O vice-líder da Bancada do PT, deputado Zé Neto (BA), afirmou durante pronunciamento na sessão da Câmara desta terça-feira (30) que o Congresso Nacional e os governadores dos estados precisam se unir para ajudar o povo brasileiro a manter o isolamento social e encontrar soluções para auxiliar os setores da economia que sofrem com os efeitos da pandemia. O parlamentar baiano também criticou o presidente Jair Bolsonaro, por insuflar conflitos e apostar no caos, com o objetivo de apresentar soluções autoritárias como resolução dos problemas.
O parlamentar ressaltou que concorda com a avaliação feita por aliados do governo que têm dito que as pessoas estão saindo às ruas para trabalhar porque precisam sustentar suas famílias e que os comerciantes precisam abrir seus comércios.
“Eu concordo com tudo isso. O que não dá para concordar, é que estamos desde dezembro sem nenhuma política pública, por parte de quem deveria estar comandando o País para garantir que as pessoas não precisassem ir para as ruas trabalhar, porque receberiam um auxílio emergencial adequado. Nem aquele de R$ 600 era adequado, ainda mais agora esse de R$ 150 e algumas variações que dão um pouquinho mais”, observou.
Segundo Zé Neto, com as condições oferecidas pelo governo é difícil a população do País cumprir com as regras de distanciamento social e de combate ao coronavírus sem apoio do governo federal. “E o governo chama as pessoas para irem às ruas ocuparem seus espaços, no momento em que vivemos a maior calamidade sanitária da História recente do País”, protestou.
O vice-líder do PT destacou ainda que, enquanto o País enfrenta uma crise social e econômica sem precedentes, o presidente Bolsonaro insufla conflitos na sociedade com o objetivo de implementar soluções autoritárias.
“É algo que se viu muito na história da Segunda Guerra Mundial, em que Hitler e Mussolini jogavam os problemas e os atritos para a sociedade e ficavam de fora insuflando o tempo todo o conflito na sociedade, para depois apresentar soluções autoritárias, conseguindo trazer as pessoas para o lado deles, tanto que boa parte das populações da Alemanha e da Itália foram com eles em busca de uma aventura que deu, como todos sabem, no que aconteceu na Segunda Guerra”, lembrou.
De acordo com Zé Neto, esse é o mesmo tensionamento que Bolsonaro tenta realizar no Brasil atualmente. Ele apresentou como exemplo desse comportamento a recente demissão do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e dos três comandantes das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica), simplesmente porque não toparam apoiar as soluções antidemocráticas defendidas pelo presidente.
“É por isso que eu quero aqui deixar a minha saudação ao ex-ministro da Defesa Fernando Azevedo, que não topou essa aventura. E nós aqui do Parlamento também não devemos topar ficar esperando acontecer. Não sejamos omissos e não sejamos cúmplices. E viva o Brasil, viva o povo brasileiro, viva a nossa democracia!”, finalizou Zé Neto.
Héber Carvalho