Em janeiro deste ano, o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, que até então contraindicava a administração das vacinas para gestantes, puérperas e lactantes, as incluiu como “Grupo Especial”. Pelo plano, elas devem ser orientadas e informadas sobre os dados de eficácia e segurança das vacinas – e que sua decisão -, em conjunto com o profissional de saúde, deveria considerar, entre outros fatores, o nível potencial de contaminação do vírus na comunidade. No entanto, em recente nota técnica do Ministério da Saúde, novos dados epidemiológicos nacionais foram divulgados e até recomendações internacionais de vacinação para essas mulheres, concluindo que pertencem, sim, aos grupos prioritários, principalmente, as que apresentam comorbidades.
Diante desse aval do governo federal, o deputado Zé Ricardo (PT-AM), a pedido da deputada estadual do Amazonas licenciada, Alessandra Campelo, hoje, secretária de Estado da Assistência Social (Seas), cobrou do Ministério da Saúde providências para a imediata vacinação de grávidas, lactantes e puérperas, pertencentes aos grupos prioritários, principalmente, as com fatores de risco.
De acordo com o Boletim Epidemiológico Especial, divulgado na Nota Técnica no 01/21, a incidência de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em gestantes foi de 0,9%, correspondendo a 199 óbitos por SRAG; e, que desses óbitos, 67,8% foram ocasionados por SARS-CoV-2. E mais: das 56,3% das gestantes que morreram, estavam no 3º trimestre de gestação; e 65 delas (48,1%) apresentaram pelo menos um fator de risco ou comorbidade associada. E, das gestantes que evoluíram para óbito por SRAG por Covid-19, 74 (54,8%) foram internadas em UTI e dessas, 54 (73%) fizeram uso de suporte ventilatório invasivo.
“Assim como outros grupos prioritários, as gestantes, puérperas e lactantes devem ser inseridas urgentemente no calendário de vacinação” afirmou o parlamentar. Ele explicou que pelas estatísticas, as mortes ocorreram em quase 50% das mulheres que tinham algum fator de risco ou comorbidade. “Estamos na defesa da saúde e da vida das pessoas e a vacinação é o caminho para evitar mais mortes, junto com o distanciamento social”, reforçou.
“Já perdemos mais de 322 mil brasileiros. Tudo porque temos no governo um presidente negacionista, que nunca defendeu o isolamento, que não queria vacina e nem se esforçou para negociar junto a outros laboratórios e países a compra de grandes quantidades de doses, que poderiam agora imunizar mais grupos prioritários, como as grávidas, puérperas, lactantes e as pessoas com autismo”, declarou Zé Ricardo.
Autistas também na vacinação
Dentre as medidas do Plano Nacional de Imunização consta a caracterização de Grupos de Risco e de Grupos com Elevada Vulnerabilidade Social. Nesta relação, não consta o grupo de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), principalmente, os de níveis graves da doença, onde têm mais riscos de agravamento pelo novo Coronavírus, o que pode levar à morte. Nesse sentido, o deputado Zé Ricardo também está propondo ao Ministério da Saúde a inclusão dessas pessoas nos grupos prioritários para a vacinação contra a Covid-19.
De acordo com especialistas, a pessoa com autismo não apresenta nenhuma imunodeficiência. Porém, no caso de contágio pelo novo Coronavírus, poderá ter uma infecção, que vai desde um resfriado até os sintomas graves da doença, sobretudo, os que têm comorbidades. Além disso, estudo realizado no ano passado, pela Universidade Estadual do Ceará (Uece), levanta a hipótese de que pessoas com TEA podem, sim, ser classificadas como grupo de risco para a infecção pela Covid-19, devido às várias modificações no nível genético e imunológico, capazes de serem fatores de agravamentos. “Pesquisa de suma importância”, completou o deputado, considerando que existam cerca de 70 milhões de autistas no mundo.
Assessoria de comunicação