo dia se noticia mais derrubadas, mais queimadas, mais ações ilegais de destruição do meio ambiente e de perseguição aos povos da Amazônia”, afirmou.

O abaixo-assinado foi entregue à Frente Parlamentar Ambientalista e à Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável pelos representantes da Avaaz – uma comunidade online sem fins lucrativos de mobilização social. No ato da entrega das assinaturas também foi divulgada pesquisa do Ibope/Avaaz que mostra que 90% dos eleitores querem que o presidente Bolsonaro e o Congresso Nacional intensifiquem as ações contra o desmatamento na Amazônia. A pesquisa mostra ainda que 78% dos eleitores de Bolsonaro acreditam que preservar a Amazônia é essencial para o País.

Reação contra o desmatamento

O deputado Airton reforçou que vai haver forte reação ao descaso do governo Bolsonaro com o Meio Ambiente e com a Amazônia. “Estou recebendo telefonemas e estou indo aos municípios no Pará, estou escutando as organizações sociais, o povo da Amazônia, que não concorda com esse desastre, dizendo que vai reagir e pedindo também uma reação do Congresso”, informou.

O deputado do PT paraense criticou os setores que pensam no lucro fácil, no curto prazo e se sentem autorizados pelo discurso oficial do governo federal no sentido de que podem desmatar, que podem atacar os povos da Amazônia, que podem ignorar a legislação ambiental, que tem que desconstruir e enfraquecer os órgãos de fiscalização e controle. “Esse povo está com uma estratégia burra e equivocada”, protestou.

Airton Faleiro alertou que o caminho do desenvolvimento da Amazônia pelo lucro fácil vai levar o País a perder contratos de vendas para o exterior. “Não querem ouvir o parlamentar de oposição? Então, escutem Blairo Maggi – megaempresário do agronegócio -, que já disse que discorda dessa política suicida do governo brasileiro e desses setores predadores, agressivos e desrespeitadores da legislação”, sugeriu.

Pulmão do mundo

A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) também criticou o que está acontecendo com a Amazônia e observou que, “infelizmente nós estamos diante de alguém que governa este País, e não é para os brasileiros”. Indignada, ela questionou: “Como pode entregar a Amazônia às madeireiras? É de chorar quando nós estamos observando carretas e mais carretas de madeiras; quando nós estamos observando queimadas; quando nós estamos vendo que o meio ambiente está, ideologicamente, sendo colocado de lado pelo presidente Bolsonaro”.

A deputada relembrou que, por muitos anos, a Amazônia foi considerada o pulmão do mundo. “Tivemos intervenções lá atrás, dos Estados Unidos, para impedir qualquer produção ali pelos moradores indígenas ou mesmo pelos ribeirinhos. Nós vimos os Estados Unidos também assinarem compromissos e acordos no sentido de que o Brasil não poderia mexer com o nosso sistema ecológico. E agora o Bolsonaro entrega nas mãos dos Estados Unidos a Amazônia, o nosso neônio. Então, este governo não está governando para o povo brasileiro”, protestou.

Fundo da Amazônia

O deputado Beto Faro (PT-PA) também manifestou preocupação com o aumento do desmatamento na Região Amazônica. “O governo tem desmontado as estruturas de Estado que fiscalizam, estudam, pesquisam o desmatamento na região, punem aqueles que efetivamente fazem o desmatamento ilegal, tem feito da política internacional algo complicado para a nossa região, causando, inclusive, a perda de recursos do Fundo Amazônia, oriundos da Noruega e de outros países”, criticou.

Na avaliação do deputado Beto Faro, isso faz com que haja uma perda para o Estado brasileiro, para a Região Norte e para o Pará. “Hoje nosso governador é obrigado a fazer um processo diferente disso, com o banco alemão, para obter recursos que ajudem nessa política. Por isso, faço essa denúncia, pedindo aos pares da Câmara que exijam do presidente da República uma atenção em relação ao desmatamento da Região Amazônica, para a proteção das áreas preservadas, pois não é importante só para a região, mas para o Brasil e para o mundo”, argumentou.

Vânia Rodrigues

 

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