PT apresentará voto em separado contra a Reforma Administrativa que desmonta o serviço público no País

Imagem: Site PT

Durante a reunião da Comissão Especial que analisa a Reforma Administrativa (PEC 32) nesta quarta-feira (15), o deputado Rogério Correia (PT-MG) anunciou que amanhã (16) deverá apresentar voto em separado – espécie de texto paralelo – ao substitutivo do deputado Arthur Oliveira Maia (DEM-BA), em nome da Bancada do Partido dos trabalhadores. Um texto duro, eloquente e consequente desmonta os tripés que sustentam a proposta de Bolsonaro e Paulo Guedes, ministro da Economia.

“A posição da Bancada do Partido dos Trabalhadores é firmemente contrária pelo reconhecimento dos elementos de flagrante inconstitucionalidade, sobretudo pela ofensa aos princípios da segurança jurídica, de vedação do retrocesso e da afronta à legítima expectativa de direitos e também, com relação ao mérito, pela evidente precarização que causará ao Estado brasileiro”, diz o texto protocolado pelo PT.

No relatório paralelo, a bancada petista diz que em direção contrária da modernização alardeada, a proposta de reforma “cumpre o papel de enfraquecimento do Estado, na medida em que promove uma desvalorização das carreiras que exercem os serviços públicos e que efetivam as políticas públicas, inclusive na concretização dos direitos sociais e desfigura o funcionamento do Estado no cumprimento de suas atribuições”.

Outro argumento contido no texto aponta que no momento em que o Brasil passa por uma crise sanitária sem precedentes, causada pela pandemia da Covid-19, quando se espera um Estado forte para fazer o enfrentamento da crise e garantir o Estado Democrático de Direito, “o Governo pretende desestabilizar a carreira de milhares de servidores, que o sustentam a duras penas no dia a dia em escolas, hospitais, universidades, órgãos de seguridade e outros órgãos essenciais para a sociedade brasileira e fragilizar direitos dos empregados públicos”.

Em seu discurso, o deputado Rogério Correia reclamou da ausência do relator da matéria e das possíveis mudanças que eram para ele apresentar na reunião de hoje que, segundo o deputado, foi convocada para as 10h e só começou às 14h30.

O petista quis saber também se o voto em separado seria apresentado na reunião de hoje ou de amanhã. A resposta do presidente da comissão, deputado Fernando Monteiro (PP-PE), foi que o regimento não especificava sobre isso, e que Correia poderia apresentá-lo no encontro previsto para esta quinta-feira.

Ao se pronunciar sobre a matéria, Correia avaliou que durante todo o funcionamento da Comissão Especial, o governo Bolsonaro sofreu várias derrotas no conteúdo da discussão política.

“Com certeza o governo tomou uma surra no debate político aqui dentro. Ficou provado que a PEC, e ontem nós provamos que também o substitutivo ele tem três defeitos graves que não foram sanados. Primeiro, a privatização do serviço público. Ampliar a terceirização é o segundo problema e o terceiro problema é a precarização do servidor público”, pontuou o parlamentar mineiro.

Quem votar, não volta

O deputado Rui Falcão (PT-SP), que dividiu o tempo da Liderança do PT com os parlamentares Erika Kokay (PT-DF) e Rogério Correia, classificou a proposta de reforma de Bolsonaro de “funesta”.
“Essa maldita PEC 32, eu digo soterrar e não digo sepultar porque ela não morreu ainda, mas nós queremos matá-la – senão aqui na Comissão Especial – quem sabe lá no plenário para poupar essa Casa, inclusive, do desgaste depois ser desmoralizada novamente no Senado, num prenúncio terrível para os deputados e deputadas que se comprometem com Bolsonaro. Quem votar, não vai voltar”, defenestrou Rui Falcão.

Cancela a PEC

A deputada Erika Kokay fez um apelo aos seus pares para que não deixem a proposta de desmonte de o Estado brasileiro prosperar. “Eu faço um apelo a esta comissão para que nós derrotemos esta PEC 32, para que possamos dizer de que lado estamos, e nós estamos do lado dos servidores que ali estão para dizer cancela esta PEC, que ali estão para dizer que a Reforma Administrativa faz mal para o Brasil”, disse Erika ao se referir à manifestação dos servidores em frente à Câmara dos Deputados.

