Quinto apagão no Amapá é prenúncio do que pode acontecer caso a Eletrobras seja privatizada, alerta Pedro Uczai

Foto: Dayane Oliveira/Brasil de Fato

O presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Eletrosul, deputado Pedro Uczai (PT-SC), fez um alerta ao País nesta quarta-feira (16) para o risco de apagões generalizados caso a Eletrobras seja privatizada. O parlamentar deu como exemplo o apagão ocorrido nesta quarta no Amapá, o 5º registrado em menos de um ano. A distribuição de energia no estado foi privatizada em 2008. O Senado Federal começa a votar hoje a medida provisória que trata da privatização da Eletrobras (MP 1031/2021).

“O Apagão que vimos hoje no Amapá, assim como os outros, é o prenúncio do que vai acontecer em todo o País caso a Eletrobras e suas distribuidoras de energia forem privatizadas. Se o Congresso aprovar essa privatização, vamos deixar o planejamento desse setor estratégico nas mãos de empresas privadas, onde cada uma faz seu próprio planejamento visando apenas o lucro. Com isso a energia vai aumentar, os investimentos não vão acontecer e teremos riscos de apagões generalizados em todo o País”, alertou.

O apagão no Amapá ocorreu pouco depois das 16h, com a suspensão do fornecimento de energia elétrica para a capital Macapá e vários municípios do estado. O Ministério de Minas e Energia (MME) confirmou que ocorreu um desligamento da carga atendida pela Subestação Macapá, administrada pelas Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE). Em nota, o ministério informou que “as causas do desligamento deverão ser identificadas no Relatório de Análise de Perturbação”.

Em 2008, a empresa espanhola Isolux ganhou a concessão para operar a LMTE por 30 anos. Porém, no fim de 2019 a empresa entrou em recuperação judicial e vendeu seu direito de exploração para a Gemini Energy, companhia privada nacional de energia.

Deputado Pedro Uczai . Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Apagão de 20 dias

No final do ano passado o Amapá enfrentou um apagão que durou 20 dias, afetando 13 das 16 cidades do estado e afetando 90% da população (cerca de 765 mil pessoas). Após uma investigação, foi identificado que a Gemini Energy não fez investimentos para recuperar o único transformador que fazia o backup de todo o sistema de distribuição de energia do estado. Na época, técnicos da Eletronorte (do Sistema Eletrobras) se dirigiram ao Amapá para restabelecer o sistema.

Héber Carvalho

 

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