A Petrobras anunciou na terça-feira (16), mudanças na política de preços dos combustíveis em substituição à política de paridade de importação (PPI) que estava em vigor desde 2016 e que vinculava as tarifas ao valor praticado no mercado internacional e pela cotação do dólar. Agora, a empresa vai adotar o custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação e o valor marginal para a Petrobras. Uma mudança que vai significar queda no preço final para o consumidor.
O vice-líder do governo Lula no Congresso Nacional, deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP), comemorou as mudanças e destacou que a nova estratégia comercial da Petrobras deve causar impactos positivos na economia nacional com redução no preço dos alimentos.
“Essa é uma grande vitória do povo porque vai impactar também no índice de inflação e na taxa de juros. A tendência é uma queda acentuada nesses índices que hoje contribuem para travar a nossa economia”, destacou o parlamentar que é economista pela Universidade de São Paulo.
Já o deputado Merlong Solano (PT-PI) sempre defendeu o fim da paridade de preços da gasolina e do diesel com o mercado internacional. “A paridade fazia com que todos nós brasileiros pagássemos o diesel, a gasolina e o gás de cozinha como se fossem importados, pagando inclusive os preços de frete internacional dos derivados de petróleo produzidos no Brasil. Com petróleo extraído no Brasil, com refinarias funcionando no país e a gente pagando preço internacional. O fim do PPI permitirá que a Petrobras pratique preços mais competitivos”, pontuou o petista.
Zarattini, que está no seu 5º mandato como deputado federal, sempre foi crítico da PPI adotada pela Petrobras. “Bolsonaro trabalhou para enriquecer os acionistas da Petrobras enquanto a população sofria com gasolina e o gás de cozinha nas alturas. O preço chegou a quase R$ 10 na bomba. Já Lula está preocupado com a população. Chega de preços absurdos. A Petrobras precisa estar a serviço do povo brasileiro”.
Nova modalidade de preços
De acordo com nota divulgada pela Petrobras, a nova estratégia comercial usa duas referências de mercado: o custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação, e o valor marginal para a estatal, analisando condições de produção e logística. Merlong destacou que a empresa já anunciou queda de 12,6% na gasolina; 12,8% no diesel; e 21,3% no gás de cozinha.
“Teremos um corte de R$ 0,40 no litro da gasolina, R$ 0,44 no litro do diesel, e R$ 8,97 no botijão de gás. É a estatal voltando a servir ao Brasil. Levando em conta o seu custo efetivo de produção, os preços internacionais e a necessidade de a empresa ter recursos para fazer investimentos. Acabou essa história de combustível caro para distribuir lucros bilionários aos acionistas da Petrobras. Só em 2022 foram R$ 217 bilhões pagos aos acionistas minoritários. Eles têm que receber dividendos, mas não essa fábula de dinheiro”, defendeu o parlamentar.
Fim do fatiamento
Merlong Solano defendeu mais investimentos da Petrobras para conquistar sua autonomia na produção de óleo diesel, considerando que 20% ainda é importado, e reforçou que assim como fez com o PPI, o governo federal vai pôr fim à política de privatização da Petrobras com base no seu fatiamento. “Fatiaram a refinaria Landulpho Alves, na Bahia, e a BR Distribuidora. Um país em desenvolvimento como o Brasil não pode abrir mão de ter o controle de uma empresa estratégica como a Petrobras, que como produtora de energia e de tecnologia é respeitada no mundo todo, não ficando nada a dever em matéria de tecnologia às maiores e melhores petroleiras do mundo”, concluiu o deputado.
Queda
Segundo informe da Petrobras, a partir de agora, a ideia da estatal é oferecer o mais baixo preço de mercado para seus clientes. O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou que os preços serão “abrasileirados” e detalhou os valores da redução. “Vamos reduzir 21,3% no gás de cozinha, 12,6% na gasolina e 12,8% no diesel. Estamos comunicando ao mercado um ajuste na estratégia comercial de composição de preço e nas condições de venda. Esse modelo maximiza a incorporação de vantagens competitivas, sem se afastar absolutamente da referência internacional dos preços”, explicou Prates.
Assessorias de Comunicação dos deputados Carlos Zarattini e Merlong Solano