Parlamentares petistas usaram as redes sociais para criticar as irregularidades do governo de Jair Bolsonaro (PSL), após o jornal O Globo divulgar nesta quinta-feira (24), um áudio do ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), Fabrício de Queiroz, que por mensagem no Whatsapp, dá dicas de como fazer indicações políticas em gabinetes de parlamentares. As informações que foram gravadas em junho deste ano, mostraram que Queiroz quis negociar mais de “500 cargos lá, na Câmara e no Senado”, por meio da família do presidente.
De acordo com os parlamentares, o governo atua como uma quadrilha criminosa que não trabalha com integridade no cargo, ao permitir que Queiroz continue solto, como escreveu a presidenta Nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR). “Notícia de hoje mostra que Queiroz opera na família Bolsonaro sem nenhum incômodo. Ele vive num luxuoso condomínio no Morumbi, aparentemente de maneira tranquila, apenas com o modesto soldo de ex-PM. Mas até hoje a PF não localizou o sujeito… E aí Moro?”. A atitude de Queiroz se complementa às irregularidades da operação Lava Jato, e aos Laranjas do PSL, conforme declarou o líder do PT, Paulo Pimenta (RS). “Só fazem isso porque a Vaza Jato mostrou que atuam como uma máfia, não como funcionários públicos”, declarou o petista.
Na mesma linha de crítica de Paulo Pimenta, os deputados Airton Faleiro (PT-PA) e Carlos Veras (PT-PE), e a deputada Margarida Salomão (PT-MG) postaram em suas redes. “Queiroz e a receita da Laranjada: Junte 500 cargos da Câmara com salarinho bom de vinte continhos e isto vai lhe cair que nem uma uva. Ou seria mesmo laranja!? Mais uma vez Queiroz envolve Flávio Bolsonaro. E aí? Cadê o Queiroz? Cadê o Flávio?”, ironizou o deputado Airton Faleiro. “Laranjal a todo vapor. Cadê o Queiroz? Segue sendo o capataz dos Bolsonaros, agora coordenando a mamata no governo federal. É suco de laranja industrializado”, disse a deputada Margarida Salomão. “Resumo da matéria de O Globo: E o Queiroz? A produção do laranjal vai bem, obrigado”, ressaltou Veras.
Os deputados Henrique Fontana (PT-RS), Reginaldo Lopes (PT-MG) e Nilto Tatto (PT-SP) criticaram a situação em que o País se encontra com os milicianos no poder. “O governo miliciano de Bolsonaro fica a cada dia mais desmascarado. A ‘nova política’ foi só um truque eleitoral”, lembrou Fontana. “Queiroz segue como operador das mamatas bolsonaristas, agora em Brasília. Mas, claro, tudo em nome da moral e dos bons costumes. Tudo em nome da família (Bolsonaro)”, ressaltou Reginaldo Lopes. “Sabe aquela bola de neve que vai aumentando conforme desce a montanha? Assim são as mentiras da família Bolsonaro – cada dia que passa crescem mais”, comparou Nilto Tatto.
O deputado Rogério Correia (PT-MG) também criticou o apoio da família Bolsonaro à preservação de Queiroz. “Malandro é ele, que fingia que estava sumido, mas estava lá barganhando cargo$ no governo Jair e com parlamentares amigos do presidente”, afirmou o parlamentar. Na mesma linha, José Guimarães (PT-CE), Maria do Rosário (PT-RS) e Bohn Gass (PT-RS) criticaram o governo. “Queiroz pode estar escondido, mas mantém sua influência suja”, observou o deputado Guimarães. “Onde estão os milicianos e bandidos de estimação dos Bolsonaros? E o país sustentando este lixo político que não trabalha, só atrapalha. Tudo porque a fake news foi liberada nas eleições”, condenou Maria do Rosário. “Queiroz continua sabendo tudo o que acontece no gabinete do 01. A única diferença é que, pego com a boca na botija, ele agora só atua por baixo dos panos. Mas o foco continua o mesmo: os salários dos assessores”, escreveu o deputado Bohn Gass.
Os parlamentares petistas Paulo Guedes (MG), Erika Kokay (DF), Pedro Uczai (SC), Marcon (RS) Helder Salomão (ES), Luizianne Lins (CE), Carlos Zarattini (SP), João Daniel (SE), Paulão (AL), Beto Faro (PA), Zeca Dirceu (PR), Joseildo Ramos (BA), Natália Bonavides (RN), Célio Moura (TO), Odair Cunha (MG), e Alencar Santana (SP) também usaram o twitter para comentar sobre o assunto e denunciar o poder dos milicianos no Palácio do Planalto.
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Tuanny Carvalho