Um grito de protesto respaldado por mais de um milhão e meio de brasileiros reverberou no Congresso Nacional nesta terça-feira (12) em favor da preservação da Amazônia e em defesa dos diretos dos povos originários. Em uma ação conjunta do Greenpeace, da Avaaz e do 342Amazônia, com apoio da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, presidida pelo deputado Nilto Tatto (PT-SP), dezenas de parlamentares, artistas e ambientalistas levaram uma mensagem de protesto ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), contra a destruição da floresta.
Em manifesto lido pelos artistas, eles se posicionaram contra o decreto que extingue a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca), contra a flexibilização das regras de mineração, contra o desmonte do licenciamento ambiental, contra a redução das áreas protegidas, contra a liberação do uso de agrotóxico, contra a grilagem de terras e contra a venda de terras para estrangeiros. “A Amazônia é de todos e somos todos pela Amazônia”, finalizou o grupo de atores e cantores.
O deputado Nilto Tatto, além de parabenizar entidades e artistas que se engajaram na luta pró-Amazônia, reforçou alguns dos riscos que ameaçam hoje a floresta. “Estamos num momento muito ruim, de muito retrocesso na agenda socioambiental, estão querendo flexibilizar a legislação do agrotóxico e do licenciamento ambiental, estão acabando com unidades de conservação, com territórios quilombolas e com terras indígenas. Enfim, são vários retrocessos, em várias áreas, que atingem principalmente populações que são parceiras da conservação”, lamentou.
Tatto também disse que o caso da Renca – que mobilizou grande parte da sociedade – deve servir de exemplo para que mais artistas se envolvam nesse trabalho de defesa da Amazônia e para que a grande mídia dê atenção a temas de fundamental importância ao País. “É importante se posicionar a favor da reforma agrária e contra os assassinatos no campo por conflito de terras. A luta pela Amazônia e pelos seus povos é a luta do povo brasileiro”, finalizou.
A líder indígena Sônia Bone Guajajara – que representou os povos indígenas na entrega do manifesto – disse que pautar no Parlamento a agenda de interesse dos índios em defesa da Amazônia é o mesmo que pautar assuntos para “salvar o planeta”. “As terras indígenas, naturalmente, já protegem a vida. Estamos aqui para dizer que não aceitamos retrocessos, não aceitamos a redução das unidades de conservação, não aceitamos o massacre dos índios isolados lá na Amazônia e que esse governo está fazendo vista grossa. Estamos aqui também por eles, que estão morrendo nas mãos dos garimpeiros ilegais”, protestou.
O deputado Leo de Brito (PT-AC), que também participou da manifestação, disse que o governo ilegítimo de Michel Temer – assim como implementa um ataque aos trabalhadores e à soberania nacional – direciona também sua artilharia contra o meio ambiente e, mais especificamente, contra a Amazônia. “Da forma como o governo está fazendo – reduzindo e fragilizando as unidades de conservação, as terras indígenas e as áreas quilombolas – não teremos um bom futuro para o mundo, justamente porque a Amazônia tem um papel estratégico na regulação do clima”, detalhou.
Também participaram da manifestação e entrega do documento o deputado Henrique Fontana (PT-RS) e os senadores Jorge Viana (PT-AC), Paulo Rocha (PT-PA) e Humberto Costa (PT-PE).
PT na Câmara