Erika avaliou ainda que o Brasil precisa de um Estado que atenda o povo brasileiro, e que respeite a Constituição. “Por isso, enterra, cancela essa PEC 32 porque o Brasil precisa respirar, o Brasil precisa de um Estado que possa efetivamente fazer os lutos das casas grandes e senzalas”, concluiu.

Debate inoportuno

Ao falar em nome da Liderança da Minoria na Câmara, o deputado José Guimarães (PT-CE) disse que ao longo de toda a sessão da comissão – que teve início no dia de ontem -, o pensamento que dominou o debate foi da “inoportunidade política de votação desta matéria, mesmo daqueles que concordam com a reforma nos termos da PEC apresentada”.

O deputado Carlos Veras (PT-PE) é do mesmo entendimento. “Primeiro, não há nenhuma necessidade de hoje estarmos debatendo-a, de ela ter sido apresentada para ser votada. Essa PEC deveria ter sido devolvida. O País, a população brasileira quer mais investimento na área pública, no serviço público. O Brasil hoje quer comida no prato e vacina no braço, e não o desmonte do serviço público”, destacou.

Na avaliação do deputado Jorge Solla (PT-BA) esse debate que está acontecendo na Comissão, “por si só é um sintoma muito grave do total de descolamento da realidade por parte deste Parlamento”.

Para ele, o Congresso está vivendo também o negacionismo da realidade que o País vive. “Qual é a urgência desse debate, presidente? São os servidores públicos realmente os culpados pelo caos que estamos vivendo? É claro que não!”, argumentou.

Senado vai engavetar

Guimarães alertou para o caso de ser aprovada, a proposta ficar parada no Senado, uma vez que a matéria não consiste em prioridade para aquela Casa Legislativa.

“Vou traduzir para Vossas Excelências as informações que eu considero relevantes. Eu conversei bastante com os senadores hoje, e dificilmente o Senado vai votar essa PEC até o final do ano. Chamo atenção disso por conta de várias matérias que estão represadas lá e o presidente do Senado tem dito que não vai votar de uma hora para outra essa matéria lá no Senado”, esclareceu.

Segundo o deputado, a prioridade do Senado é a votação do Código Eleitoral, da reforma do Imposto de Renda, a minirreforma tributária, a lei eleitoral (foi aprovada na Câmara), e o orçamento. “Portanto, o primeiro risco, senhoras e senhores parlamentares é a Câmara votar, aprovar, e a matéria permanecerá engavetada dormindo nas gavetas do Senado”, alertou José Guimarães.

Na discussão que se arrasta desde o dia anterior, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) também fez o mesmo alerta. Para ele, os parlamentares devem se perguntar se votando essa PEC, que fim ela vai ter lá no Senado.

“Porque o Senado Federal tem refletido com mais consciência sobre a questão dos serviços públicos. Discutiram e estão discutindo com profundidade a privatização dos Correios, rejeitaram integralmente a MP 1.045, e tem discutido essas questões com uma visão mais ampla do que a visão dos interesses do capital”, frisou Zarattini.

“Portanto, nós do Partido dos Trabalhadores não temos nenhuma dúvida: essa PEC deve ser rejeitada, essa PEC não pode ser admitida por esta Câmara dos Deputados”, sentenciou.

Inimigo do servidor

Para o deputado Joseildo Ramos (PT-BA) o conteúdo da proposta bolsonarista revela a falta de apreço do governo com o servidor e o serviço público brasileiro. “Nós estamos a falar sobre um tema que é muito caro para qualquer trabalhador brasileiro que está passando por um Governo que tem exatamente no servidor e, em especial, no servidor público um inimigo”, afirmou.

O deputado disse ainda, em que pese a qualidade do debate que aconteceu por esses dias, “ainda é muito pouco para uma transformação que se pretende, no nível que está sendo proposto, por um Governo que quer estrangular o Governo de qualquer maneira, em qualquer nível, tornando o serviço público inviável”.

Crueldade bolsonarista

Em seu pronunciamento, o deputado Padre João (PT-MG) afirmou que essa é mais uma proposta cruel que se quer impor ao trabalhador brasileiro.

“É muita crueldade. Então, eu me dirijo ao colega deputado e à colega deputada: Vossas Excelências estão sujando as suas mãos. Estão Vossas Excelências muito bem arquitetados numa agenda ultraliberal para atacar e desmontar o Estado brasileiro, como já o fizeram com as privatizações da Eletrobras e dos Correios, e com o teto de gastos”, lembrou o parlamentar.

