O deputado Rogério Correia (PT-MG) afirmou, nesta quinta-feira (6), que o governo Bolsonaro está entregando o patrimônio público e as riquezas nacionais em troca de uma vaga na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Durante pronunciamento na tribuna da Câmara, o parlamentar mineiro denunciou ainda que, enquanto coloca o País em liquidação, o governo Bolsonaro retira direitos do povo e sonega benefícios sociais a milhões de brasileiros pobres.
“O ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) veio aqui entregar a mensagem do presidente da República confessando que está fazendo um grande esforço para o Brasil entrar na OCDE. E para entrar ele tem que entregar alguns deveres de casa: ampliar o equilíbrio fiscal aos estados, que prevê o fim das creches e a privatização dos presídios”, alertou. Correia disse ainda que a OCDE exige também a venda de terras brasileiras a estrangeiros. “Por isso, eu lembro da promessa do Bolsonaro de permitir a mineração em terras indígenas a grandes empresas internacionais. Para entrar na OCDE tem que vender o Brasil, por isso que a Argentina não quis entrar”, reforçou.
O parlamentar destacou que os petroleiros estão certos em realizar um movimento grevista em defesa da Petrobras, diante das exigências do programa de privatização imposto pela OCDE.
“Os petroleiros estão em greve para defender uma estrutura fundamental para o povo brasileiro. O diesel está caro, a gasolina chegando a R$ 5, e o Brasil, através das Petrobras, que pode produzir através do óleo bruto gasolina e diesel para ser independente do mercado internacional, ao contrário disso, está esvaziando a Petrobras comprando gasolina e diesel lá fora, a preço de mercado internacional para favorecer as grandes empresas, com quem Bolsonaro tem uma relação de amizade e de entrega”, criticou.
Além da política entreguista, Rogerio Correia denunciou ainda que o governo Bolsonaro quer retirar direitos dos trabalhadores para aumentar o lucro dos empresários. Segundo ele, esse é o objetivo da medida provisória (MP 905), do Poder Executivo, que institui a chamada carteira de trabalho verde-amarela.
“Na prática, essa é a medida provisória da escravidão e do fim da CLT. Nela está embutida, de forma patética e criminosa, o fim do 13º salário e do um terço de férias dos trabalhadores. Lá diz que os patrões poderão diluir isso em 12 meses. Na prática, os patrões darão um salário menor e dirão que já faz parte o 13º e um terço de férias. Então a carteira verde amarela, dará empregos a jovens quase no regime de semiescravidão, em troca da demissão dos trabalhadores que tem esses direitos. Mais uma maldade desse governo”, ressaltou.
Benefícios Sociais represados
Na avaliação do deputado mineiro, o governo Bolsonaro ao mesmo tempo em que retira direitos, represa o acesso da população mais pobre aos benefícios sociais. Segundo Rogério Correia, existem hoje 2,3 milhões de pessoas na fila do INSS à espera da aposentadoria. “Isso depois de uma Reforma da Previdência maldita, aprovada após pagamento de R$ 40 milhões aos parlamentares que votaram pela aprovação da proposta”, relembrou. Ele ainda destacou que 500 mil famílias estão na fila do Bolsa-Família e outros 300 mil na do Benefício de Prestação Continuada (BPC).
“Se somarmos tudo isso, teremos mais de 3 milhões de pessoas pobres que não estão tendo o mínimo para se sustentar. Esse é o retrato do governo Bolsonaro e do golpe (de 2016 contra a Dilma). Por isso, que eles têm raiva do filme Democracia em Vertigem, que mostrou o papelão do golpe feito no Brasil”, explicou.
No sentido contrário, Rogerio Correia lembrou que nos governos do PT (de Lula e Dilma) o povo brasileiro era tratado com respeito e dignidade. “Tivemos muito orgulho do nosso País ter saído do Mapa da Fome, ter combatido a miséria, ampliado os direitos dos trabalhadores, ter reajustado o salário mínimo acima da inflação ano a ano e aumentado o seu poder de compra”, enumerou. O deputado citou ainda o Minha Casa Minha Vida e o Programa da Agricultura Familiar para os camponeses como avanços dos governos petistas. “Agora estamos na situação inversa. O retrocesso grassa, e quem sofre são os mais pobres”, lamentou.
Héber Carvalho
Foto: Lula Marques