Vicentinho relembra 40 anos da Conclat e convoca população a se unir contra o “terrorismo da direita no País”

Lula participou da fundação da Conclat ao lado de outros sindicalistas. Foto: Site CUT

O deputado Vicentinho (PT-SP) usou a tribuna da Câmara nesta terça-feira (24) para comemorar os 40 anos da realização da Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), como objetivo organizar a classe trabalhadora em torno das lutas comuns à época. Este evento ocorreu em 1981, na Praia Grande, na Colônia de Férias do Sindicato dos Têxteis. “Eu, muito jovem, recém-eleito vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, com o companheiro Jair Meneguelli, presidente, com o companheiro Lula e tantos outros companheiros, com o Chico Mendes, participamos deste importante evento”, relembrou.

“Foram mais de 5 mil trabalhadores que vieram de carro, poucos de avião, vieram de bicicleta, vieram a pé, outros vieram a cavalo, mas todos chegaram com uma disposição tremenda de se organizar para defender os direitos, os direitos da nossa classe. Foi um momento lindo para a minha própria vida. Pela primeira vez, eu fui a uma praia do estado de São Paulo. Conheci irmãos do campo, irmãos da cidade, quilombolas, indígenas. Era uma união belíssima”, relatou.

Deliberações importantes

Vicentinho destacou que aquela Conferência Nacional da Classe Trabalhadora tomou deliberações mais importantes “do que a nossa própria emoção de estarmos lá”. Foi desta Conclat que surgiu a Comissão Nacional Pró-CUT, que resultou na fundação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em 1983. “Ali surgiram as propostas para o enfrentamento da ditadura militar, porque vivíamos sob a égide da ditadura militar e a derrubamos com esta mobilização nacional anos depois. Ali surgiram as propostas para a reforma agrária, para a redução da jornada de trabalho, para a defesa plena da democracia”, citou.

E vale a pena nos lembrarmos desse momento, dessa caminhada, continuou Vicentinho, “porque agora é hora de nos juntarmos outra vez”. “É hora de lutarmos contra tudo que está acontecendo no Brasil: essas ameaças, esse terrorismo da direita no nosso País, essa postura de retirada de direitos da classe trabalhadora, direitos conquistados com tanta luta, principalmente no período do presidente Lula, que foi o mais marcante, assim como também no governo Dilma”, defendeu.

Vicentinho: “Na Conclat surgiram propostas para a reforma agrária, redução da jornada de trabalho e defesa plena da democracia”. Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

História

A Conclat reuniu, em 1981, mais de cinco mil sindicalistas de todo o País, em Praia Grande (SP). Era a primeira grande reunião intersindical no Brasil desde o golpe de 1964, que instalou a ditadura militar no País. Nos dias 21, 22 e 23 de agosto daquele ano, ao todo, 5.036 sindicalistas representando 1.091 entidades de todas as categorias, além de centenas de apoiadores e delegações internacionais de várias partes do mundo debateram questões urgentes da classe trabalhadora.

Os temas prioritários discutidos na Conclat, que remetem aos dias atuais de ataques aos direitos da classe trabalhadora, foram direito ao trabalho, sindicalismo, saúde e previdência social, política salarial, política econômica, política agrária e problemas nacionais.

A primeira grande manifestação nacional convocada pela Comissão Nacional Pró-CUT, também remete aos tempos atuais de disparada da inflação e taxas recordes de desemprego. Em 1º de outubro de 1981, foi entregue ao governo militar, em Brasília, um manifesto que exigia o fim do desemprego e da carestia, entre outras pautas.

Mas, acima de tudo, a Conclat carregava a responsabilidade de lutar pela redemocratização do Brasil, que estava sob o regime militar. A luta contra a repressão aos trabalhadores era um dos pontos de unidade.

Nascimento da CUT

A Conclat foi o primeiro passo para a construção da Central Única dos Trabalhadores. Além de ser um marco para o movimento, é uma referência de organização dos trabalhadores.

Em 1º de outubro de 1981, quando foi entregue o manifesto ao governo militar, manifestações foram realizadas em vários estados e cidades. As maiores ocorreram no Rio de Janeiro, no Largo da Carioca, e em São Paulo, na Praça da Sé. Cada uma reuniu em torno de cinco mil pessoas.

Vânia Rodrigues, com site da CUT

 

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