O Fórum das Centrais, formado pela CUT, CSB, CTB, Força Sindical, Intersindical, Nova Central e UGT, definiu o dia 10 de agosto como Dia Nacional de Luta, com atos e paralisações em todo País.
A data foi divulgada nesta quarta-feira (6), em São Paulo, no lançamento oficial da Agenda Prioritária da Classe Trabalhadora, documento que lista 22 propostas para o desenvolvimento do Brasil, com foco na pauta da classe trabalhadora.
O documento norteará as ações e mobilizações da classe trabalhadora para o próximo período, em especial no Dia Nacional de Luta da Classe Trabalhadora. Além de ser uma ferramenta de trabalho dos sindicalistas para o debate público, a “Agenda” será entregue para os parlamentares e candidatos para as eleições de 2018.
A “Agenda” defende a democracia e soberania nacional e, embora não determine apoio oficial a nenhum político ou candidato à Presidência da República, o grito “Lula livre” tomou conta do auditório do Sindicato dos Químicos por diversos momentos.
Os militantes levaram cartazes e faixas pedindo a liberdade do ex-presidente e, na mesa, o presidente da CUT, Vagner Freitas, e a secretária-adjunta nacional de Combate ao Racismo, Rosana Fernandes, exibiram a faixa Lula Livre, ato repetido por outros representantes das demais centrais sindicais.
“Nós das centrais sindicais estamos apresentando uma proposta de desenvolvimento para o Brasil, que fala da retomada da geração de empregos, do crescimento econômico, da dignidade do trabalhador, da participação do Estado, entre outras”, discursou o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas.
“O Brasil está paralisado e os trabalhadores têm que ser protagonistas nessas mudanças, porque a classe trabalhadora é quem sofre com todo esse desmonte imposto pelo governo ilegítimo de Michel Temer”, disse Vagner. E destacou: “É uma agenda completa para mudarmos o País e que, claro, para nós da CUT, o Lula livre, Lula Presidente também está nesta agenda da classe trabalhadora.”
Para o secretário-geral nacional da CUT, Sérgio Nobre, a “Agenda” ajudará a CUT e as demais centrais sindicais a levar reivindicações e propostas da classe trabalhadora a toda sociedade e preparar a militância à grande mobilização nacional marcada para 10 de agosto.
“As 22 propostas unitárias contidas no documento traduzem as prioridades da classe trabalhadora, sob o guarda-chuva da democracia e soberania nacional e, por isso, devem ser apresentadas e debatidas em todos os espaços, especialmente, nos sindicatos, nas bases, nos locais de trabalho.”
A secretaria-adjunta nacional de Combate ao Racismo da CUT, Rosane Fernandes, afirmou que a unidade das centrais foi fundamental para construir as propostas de um Brasil melhor para a classe trabalhadora. E “como mulher e negra” destacou a importância da luta pela diversidade do povo brasileiro.
“Essa diversidade está em todos os locais de trabalho e, por isso, as centrais sindicais acertam ao inserir a luta pela igualdade para mulheres, negros, jovens, LGBTQI e migrantes. Nós queremos uma sociedade sem machismo, racismo, homofobia e direitos iguais para todos e todas. Só unidos podemos transformar a sociedade tornando-a mais justa e igualitária”, destacou Rosane.
O presidente da CTB, Adilson Araujo, disse que a “Agenda” servirá de orientação política para a população brasileira, que está sofrendo com os duros ataques do governo golpista, e trazer cada vez mais os trabalhadores e trabalhadoras para a luta.
O secretário-Geral da Intersindical, Edson Carneiro, o Índio, que disse para a economia voltar a crescer é preciso urgente revogar a Reforma Trabalhista e gerar mais emprego.
O secretário-Geral da CSB, Alvaro Egea, disse que é muito importante retomar a política de valorização do salário mínimo para que o trabalhador e a trabalhadora possam ter uma vida digna.
O presidente da Nova Central, Luiz Gonçalves (Luizinho), afirmou que a unidade das centrais dá força para continuar a luta e diz ter certeza que terá resultados positivos para a classe trabalhadora. E ainda encerrou sua fala com um forte “Lula livre”.
O presidente interino da Força Sindical, Miguel Torres, disse que a prisão de Lula e a invasão da polícia federal na Força Sindical e UGT demostram a criminalização dos movimentos sociais e sindicais e que é fundamental resgatar a democracia e ter Lula candidato.
Sobre a Agenda Prioritária da Classe Trabalhadora
O documento, produzido pelas sete centrais sindicais do País, CUT, CSB, CTB, Força Sindical, Intersindical, Nova Central e UGT com coordenação técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), reúne 22 propostas discutidas e construídas com unidade do movimento sindical para o crescimento e desenvolvimento do País.
Criar políticas, programas e ações imediatas para enfrentar o desemprego e o subemprego crescentes, revogar a Emenda Constitucional 95/2016, que congela os investimentos públicos por 20 anos, renovar a política de valorização do salário mínimo, revogar todos os aspectos negativos apontados pelos trabalhadores da Reforma Trabalhista e da Terceirização, que precarizam os contratos e condições de trabalho, assegurar o direito e o acesso ao Sistema Público de Seguridade e Previdência Social são algumas das 22 propostas da CUT e demais centrais para o desenvolvimento do Brasil.
“As eleições de 2018 são uma oportunidade para recolocar o País em outra trajetória de desenvolvimento econômico, social e ambiental. O debate público de ideias e projetos deve subsidiar as escolhas dos eleitores. Os governantes e parlamentares eleitos precisam ter compromissos com transformações que recoloquem o País no rumo de desenvolvimento, com incremento da produtividade, aumento da renda do trabalho, geração de emprego de qualidade, fim da miséria e redução da pobreza”, diz trecho dos desafios da Agenda Prioritária da Classe Trabalhadora.
Um minuto de silêncio
Durante o ato de lançamento da Agenda Prioritária da Classe Trabalhadora foi feito um minuto de silêncio em homenagem ao ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP) e da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) Audálio Dantas, que morreu em 30 de maio.
Outras participações
Representantes da Fenafisco e da Anfip também participaram do evento e apresentaram um projeto de reforma tributária solidária, que desonera os trabalhadores e trabalhadoras, taxa grandes fortunas e corrige injustiças históricas no sistema de impostos do Brasil, que sempre penalizou os mais pobres.
Mobilização continua na próxima semana
Na próxima semana, as centrais realizarão também a apresentação do documento para os parlamentares do Congresso Nacional, além da entrega aos presidentes da Câmara e do Senado e para líderes partidários.
Via CUT
Foto: Roberto Parizotti (Sapão)