Salário mínimo proposto por Bolsonaro empobrece ainda mais os brasileiros, critica Gleisi

Indignada com o fim da Política de Valorização do Salário Mínimo, decretado por Bolsonaro, a presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), usou a tribuna da Câmara nesta terça-feira (16) para fazer perguntas simples aos parlamentares, mas que preocupam milhões de brasileiros no dia a dia, como o preço do botijão de gás, da passagem do transporte público ou da cesta básica. “Nós realmente sabemos isso? Sabemos quanto custa para que o povo brasileiro possa viver?,” indagou e ela mesmo respondeu: “Acho que a maioria aqui não sabe porque ganha um salário tão bom que não precisa ter preocupações no fim do mês”.

Gleisi disse que ao contrário da maioria do povo brasileiro, que volta do supermercado com o carrinho quase vazio, com vontade e necessidade de comprar coisas e não tem dinheiro, os parlamentares chegam em um supermercado e não têm que escolher entre o arroz e o feijão, entre o biscoito e o macarrão. “Não tem que fazer na hora da compra do mercado a seleção dos produtos que vai levar”.

Cinquenta por cento das nossas famílias brasileiras, segundo a presidenta do PT, têm renda média de 2 salários mínimos, uma renda que não chega a R$ 2 mil. “E grande parte dessa população ganha um salário mínimo. Quase 70% dos aposentados brasileiros ganham 1 salário mínimo (R$ 998). Quem de nós nesta Casa consegue viver com R$ 998 reais? Quem de nós se disporia a ficar 1 mês ou 2 meses, vivendo com R$ 998?”, desafiou, acrescentado que duvidava de que alguém aceitasse viver com o salário mínimo.

Bolsonaro já tinha tirado R$ 8 do mínimo este ano

“Pois R$ 998 é o salário mínimo que Bolsonaro decretou para o povo brasileiro no início deste ano. Tinha condições de decretar R$ 1.006, porque esta Casa tinha aprovado esse valor na Lei Orçamentária, mas ele tirou R$ 8”, criticou Gleisi. Ela disse que para muitos R$ 8 é troco, mas para muitos ele é a passagem de ônibus ou o pão no supermercado. R$ 8 fazem muita falta para quem ganha um salário.

“Mas, não bastasse Bolsonaro ter tirado esses R$ 8 reais ele manda agora na Lei de Diretrizes Orçamentárias a proposta de reajuste do salário mínimo, quebrando uma política que vem desde 2005, feita pelo presidente Lula, que é de dar o reajuste ao salário mínimo, além da inflação, com a variação do Produto Interno Bruto, ou seja, com a variação do crescimento econômico do País”, lamentou.

A presidenta do PT fez as contas e destacou que o fim política de valorização vai significar quase R$ 20 a menos por mês no salário do trabalhador, cerca de R$ 240 por ano. “Sabem quantos botijões de gás podem ser comprados com R$ 240? Podem ser comprados 4 botijões de gás”.  Gleisi acrescentou que hoje muitas famílias têm que escolher se vão comprar comida ou botijão de gás. E a maioria opta por comprar comida. “E sabem como cozinham? Com álcool comprado no posto de gasolina. Há muita gente se queimando por conta disso”, alertou.

Sem a valorização o salário mínimo hoje seria de R$ 573

Gleisi citou que sem a Política de Valorização do Salário Mínimo, implantada por Lula em 2005, o salário mínimo hoje seria de R$ 573 reais. “Essa valorização beneficiou os trabalhadores e permitiu que o salário chegasse hoje a R$ 998 – e poderia ser maior se Bolsonaro não tivesse tirado os R$ 8”. Isso, segundo a deputada, significa renda na vida das pessoas. Significa que um pai ou uma mãe de família pode comprar comida de melhor qualidade, pode dar uma cesta básica decente.

A presidenta do PT disse que hoje nos supermercados é um põe e tira do carrinho. “Nós voltamos no tempo. Isso tinha que envergonhar este Congresso Nacional. Se há corrupção neste País, é essa, a de tirar dos mais pobres, de fazer com que o mais pobre fique mais pobre. Será que isso não toca ninguém dentro desta Casa? Será que não é uma violência ver alguém se humilhar, pedir dinheiro para poder comer?”, questionou indignada.

Gleisi conclui provocando os parlamentares: “E nós vamos olhar isso e achar normal? Nós não vamos dizer nada para esse Bolsonaro? Não vamos dizer que ele não pode fazer isso com o povo brasileiro?”. A deputada afirmou que não aceitará essa LDO. “Tenhamos decência, senhores! Vamos honrar o papel que o povo nos deu! Vamos defender aqueles que mais precisam!”, pediu.

Vânia Rodrigues

 

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