“Mas agora se ataca quem executa política pública na ponta, quem tem contato direto com o cidadão no dia a dia, através dos serviços de educação, de saúde, de assistência. É muita crueldade. Nós podemos sepultar a PEC 32, em defesa do serviço público, em defesa dos usuários da saúde, da educação, da assistência e de quem depende das políticas públicas”, avaliou.

Reforma punitiva

De acordo com Jorge Solla a PEC de Guedes e Bolsonaro “É uma Reforma Administrativa para punir o serviço público! Mais do que punir o servidor público, é para destruir o serviço público, para reduzir o poder de atratividade dos profissionais qualificados para o serviço público, para precarizar os serviços que são prestados à população brasileira. Esta é a pior forma de privatização do Estado: é a destruição da capacidade do Estado de atender os serviços mais essenciais”, criticou.

Na mesma linha, o deputado Pedro Uczai (PT-SC) acrescentou: “Portanto, é nessa concepção que o “pinochetismo” à brasileira do Paulo “banqueiro” Guedes, junto com Jair Bolsonaro, quer desmontar não o que já existe agora, mas desmontar o que se construiu ao longo das décadas, que culminou na Constituição de 1988. A concepção que essa PEC carrega é nessa direção, que impede qualquer possibilidade de transformar o Brasil num país mais justo para o povo brasileiro”.

Destruição do bem-estar

Já o deputado Odair Cunha (PT-MG) observou que a PEC é parte de um processo orquestrado, engendrado, preparado pelo Governo de Jair Bolsonaro, na perspectiva de desconstruir o Estado de bem-estar social.

“Fizeram isso quando aprovaram a PEC da Reforma da Previdência. Fizeram isso quando instituíram, ainda na gestão Temer, a PEC do teto de gastos. Fizeram tudo isso para expor a população mais frágil do País à situação de penúria. Querem destruir o papel do Estado brasileiro”, esclareceu.

Sinônimo de atraso

O deputado Henrique Fontana (PT-RS) disse que, na realidade, “o nome correto, do meu ponto de vista, e, aliás do ponto de vista de muitos especialistas em serviço público, é uma PEC que aponta para a desestruturação e a desprofissionalização do serviço público brasileiro”.

“Então, esta PEC é sinônimo de atraso, de clientelismo, de Governo autoritário que quer controlar, que quer pressionar o servidor público para que ele aja de acordo com as suas vontades. Eu espero que nós tenhamos maioria para derrotar mais este desatino do Governo Bolsonaro”, disse, esperançoso, o parlamentar.

Privatização e arquivamento

Ao avaliar a proposição, o deputado Nilto Tatto (PT-SP) afirmou que, no fundo, “o que a PEC quer fazer é se apropriar dos recursos, dos impostos para o setor privado, privatizando aquilo que é essencial para o atendimento da maioria da população”.

Tatto citou como exemplo a destruição que vem sendo encampada por Bolsonaro. “Esse governo vem destruindo as instituições do sistema nacional de meio ambiente. Destruiu o ICMBio, o Ibama, o Incra, a Funai, paralisou todas as atividades-fim que essas instituições prestam para determinados segmentos da população brasileira, que dependem do poder público, que dependem do serviço público, que dependem dos servidores públicos”, apontou o deputado.

“E o que essa PEC vai fazer? Ela vai institucionalizar esse desmonte do serviço público. Por isso, nós temos que arquivar essa PEC. Ela não ajuda a construir o País, ela não ajuda a enfrentar os desafios que nós temos neste momento para enfrentar a crise política, social e econômica, implementada a partir do golpe de 2016, e intensificada com essa Governo da morte”, finalizou.

Benildes Rodrigues

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Postagens recentes

CADASTRE-SE PARA RECEBER MAIS INFORMAÇÕES DO PT NA CÂMARA

Veja Também

Jaya9

Mostbet

MCW

Jeetwin

Babu88

Nagad88

Betvisa

Marvelbet

Baji999

Jeetbuzz

Mostplay

Melbet

Betjili

Six6s

Krikya

Glory Casino

Betjee

Jita Ace

Crickex

Winbdt

PBC88

R777

Jitawin

Khela88

Bhaggo

jaya9

mcw

jeetwin

nagad88

betvisa

marvelbet

baji999

jeetbuzz

crickex

https://smoke.pl/wp-includes/depo10/

Depo 10 Bonus 10

Slot Bet 100

Depo 10 Bonus 10

Garansi Kekalahan 100