Só como desdobramento da Operação Lava-Jato, o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), poderá ser obrigado a restituir o Estado brasileiro em US$ 40 milhões e a pagar outros US$ 40 milhões a título de reparação por danos causados à Petrobras e à administração pública.
A denúncia, assinada pelo procurador da República, Rodrigo Janot, acusa Cunha de ter recebido propina de ao menos US$ 5 milhões, entre junho de 2006 e outubro de 2012, para viabilizar a construção de dois naviossondas da Petrobras. Cunha também é acusado de lavagem de dinheiro por supostamente ocultar o recebimento dos valores usando contas de empresas offshore e empresas de fachada, assim como doações simuladas a uma igreja.
Janot argumenta na denúncia que o deputado recebeu vantagens indevidas para viabilizar a contratação do estaleiro Samsung Heavy Industries, responsável pela construção dos naviossondas Petrobras 10000 e Vitoria 10000. A PGR aponta que os contratos foram firmados sem licitação, em 2006 e 2007. De acordo com a PGR, a intermediação foi feita por Fernando Soares, o “Baiano”, apontado como operador do PMDB ligado à diretoria internacional da Petrobras. A propina teria sido oferecida e paga pelo lobista Júlio Camargo.
O procuradorgeral explica que, para dar aparência lícita à movimentação das propinas, foram feitos dois contratos de comissionamento entre a Samsung e a empresa Piemonte, de Júlio Camargo. Dessas comissões teriam saído as propinas prometidas a Baiano, Cunha e ao então diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró.
PT na Câmara com agências