Regionalização da comunicação e maior participação na Internet são prioridades do governo, diz ministro

edinho gustavo
Em audiência na Câmara, nesta quarta-feira (13), o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva, afirmou que a regionalização da comunicação e a maior participação publicitária do Executivo na mídia digital são prioridades do governo Dilma Rousseff. O ministro também disse que a comunicação é um eixo central do cotidiano do governo e a divulgação das ações governamentais é feita sempre de forma transparente e com o objetivo de ampliar a efetividade das políticas públicas da gestão federal.

“O governo entende a diversidade cultural do nosso País e, portanto, todos os modais têm que ser valorizados, considerando a regionalização e valorizando essa diversidade”, ressaltou Edinho Silva.

“Temos que entender o que está acontecendo neste século XXI e a internet e as redes sociais têm se tornado e vão se tornar cada vez mais veículos fundamentais para que a gente possa fazer com que a comunicação social cumpra o seu papel”, continuou o ministro.

O deputado Paulão (PT-AL), integrante da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI), onde ocorreu a audiência, elogiou a diretriz de regionalizar a comunicação do governo. “Nós sabemos da influência de um ‘padrão Global’ quando não é levada em conta a diversidade regional. Existe um preconceito e um lobby para que não se possa descentralizar a distribuição de verbas”, argumenta Paulão.

Para a deputada Margarida Salomão (PT-MG), o trabalho do ministro – que assumiu a pasta há pouco mais de um mês – terá duas frentes muito desafiadoras. “Uma é a das novas mídias, a diversidade dos novos modais de comunicação, que forjam novos sujeitos com novas práticas e nós precisamos que isso seja considerado. Isso é irreversível e teremos que trabalhar com essa nova realidade”

A outra frente citada pela parlamentar mineira é a regionalização. “Esse é um País continental, mas isso não quer dizer que o conjunto da população se veja representada na mídia. Temos uma concentração da formação de opinião nos grandes centros urbanos e isso gera uma grande perda para a cultura e para a democracia brasileira”, opinou Margarida.

“Na França, na Inglaterra, no Canadá e outros países, há um uso muito intenso das mídias públicas para a comunicação do Estado, bem como existem nestes países fundos públicos para o desenvolvimento da mídia regional e creio que isso pode contribuir para superarmos a barreira da invisibilidade regional”, concluiu a petista.

Regulação – O ministro se disse pessoalmente contrário a qualquer medida que cerceie conteúdo, posição que é também da presidenta Dilma Rousseff.

Paulão também rebateu as parlamentares da oposição que acusam o PT de tentar impor o “controle da mídia” e lembrou que conselhos de comunicação existem em diversos países democráticos do mundo, como a Inglaterra, que atualizou o marco regulatório da comunicação em 2013 e estabeleceu duras sanções aos abusos cometidos pelos veículos de imprensa. “Se tivermos algo como o modelo inglês, já estaremos satisfeitos. Quem não quer essa discussão é a Abert [Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão], que representa a parte patronal. Os sindicatos dos jornalistas, a sua federação e a sociedade civil defendem”, enfatizou Paulão.

Publicidade – Respondendo a questionamentos de oposicionistas em relação à publicidade do governo – Sandro Alex (PPS-PR) indagou por que o governo deixou de anunciar na revista Veja – na mídia comercial, Paulão lembrou que governos tucanos costumam apoiar grupos de mídia com afinidade ideológica e combatem os opositores. “Se é para fazer discussão sobre transferências de governo A ou B, vamos fazer. O governo do PSDB em São Paulo gasta milhões de reais em contratos sem licitação para assinaturas de revistas, inclusive da revista Veja. Esse mesmo governo tem um contrato de 70 mil reais com a agência Propeg para pagar um blogueiro conhecido por caluniar o PT e o governo. Em Alagoas, o governador Teotônio Vilella, também do PSDB, proprietário da TV Record no estado, promove a censura sistemática. Eu mesmo sou censurado lá há mais de cinco anos”, criticou o parlamentar.

“Diante do nível de calúnia do sistema Fox, o presidente Obama declarou que trataria esta rede como partido de oposição. E estamos falando dos Estados Unidos, que é referencial teórico para vários parlamentares aqui”, recordou Paulão.

PT na Câmara
Foto: Gustavo Bezerra/PT na Câmara

 Ouça a Deputada Margarida Salomão na Rádio PT

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