Terrorismo de Estado substitui política de segurança pública no País, denuncia Erika Kokay

Deputada Erika Kokay. Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Em discurso na tribuna da Câmara, nesta quinta-feira (26), a deputada Erika Kokay (PT-DF) condenou a série de assassinatos que vem ocorrendo em cidades brasileiras, protagonizada por aqueles que deveriam proteger a vida do cidadão. Para Erika, não existe política de segurança pública, o que existe é “terrorismo de Estado”.

“Simplesmente nós estamos vivenciando uma chacina. Dezenas de pessoas foram mortas, e se diz que isso é política de segurança pública? Isso é terrorismo de Estado, é o Estado sendo utilizado para rasgar a própria lei e para matar”, denunciou.

“E o presidente da República aplaude esse espetáculo macabro, e diz que é isso mesmo, que é preciso matar. Que política é esta que está em curso neste Brasil? ”, questionou.

Segundo a deputada, no período de exceção em que viveu o País, os cidadãos “tinham medo dos guardas da esquina”. À época [durante a ditadura militar], relata a parlamentar, o medo era de que houvesse autorização para a violência ser estabelecida, e para aqueles que acham que política de segurança pública é matar, “para que esses pudessem exercer um direito que não é assegurado na Constituição, não é assegurado na nossa condição de civilização, que é o direito de matar”.

Governo da morte

Para Erika, desprezo, descaso e o negacionismo de Bolsonaro em relação à pandemia da Covid-19 mataram mais de 600 mil pessoas. “É um governo da morte”, sentenciou.

“É preciso sacudir a bandeira nacional, entregar a bandeira nacional para o povo brasileiro, para que ele possa se abrigar com ela, com o sentimento patriota ou o sentimento de defender este País”, sugeriu Erika.

Chacina

Esse quadro desolador, segundo a deputada, é evidenciado na chacina que matou mais de 20 pessoas na comunidade de Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, e também, a execução de Genivaldo de Jesus Santos, que ocorreu após abordagem de policiais rodoviários federais, no município de Umbaúba, litoral de Sergipe.

“E esta pessoa em Sergipe foi presa em um camburão com a porta sobre as suas pernas, machucando as suas pernas e se jogou gás nela. Ela foi asfixiada. Isso é câmara de gás que se estabeleceu neste País”, acusou a deputada.

Barbárie

A barbárie praticada por agentes da PRF, segundo a deputada, foi justificada como “uso de armas de pequeno potencial ofensivo”. Houve uma morte. Quem chora essa morte? Quais são as mãos negras e os úteros negros que choram a perda dos seus filhos para uma brutalidade que se estabeleceu neste País? ”, questionou.

A parlamentar lamentou o incentivo que o presidente da República dá a esse tipo de barbárie.  “Uma brutalidade que é incentivada, que é aplaudida. Nós precisamos de políticas de segurança pública, não de extermínio neste País. Nós não podemos achar que é natural e que é digno de aplausos, esse tipo de chacina. Que País é este? ”, lamentou.

Esperançar

Apesar do quadro tenebroso, Erika disse que ainda há esperança. “Este País que está grávido de um esperançar, e caminha para dizer: Bolsonaro, nunca mais, para dizer que não queremos a morte, assumindo as ribaltas. Não queremos a morte sendo aplaudida. Nós queremos a vida, a vida em toda a sua plenitude. Queremos fazer o luto dos períodos traumáticos, seja do colonialismo, seja da ditadura, seja da escravidão”, finalizou a deputada.

 

Benildes Rodrigues

 

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